Sunday 14 April 2013

No país das maravilhas




Que visse o telejornal de hoje poderia achar que vivemos num país sem problemas nem dificuldades, onde tudo corre bem. Só assim se explica o tempo e a atenção que se dedicou à ausência do Ministro dos Negócios Estrangeiros na tomada de posse dos novos membros do Governo.

Parece-me que há em Portugal sentido do ridículo a mais e Sentido de Estado a menos.

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De Lisboa para o Mundo




Na Fundação Gulbenkian podemos visitar uma exposição sobre o impacto dos descobrimentos dos Séc. XV e XVI no conhecimento humano.

Por força da necessidade dos marinheiros que começaram a navegar no mar aberto, o saber teve que sair das Universidades e dos Conventos e teve que ser simplificado para ser compreendido por pessoas sem formação técnica e adaptar-se às condições a bordo.

Da leitura das estrelas e a sua relação com a posição relativa das caravelas e das naus nos oceanos, permitindo ir-se mais longe, surge uma nova visão do mundo e uma cartografia mais precisa e mais abrangente.

E, finalmente, os novos mundos que portugueses e espanhóis deram ao mundo eram, de facto, novos. Novos animais, novas plantas e novas pessoas.

As descobertas obrigaram o conhecimento a libertar-se da Idade Média, a avançar e a democratizar-se e abriram as portas aos Séc. XVII, XVII e XIX quando a ciência autonomizou-se definitivamente da religião. Ou, como dizia Garcia da Horta, "o que não sabemos hoje, saberemos amanhã".

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Friday 12 April 2013

Pensar Portugal na balança da Europa e do Mundo





No âmbito dos Roteiros do Futuro organizados pela Presidência da República, passei hoje o dia a ouvir peritos, sábios e "práticos" de Portugal no mundo a discutirem com profundidade e interesse o papel do nosso país no Atlântico Norte, no Atlântico Sul, no Oriente, no Mediterrâneo e Médio Oriente e, finalmente, na Europa.

Em painéis compostos por portugueses e por estrangeiros de renome e com coisas para dizer, olhou-se para o passado e tiraram-se ilações para o presente e para o futuro.

Pessoalmente, entretido com a True Bridge, tenho dedicado pouco - ou nenhum tempo - aos assuntos que me ocuparam durante os anos que passei nas Universidades, o que tenho pena e de que sinto falta.

Pena tenho também por ver o magnífico auditório da Fundação Champalimaud - com uma janela enorme virada para o Tejo - muito vazia. Queixamo-nos coletivamente que não discutimos assuntos sérios de forma séria mas quando o fazemos, não aparecemos.


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Racistas são os outros




Enquanto espero pela minha vez para ser atendido na Loja do Cidadão dos Restauradores, onde estou a tentar obter uma declaração da Segurança Social (ver post abaixo) entretenho-me a trabalhar e a ver o que se passa à minha volta.

Nesse segundo passatempo, vejo utentes e funcionários cheios de paciência, uns à espera e outros a trabalharem. Claro está que as pessoas com situações pessoais mais duras - e com 18% de desemprego há muitas histórias difíceis - estão mais frágeis e menos pacientes para as dificuldades que a administração pública lhe coloca.

Numa dessas historias, contada em alta voz pela pessoa em causa à funcionária que a atendia - e a todos nós - acabou com acusações de racismo dirigidas a todas as pessoas que esta manhã atendem nos serviços de segurança social.

Imediatamente o tema foi comentado pela pessoa sentada ao meu lado que primeiro explicou não ser racista para logo depois - numa clamorosa mas não percebida auto-derrota - partilhar comigo e com a senhora sentada do outro lado, que os ciganos - todos os ciganos - são terríveis.

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e-Governo do Cidadão e das Empresas




Tendo a True Bridge Consultancy ganho um concurso para fornecimento de serviços ao abrigo do Código dos Concursos Públicos, é necessário fornecer um conjunto de documentos que provem que nem eu nem a empresa temos dívidas ao fisco e à segurança social e que nenhum de nós cometeu qualquer crime.

Tratado-se dos mesmos documentos, vivi duas realidades distintas: a de cidadão e a de empresário. No primeiro caso, sentado no escritório e com o Cartão de Cidadão ligado ao computador, solicitei e recebi imediatamente via email, as declarações do fisco e da segurança social. E o registo criminal foi-me entregue no mesmo momento no Centro de Registos do Ministério da Justiça.

No caso da True Bridge, a história tem sido bastante diferente já que os certificados demoram dias a serem emitidos.

Tratando-se do mesmo objecto e do mesmo fim, não percebo porque é que o sistema não é igual para pessoas singulares e pessoas coletivas.



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Tuesday 9 April 2013

Tempos difíceis




Olho para o País e para a Europa, atento aos números e os gráficos, vejo as pessoas nas ruas, oiço os discursos e leio as entrevistas de quem tem responsabilidades publicas ou privadas, de quem está na situação e na oposição, de quem se senta à direita e à esquerda e desanimo.

Os tempos não estão para mais do mesmo, para pequena política, para alheamentos, para teimosias, para confrontos escusados, para sublinhar diferenças, para passar culpas, para apontar o dedo acusador ou para lavar as mãos.

Os tempos que correm exigem seriedade, colaboração, coragem, sentido de Estado e outras qualidades que têm faltado no discurso e na prática.

Nestes tempos difíceis não há uns e os outros. Nestes tempos difíceis temos que ser todos.

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Monday 8 April 2013

Margaret Thatcher




Morreu hoje a Baronesa Margaret Thatcher, a primeira e única mulher a ocupar o lugar de Primeiro-Ministro do Reino Unido - embora a própria não considerasse isso como digno de nota -.

Como todas as figuras relevantes, a Senhora Thatcher não deixa ninguém indiferente e há tantos que suspiram por um(a) novo(a) líder de fortes convicções que coloque o Reino Unido no centro do mundo, como os que sublinham a sua quase indiferença com os mais pobres na sociedade.

Mas por todos os certos e errados de mais de 11 anos de Governo, a parceria com Reagan no combate à União Soviética, a Guerra das Falkland, o isolacionismo na Europa - que hoje, comparado com a forma como os Tories evoluíram, parece leve e mesmo pró-europeu - e o feroz individualismo serão sempre lembrados como parte da herança de Margaret Thatcher.

Essa herança tornou-se central em todos os governos que se seguiram, incluindo no Governo Blair que soube aproveitar o melhor que o Thatcherimos deixou, temperado por preocupações sociais.

Goste-se ou não de Margaret Thatcher, a verdade é que o Reino Unido de hoje, com todas as suas qualidades e os seus defeitos, deve-lhe muito. Assim como lhe deve a Europa e o Mundo.

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Entretenimento amoral






House of Cards conta a história de um político ambicioso e sem escrúpulos que tudo fará para atingir os seus objectivos, inclusivamente matar os seus aliados mais próximos.

A primeira versão de House of Cards foi feita para a BBC nos anos 90 e acompanha a ascensão e queda de Francis Urquhart desde Presidente do Grupo Parlamentar Conservador até um dos mais poderosos Primeiros Ministros ingleses cuja ambição final é ultrapassar o legado de Thatcher. A versão de 2013, que podemos ver no canal TVSeries, segue a progressão de Francis Underwood, Presidente do Grupo Parlamentar do Partido Democrata americano.

Embora a versão americana seja visualmente mais bonita, Underwood é um aprendiz de feiticeiro quando comparado com a fria, inteligente e imparável ambição de Urquhart. Sem prejuízo, ambas as versões são divertidos estudos de ambição, amoralidade e maquinação política.

No meio de milhares de horas de porcaria inenarrável que a televisão nos serve diariamente, há alguns programas que merecem ser vistos ou, como diria Francis Urquhart quando queria confirmar alguma coisa sem o fazer: you may very well think that, I could not possible comment.

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Sunday 7 April 2013

Papa Francisco




Um mês é pouco tempo para formar uma opinião mas, até agora, o Papa Francisco tem sido um excelente pastor.

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O que importa está cá dentro




Semana passada fui e voltei de comboio ao Porto para uma reunião. No regresso, cansado da madrugada, entretive-me a ouvir o debate da Moção de Censura apresentada pelo Partido Socialista ao Governo.

Sem prejuízo para a seriedade do momento social, político, económico e financeiro que Portugal atravessa, as únicas intervenções que realmente entusiasmaram os nossos deputados foram os ataques político-partidários e a qualidade (ou falta dela) dos insultos que todos trocaram com todos ao longo da tarde.

Para os nossos representantes o mundo parece estar limitado ao pequeno mundo do Parlamento e dos Partidos Políticos. Depois espantam-se com a opinião que os eleitores têm de quem faz as leis que nos regem.

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Rui Moreira




Claramente por culpa minha nunca tinha lido ou ouvido Rui Moreira com atenção. Hoje ouvi-o numa entrevista onde se falou de muitos e variados assuntos. É agradável ouvir alguém sensato quando, infelizmente, cada vez há menos...

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Monday 1 April 2013

Azuis





Não sou grande fã de Futebol, tendo, em toda a minha vida, assistido a 3 jogos ao vivo. Nada disso impede a satisfação de ver o Beleneses de volta à primeira liga com tempo e pontos para dispensar a quem fizer falta.

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