Wednesday 26 May 2010

A Caminho da Normandia


Este fim-de-semana comprido a Margarida e eu vamos vistar as praias da Normandia onde, há 66 anos, os aliados desembarcaram no continente europeu no que será a nossa primeira viagem de mota.

Na sexta-feira ao fim do dia embarcamos no ferry em Portsmouth para Cherbourg e passamos a noite no Castelo de Bricquebec. Na manha seguinte começamos por visitar Sainte Mere Eglise e as praias de Utah e Omaha (forças americanas). Nessa noite dormiremos em Bayeux.

Domingo iremos vistar a tapeçaria de Bayeux (que conta a história da invasão Normanda da inglaterra) e, se necessário, voltaremos à praia de Omaha. Depois, iremos visitar as praias de Gold (forças britânicas) e Juno (forças canadianas), indo dormir a Luc-sur-Mer que, como o nome indica, é uma das muitas cidades à beira-mar da Normandia.

Segunda-feira (um dos poucos feriados destas ilhas), se não precisarmos voltar a Juno, iremos directos para a praia de Sword (forças britânicas) e a a Ponte Pegasus antes de apanharmos o ferry em Caen de volta para Portsmouth às 11h30 da noite e desembarcando no dia seguinte às 6H30 da manhã de Terça-feira e, depois do que (espero) tenha sido uma noite bem dormida numa cabine com janela exterior, partiremos para Londres onde irei trabalhar.

Novas e fotografias no regresso da nossa "invasão".

Saturday 22 May 2010

Admirável Mundo Novo


A humanidade deu mais um passo de gigante na busca do conhecimento e na tentativa de dominar a natureza: criou vida.

Na minha absoluta ignorância científica, divido-me entre o entusiasmo do enorme potêncial para melhorar a vida das pessoas e o medo do grande potêncial de asneira antecipado por Aldous Huxley.

Que haja bom senso.

Sobre Londres


Ontem, aproveitando o óptimo tempo que está em Londres, fomos andar no London Eye, uma enorme roda gigante do sul do rio, de frente para o palácio de Westminster. Embora tivessemos bilhetes com hora marcada, a fila de turistas à espera de entrar era assustadora mas foi andando e em meia hora entrámos para uma das cabines.

A volta, que dura 30 minutos, mostra uma cidade muito bonita e, tirando a zona leste da cidade, composta quase exclusivamente de prédios baixos e bem integrados na paisagem. Por outro lado, visto do alto fica-se com a exacta noção da quantidade de zonas verdes que Londres tem, o que dá um ar quase de aldeia a uma cidade onde moram quase 7 milhões de pessoas.

Vencidas as multidões, o passeio do London Eye mais do que se justifica.

Tuesday 18 May 2010

Experiências inglesas


Há várias experiências inglesas que muito aprecio, entre elas o maravilhoso High Tea que, variando na qualidade e quantidade, é normalmente composto por chá, sanduiches de pão de forma cortadas, scones com uma espécie de natas e/ou compota e bolos.

O mais famoso deste é o High Tea do Ritz, que tem normalmente uma filas de espera de semanas, onde fomos hoje. Numa sala muito bonita (na fotografia) somos bem tratados e melhor alimentados num ambiente requintado e silencioso, só interrompido por aplausos ao quarteto de cordas que toca num canto discreto ou pelas palmas aos vários aniversariantes que ocupavam pelo menos umas 6 mesas.

Mais uma boa experiência bifa a juntar a tantas outras.

BA 2 x 0 Sindicato


Pela segunda vez em poucos meses, o sindicato do pessoal de bordo da British Airways viu o tribunal proibir uma greve por causa de irregularidades na votação que aprovou a paralização. Enquanto a BA e os passageiros riem, talves não fosse pior que os sindicatos estudassem as regras que regem a sua actividade, como, por exemplo, a lei da greve...

Sunday 16 May 2010

Lições para a vida


O meu primeiro emprego à séria foi no Protocolo de Estado do Ministério dos Negócios Estrangeiros durante a Presidência Portuguesa do Conselho das então Comunidades Europeias em 1992, durante a qual tive oportunidade de conhecer pessoalmente praticamente todos os Ministros do nosso Governo de então, os lideres dos Países da CEE e outros altos dignatários estrangeiros que nos visitaram durante o ano e meio que estive no MNE.

Mal tinha chegado ao Protocolo, recebi um conselho do então Chefe do Protocolo, Emb. Syder Santiago, que nunca mais me esqueci: Quanto pior o País, melhor é o avião e mais imponentes são as fardas. Ou, como dizem os Ingleses, "os que se ofendem não são importantes e os que são importantes não se ofendem".

Diz-me a experiência que em 90% dos casos, assim é.

No quintal da Rainha


Este Sábado fomos ver o Royal Windsor Horse Show que tem lugar todos os anos no parque do Castelo de Windsor. Entre provas de saltos, exercícios de destreza, provas de carruagens e corridas de póneis foi um dia dedicado ao hipísmo, o que muito alegrou a Margarida que, em tempos, montava a cavalo.

Para além das actividades desportivas, assistimos ainda à apresentação à Rainha dos 8 Cavaleiros da Royal Household que melhor se ataviaram durante o ano e, à noite, um Tato Militar com muita musica e animação.

Um belo dia nos estupendos jardins de Windsor.

Tuesday 11 May 2010

Uma nuvem e dois sistemas



Este fim-de-semana fui a Portugal tentar, uma vez mais sem sucesso, ir à praia. Tendo o meu regresso marcado para as 8 da manhã de Segunda-feira, recebi uma mensagem escrita da British Airways às 4 da manhã a informar que o meu voo havia sido cancelado por causa da nuvem vulcanica e a dar-me um número de telefone para onde falar a partir das 9 da manhã, o que fiz.

Tendo sido atendido rapidamente, um senhor simpático tratou de passar a minha reserva para o voo das 6H30 da tarde do mesmo dia e aconselhou-me a chegar cedo ao Aeroporto pois, com tantos voos cancelados e atrasados, haveria alguma confusão no aeroporto. Nem ele sabia quanto!

Enquanto que eu dirigi-me à maquina automática da BA onde imprimi o meu cartão do embarque e segui para a área de embarque sem esperar por nada nem ninguém, as filas para os balções da TAP, retratada na fotografia que tirei do Público on-line, davam várias voltas e contra-voltas pelo aeroporto e o tempo de espera dos pobres passageiros era, seguramente, de várias horas, de tal forma que havia pessoas a roubarem cadeiras dos restaurantes e a leva-las para a fila.

Mesmo considerando os impactos distintos que encerramento da Portela tem na TAP e na BA, a diferença entre um bom serviço e um mau serviço vê-se quando as condições são iguais e os procedimentos são completamente diferentes.

Novo governo britânico


Depois de dias de discussão e negociações entre os 3 partidos, a Rainha acaba de convidar o lider dos Conservadores, David Cameron, para formar o primeiro governo de coligação desde o Governo de Unidade da II Guerra Mundial, com Nick Clegg, lider dos Lib-Dem, como Vice-Primeiro Ministro.

Ainda é cedo para se saber quais os contornos do acordo ou quantas e quais pastas serão atribuidas aos Lib-Dem mas as poucas coisas que se vão sabendo parecem indicar que estes aceitaram muitas das políticas conservadoras que muito criticaram durante a campanha.

Sinal preocupente é a confirmação de William Hague, um anti-europeista furioso, como Ministro dos Negócios Estrangeiros. Sem prejuízo, é melhor ter um Governo de coligação entre os Tory e os Lib-Dem do que ter a política europeia do Partido Conservador sem qualquer controle.

Nestas primeiras horas do novo governo, o mercado reagiu bem, com uma imediata valorisação da Libra. Veremos o que se segue nestes tempos tão difícies.

Thursday 6 May 2010

As Eleições, o Estado, o Cidadão e a Confiança


Hoje fui, pela terceira vez, votar em eleições locais no Reino Unido. E, como das outras vezes, tudo o que foi necessário foi apresentar na mesa de voto um postal que a Comissão Eleitoral tinha mandado para casa, sem ser necessário mostrar qualquer identificação. Acresce que na cabine de voto está um lápis com o qual excercemos o nosso direito/dever.

A primeira vez que fui votar - em Bristol - desconhecendo essa coisa maravilhosa que é a confiança que o Estado deposita nos seus cidadãos, tentei mostrar o passaporte ao presidente da mesa que, olhando para mim com um ar confuso, exclamou não lhe passar pela cabeça que eu não fosse quem eu dizia ser.

No nosso portugalinho, no entanto, a relação entre o Estado e o cidadão, baseia-se na certeza do primeiro que o cidadão perante um dos seus funcionários é um ser patológico que, à primeira oportunidade, mentirá sem pudor nem vergonha, o que leva à tremenda burocracia a que somos sujeitos diariamente. Igual calvário atravessam os Serviços Públicos quando lidam uns com os outros. Nisso, ao menos, o Estado é igualitário. Para ele, todos mentem.

Outros Países há, como o Reino Unido, onde a lógica da relação do Estado com os cidadãos é a oposta: a presunção é a de que o cidadão está a dizer a verdade, pelo que não são necessárias toneladas de papeis de várias cores, vários formatos e com vários destinos para confirmar o que alguém diz sobre si mesmo. E, portanto, não é necessário perdermos tempo, energia, dinheiro e a paciência a provar que somos quem dizemos que somos, que moramos onde dizemos que moramos e fazemos o que dizemos fazer. É claro que nos casos em que alguém é apanhado a mentir, a consequência é severa pois um sistema que se baseia na confiança só pode funcionar se o pecador for punido e o inocente deixado em paz. Mas a presunção é que o funcionário público está perante alguém que não mente.

É certo que o actual Governo tem avançado significativamente no caminho da simplificação da nossa relação individual com o Estado e medidas como o Simplex ou o Cartão do Cidadão procuram diminuir o tremendo desperdício que representa a burocracia que nos é imposta. Mas não é menos certo que mesmo o Simplex tem por base a filosofia que preside ao modelo que hoje temos que suportar: o cidadão mente, há, pois, que controlar esse mentiroso. Mais simplex seriam as nossas vidas se o Estado se convencesse que alguns mentirão mas muitos não o fazem e que é um desperdício de recursos assumir o oposto.

Tuesday 4 May 2010

O Círculo dos Doutores


Segundo a BBC, Bristol West - a zona da cidade onde a Universidade está situada e onde eu vivi entre 2001 e 2005 - é o círculo eleitoral do Reino Unido que tem mais eleitores inscritos com doutoramento. Um orgulho.

Andar pelo Lake District

Fomos passar este fim-de-semana de três dias ao Lake District, quase na fronteira com a Escócia, a cerca de 450 Kms de Londres. A viagem até Windermere foi medonha, tendo durado 7H30, das quais 1H40 só para sair de Londres. Mas, quando se consegue lá chegar, a região é linda e muito selvagem.

Para evitar andar de carro, resolvemos fazer longos passeios a pé por montes e vales à volta do lago. No sábado fomos ver a casa da Beatrix Potter em Hill Top e uma galeria no que foi o escritório do seu marido em Hackhead, a cerca de 10 km do nosso hotel no meio de cordeiros e ovelhas.



No domingo fomos a um mirador à saida de Windermere, uns bons 20 minutos montanha acima

e uma queda de água em Aira Force



Depois deste passeio, decidimos fazer uns passeios a pé pelo País de Gales no verão. Programas muito bifes!