Às 11 da manhã do dia 11 do 11º mês de 1918 acabou a I Guerra Mundial.
Uma guerra que começou por acasos e teimosias, onde se lutou em longas linhas de trincheiras que cruzaram a Europa, onde foram usadas novas tecnologias e onde morreram 37 Milhões de pessoas.
Depois veio a paz e o horror do que vimos levou-nos a anunciar que tínhamos sobrevivido à "guerra para acabar com todas guerras". Mas a paz foi igualmente egoísta, teimosa e míope e menos de uma geração depois estávamos novamente em guerra. Uma guerra mais violenta, mais tecnológica, mais mortífera e que nos fez conhecer o mal absoluto.
A nova paz, a paz de 1945, que nasceu nos campos de batalha e nos campos de concentração foi uma paz diferente. Foi uma paz generosa, que junto inimigos numa casa comum, que promoveu a convivência, o conhecimento, a colaboração e a concórdia. Foi uma paz que olhou pelos vivos de ambos os lados das trincheiras e que aprendeu com os erros da paz de 1918.
Hoje, de novo como há quase um século, essa paz generosa, partilhada e comum é posta em causa pela cegueira, o egoísmo e a teimosia de quem nada aprendeu com a história.
E nós, cidadão da Europa do Séc. XXI, habituados à paz, à prosperidade, à concórdia e à democracia deixamos que um grupo de gente pequena e sem futuro nem história coloque em causa o nosso futuro comum.
Se assim for teremos apenas nós próprios a quem acusar.
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