Thursday 31 March 2011

Criança não entra


Todas as pessoas que viajam de avião, já sofreram certamente com crianças que, por norma, vão sempre na fila imediatamente atrás da nossa e não se calam, estão sempre a dar pontapés nas costas da nossa cadeira e, basicamente, transformam as horas que estamos presos no avião, numa viagem para o inferno.

Respondendo aos apelos deseperados dos "passageiros sem crianças", a Ryanair - para quem não sabe, uma companhia lowcost europeia - vai lançar, a preços mais caros, voos onde as crianças não poderão embarcar.

Se mesmo para quem tem filhos, a ideia de voar horas seguidas a aturar os filhos barulhentos, cansados ou apenas mal educados dos outros pode ser assustadora, imagine-se o que será para quem não os tem.. Eis um nicho de mercado tão óbvio que só espanta não ter sido explorado antes.

Wednesday 30 March 2011

Dia Internacional da Guerra de Almofadas


No próximo dia 2 de Abril (Sábado) tem lugar o Dia Internacional da Guerra de Almofadas em variadas cidades à volta do mundo. A ideia é simples: em hora e lugar pré-determinados, leve a sua almofada e junte-se à guerra.

Nos países de interesse deste blog, as batalhas terão lugar em Lisboa (Terreiro do Paço às 15H00), no Porto (Av. dos Aliados às 17H00), em Londres (Trafalgar Square às 3pm), em Belo Horizonte (Pç da Liberdade às 17H00), em Brasília (Museu da República às 17H00), em Manaus (Lg de S. Sebastião às 17H00), em Paranaguá (Pc 29 de Julho às 16H00) e em Salvador (Jardim dos Namorados às 17H00).

Aconselha-se os eventuais interessados a visitarem o link www.pillowfightday.com para se manterem informados.

Este foi mais um serviço de interesse público do blog Da Velha Albion às Terras de Vera Cruz.

Monday 28 March 2011

A caminho das eleições


O Presidente da República acaba de convocar o Conselho de Estado para o aconselhar, como a Constituição exige, sobre a dissolução da Assembleia da República. Tudo indica que dia 5 de Junho Portugal irá a votos.

Souto Moura


Eduardo Souto Moura acaba de ganhar o Prémio Pritzer 2011, considerado o mais alto galardão da arquitectura mundial.

Conheci (muito mal) o Arq. Souto Moura quando ele foi a Londres apresentar um projecto turístico da sua autoria. Pareceu-me um homem simpático e nada convencido da sua própria importância.

Para mim, que a primeira coisa que faço quando entro numa casa é deitar mentalmente umas paredes abaixo e levantar outras, é um prazer ver a arquitectura portuguesa receber o reconhecimento que merece.

Sunday 27 March 2011

Europa na rua


Lisboa, Atenas, Dublin, Bruxelas, Londres, etc... É cada vez maior a distancia entre o que se deve fazer, o que se pode fazer e o que se consegue fazer para tentar resolver a crise financeira europeia.

Thursday 24 March 2011

Bloomberg Brazil Economic Summit


A Bloomberg organiza na próxima semana uma "economic summit" onde varias pessoas discutirão o actual momento económico brasileiro, as suas oportunidades e armadilhas.

Não resistindo a um pouco de auto-propaganda, irei representar a AICEP no painel sobre investimento estrangeiro no Brasil, nas companhias de Walter Butler, Chairman and Partner, Butler Capital Partners; Chairman and CIO, Butler Investment Managers e Alexander Mirtchev, President, Krull Corp. USA; Independent Director of the Board, Kazakhstan’s Sovereign Wealth Fund.

Será uma excelente oportunidade para discutir o crescente interesse das empresas portuguesas no Brasil e aprender mais sobre a forma como o país é visto por outros investidores e empresários.

Eleições


Para estas eleições, gostaria que a campanha fosse honesta, elevada, séria, esclarecedora, com sentido de responsabilidade e sentido de Estado.

É pedir muito, bem sei...

Wednesday 23 March 2011

Os amanhãs que cantam


Esta manhã assisti a uma apresentação sobre a realidade da economia brasileira que mais que justifica a imagem deste post (emprestada de uma capa do The Economist). Utilizando números e estatísticas de série longa (20 a 30 anos), o Prof. Paulo Gala traçou um quadro de felicidade económica para o Brasil que ultrapassa as mais optimistas expectativas.

Para ser ter uma ideia, o Brasil tem em 2009 a mais alta renda per capita da sua história, o maior crescimento económico dos últimos 24 anos (média de 6%), a menor inflação total - incluindo os bens alimentares, factura energética e transportes - dos últimos 30 anos(cerca de 6%), um rácio positivo entre a dívida externa (12,1% do PIB) e as reservas internacionais (13,2% do PIB) e uma balança comercial externa positiva. Para além disso, está em pleno emprego, a divida pública caiu 38% em 8 anos (está em 40,4% do PIB) e a taxa de pobreza caiu 45,6% em 6 anos.

Claro está que nem tudo são rosas. O Brasil tem a maior taxa de juro do mundo, a moeda mais valorizada do G20 e uma dependência total das matérias-primas que representam 64,6% das exportações brasileiras. Aliás, o segredo do milagre económico brasileiro está na explosão do preço internacional das matérias-primas que permitiu ao Brasil ultrapassar a crise da dívida externa que limitava a capacidade do país em crescer.

Neste quadro invejável, fica a pergunta: será o crescimento brasileiro sustentável? Com as devidas precauções, a resposta parece ser positiva já que o Brasil continua a ser um país abençoado em termos de matérias-primas que são necessários no mercado mundial - e quando se pensa que já está tudo identificado, eis que surgem novos poços de petróleo - e o mercado interno tem ainda uma enorme margem de crescimento que poderá sustentar a economia brasileira por bons anos.

Em tempos dizia-se que "o Brasil é um País de futuro... e sempre o será". Mas, como se diz agora, "o futuro já chegou".

Tuesday 22 March 2011

Bloco Central?


São cada vez mais e mais variadas as vozes que falam na necessidade de um entendimento formal entre os dois principais partidos portugueses. Uma coisa é certa: a situação do País exige medidas de fundo e pessoas com Sentido de Estado.

O que nos guardará o amanhã?

Sunday 20 March 2011

O que é o Multiculturalismo?









Um muito interessante debate entre jornalistas do The Guardian e do Der Spiegel sobre o que significa Multiculturalismo e onde ficam claras algumas diferenças entre as concepções britânica e alemã.

Restaurante Pedro dos Leitões


Li algures que o Restaurante "Pedro dos Leitões" sofreu uma explosão e ficou em muito mau estado. Para que não sabe, e como o nome indica, o "Pedro dos Leitões" especializou-se em leitão assado e atraía pessoas de Portugal inteiro.

A nossa tristeza é a a alegria dos leitões.

Obama no Brasil


O Presidente Barak Obama está este fim de semana no Brasil para a sua primeira visita oficial.

Embora os Estados Unidos não tenham apoiado publicamente a pretensão brasileira a um lugar permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (como fizeram com a Índia e o Japão) não deixa de ser sintomático que a primeira visita que Presidente Dilma receba seja a do Presidente Americano.

Do programa oficial consta ainda um discurso a proferir hoje no Rio de Janeiro que se poderá estabelecer a visão da Casa Branca sobre as relações Estados Unidos - América Latina, a exemplo do discurso do Cairo sobre as relações com o Mundo Árabe.

A ser assim, o Brasil assume-se como o principal parceiro americano na região, o que é uma mudança fundamental na política externa brasileira do Presidente Lula, passados escassos 5 meses desde a vitória de Dilma Rousseff.

Para quem esperava que o Governo Dilma fosse nada mais que a continuação do Governo Lula, há surpresas no ar.

Friday 18 March 2011

Teatime


Quando vivi em Bristol houve uma tentativa (frustrada) por parte de alguns amigos ingleses em me apresentarem o jogo de Cricket.

A experiência começou de forma pouco inspiradora quando resolveram explicar-me as regras do jogo, que ocupam um livro de tamanho respeitável. De todas as regras, só decorei que se o batedor levar muito tempo a vestir-se é imediatamente excluido, o que me pareceu antipático já que o jogo é, todo ele, muito demorado (chegando a durar dias). Mas, por mais que eu perguntasse, ninguém foi capaz de me explicar porque é que só o pobre batedor é que tem que se despachar.

Mas o momento mais alto da minha relação com o Cricket teve lugar quando fomos ver um jogo na televisão. Sentados na Common Room do Departamento (também conhecido como "a cozinha"), ligou-se a BBC e vimos os guerreiros modernos do desporto britânico a... tomarem chá pelo campo, enquanto uns entendidos da BBC discutiam o jogo.

Perante tal demonstração de vitalidade desportiva, teci alguns comentários que considerei apropriados e que resultaram, para meu alívio e má disposição dos meus tutores na arte do cricket, no fim imediato da minha educação desportiva.

Thursday 17 March 2011

Bimbyalhadas


No Natal a Margarida e eu comprámos uma Bimby. Para que não conheça esta máquina maravilhosa, basta cortar, medir e atirar lá para dentro alguns ingredientes e, passado uns minutos, aparece comida feita.

Semana passada, fizemos uma refeição completa na Bimby. A saber: caipirinhas; sopa de abóbora; lombo de porco recheado com ameixas e uma mousse de chocolate. E estava tudo óptimo!

Que triste semana


O Japão destruído por terramotos e tsunamis e à beira de um desastre nuclear; o Ocidente a vacilar e a revolução líbia à beira de um banho de sangue; As instituições portuguesas a falharem e o país à beira de ser devorado pelos mercados; a União Europeia a ignorar os seus princípios fundadores e à beira da irrelevância.

Há semanas que mais vale nem sair da cama!

Sunday 13 March 2011

Sinais


Das manifestações de ontem fico dividido entre a satisfação de ver o acordar da sociedade civil portuguesa e a preocupação da aparente falta de confiança das pessoas nas instituições. Sem confiança não há legitimidade e sem legitimidade não há Estado organizado.

Espero que os sinais de ontem sejam percebidos e considerados por todos, para bem da nossa Democracia.

Friday 11 March 2011

O Teatro de S. Carlos no meio da floresta


A época de ouro da economia amazónica baseou-se no comércio da borracha, que permitiu o surgimento de uma muito poderosa burguesia no Séc. XIX, os chamados Barões da Borracha.

Maçados em Manaus e a querer mostrar o seu poderio económico, os Barões da Borracha não encontraram nada melhor para fazer do que construir um enorme teatro de ópera no meio da Amazónia. E se bem pensaram, melhor fizeram!

O Teatro de Manaus, desenhado por portugueses com base no Teatro de S. Carlos, é uma demonstração do poder do dinheiro e da falta de juízo já que para a sua construcção, os Barões da Borracha encomendaram tudo na Europa: os marmores vieram da Itália, os ferros da Inglaterra e Escócia, os gessos de Portugal, as pinturas de Paris e, sem prejuízo para o facto de estarem cercados por uma floresta gigantesca, até 3 dos 4 tipos de madeira usados foram importados de Portugal, da França e da Inglaterra. E, claro está, para actuar no Teatro, era necessário "importar" companhias de ópera inteiras da Europa.

Imagine-se o que terá sido uma noite na ópera de Manaus no Séc. XIX: os Barões da Borracha de casaca e as Baronezas de vestidos compridos, com uma temperatura que no verão ultrapassa os 40ºC e uma humidade medonha, no meio da floresta equatorial, a ouvirem óperas em italiano, francês ou alemão. Deve ter sido digno de se ver.

Mas toda a loucura será recompensada! Graças à existência do Teatro, Manaus é sede do único Festival de Ópera do Brasil, que pode ser visto hoje em dia sob o efeito de um ar-condicionado.

Sob o signo do Amazonas


O Rio Amazonas, o maior rio do Mundo (tendo "crescido" 500km numa nova medição feita apartir de satélites e, portanto, ultrapassado o Nilo), marca e impõe-se às pessoas que vivem na sua orla de forma total.

Para além de garantir a subsistência das populações ribeirinhas, o rio é a única forma de comunicação entre as várias comunidades a ponto de os serviços públicos terem que se adaptar ao Amazonas. Vemos, assim, barcos-hospital, barcos-tribunal ou barcos-banco que andam pelo rio a servirem as pessoas. Aliás, só há duas formas de se chegar a Manaus, capital do Estado: ou de avião ou pelo rio.

De tal forma o rio é importante que há comunidades inteiras que vivem em cidades flutuantes, onde as casas são construídas sobre troncos de assacu (uma madeira grande, resistente à água e flutuante) e que estão atracadas à costa e umas às outras. Como as casas são flutuantes, há espaço para algumas bizarrias como a comunidade que vistámos que teve a respectiva igreja roubada. Não roubaram a caixa das esmolas ou os paramentos mas o próprio edifício da igreja: alguém cortou os cabos de amarração e rebocou-a.

Se o Rio Amazonas se limitasse a ser o maior rio do mundo, cortando a maior floresta equatorial do planeta já seria impressionante. Mas o Rio Amazonas é também a força dominante na vida das pessoas que vivem nas suas margens, sem o qual estariam ainda mais isoladas do que já estão.

A floresta


A floresta amazónica, cuja área é equivalente a 14 países europeus, é uma massa interminável e contínua de árvores de todos os tamanhos e feitios, debaixo de uma humidade que se cola à pele e com um cheiro constante de folhas em decomposição.

E, no entanto, é fascinante andar pela floresta, sem termos ideia onde estamos (felizmente o guia sabia...), sem conseguirmos ver mais de uns poucos metros para lá da parede de árvores, sem saber o que nos espreita e a ouvir um barulho constante de insectos e pássaros.

Igualmente fascinante é a quantidade de doenças para as quais a floresta fornece remédios através de raízes, casca de árvores ou folhas e há igualmente plantas que limpam água ao ponto de se tornar potável. Naturalmente nem tudo faz bem já que apenas 30% dos frutos que se encontram na amazónia são comestíveis, o que não é problema pois há um método infalível para distinguir uns dos outros: só comer os frutos que os macacos comerem.

Há mundos no Mundo que me são completamente estranhos e desagradáveis. A floresta equatorial é um deles. Mas é, ao mesmo tempo, um mundo cheio de interesse que merece ser visitado.

Animas e mais animais


Uma das alegrias da amazónia é a quantidade de animais selvagens que conseguimos ver na floresta. Em 3 dias vimos 2 preguiças, 4 espécies de macacos, 2 espécies de papagaios, várias aves de rapina e outros passaros, crocodilos de vários tamanhos (um dos quais pudemos agarrar), 3 espécies de piranhas, 2 piracuris (o maior peixe de escamas do mundo), imensos lagartos e mosquitos de todas as formas e tamanhos.

Mas o melhor de todas as experiências zoológicas foi ter nadado com os botos cor-de-rosa do amazonas que é um animal amistoso e simpático e estes em particular, estando habituados a pessoas, até se deixam tocar.

Haverá poucos lugares no mundo onde ainda é possível ver tantas espécies animais no seu habitat natural em tão pouco tempo. A floresta amazónica é um deles.

Thursday 10 March 2011

O mundo acaba no horizonte


Neste mundo interligado, interdependente, dos telemóveis, da internete, das notícias 24 horas por dia e das redes sociais, é quase impossível não acompanhar o que se passa em casa e por toda a parte, mesmo quando não queremos.

No entanto, há um outro mundo, onde não há televisão, rede de telemóvel ou acesso à internet e que as únicas ralações são aquelas que estão ao alcance dos olhos. Foi nesse mundo, na floresta amazónica a uma hora de Manaus, que eu passei os quatro dias do carnaval.

É uma estranha sensação de isolamento não saber nem ter como saber o que se passa no mundo. E se há um certo grau de libertação na ignorância, há também uma barreira muito próxima no que podemos fazer, desejar ou alcançar com as nossas vidas.

Sendo um filho da era da informação, prefiro o stress de saber à limitação de achar que o Mundo acaba na ponta do meu nariz, por mais relaxante que isso possa ser.

Friday 4 March 2011

Longe das redes


Como contei uns posts abaixo, amanhã a Margarida e eu vamos para um hotel na Floresta Amazónica a uma hora de Manaus. Como o hotel nem televisão nos quartos tem, quanto mais rede de telemóvel ou hi-fi, só voltaremos a estar contactáveis no nosso regresso a São Paulo.

Até lá desejo ao leitor ou leitores destas notas um animado Carnaval.

Thursday 3 March 2011

Que bom, chove e está frio


Depois de semanas de um calor abrasador e pouca chuva, uma frente fria vinda do atlantico estacionou sobre o Rio de Janeiro, puxando a humidade do Amazonas. Como resultado, nos últimos dias tem estado 20ºC e chuviscos em São Paulo.

Como é bom ter frio à noite e dormir tapado!

Wednesday 2 March 2011

Um país abençoado


Passei os dois últimos dias em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, para um conjunto de reuniões com autoridades estaduais, locais e entidades privadas. Para além da recepção sempre simpática e cordial e das boas perspectivas de trabalho conjunto que surgiram, fico sempre impressionado com a riqueza do Brasil.

Minas Gerais, que é maior que a França e produz 10% do PIB brasileiro, é um dos maiores produtores de ferro e outros minérios do mundo, o que impulsionou o surgimento de uma poderosíssima industria siderúrgica e metalo-mecanica. Como se não bastasse, o solo do Estado é extremamente fértil o que faz com a sua agro-indústria seja tão eficaz quanto a sua indútria pesada.

Acrescente-se que, para um português, dá gosto ver a forma com que os Mineiros se consideram os mais portugueses de todos os brasileiros, condição que reafirmam constantemente com satisfação e orgulho.

Cada vez que saio da cidade de São Paulo fico com a certeza que dificilmente a natureza poderia ter sido mais generosa com o Brasil.

Quem espera sempre alcança


Quando fui Chefe de Gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros Freitas do Amaral, recebi um telefonema do Embaixador de um país acreditado em Lisboa a perguntar se o Ministro recebesse um convite oficial para visitar o país em questão, este aceitaria. Tendo assegurado o meu interlocutor que um convite seria muito bem recebido, fiquei a aguardar que o mesmo se materializasse.

Passadas umas semanas, o mesmo Embaixador convidou-me, com um ar preocupado, para almoçar pois tinha um assunto delicado que queria discutir comigo.

Depois de evitar o mais que podia a questão, o Embaixador encontrou na ementa que consultava longamente coragem para me dizer o que o preocupava: tinha falado com a sua Capital sobre o convite mas estes haviam respondido que o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal já tinha sido convidado para visitar oficialmente o país e que não havia respondido. Nessa medida, não se via necessidade de o voltar a convidar.

Nessa altura da conversa eu estava obviamente pouco àvontade: como é que era possível que eu tivesse deixado passar o convite? Por mais que tentasse, não me lembrava de nenhum convite! Que outros assuntos importantes ou urgentes teria eu ignorado?

O meu interlocutor, sem notar o meu crescente incomodo, perguntou-me se o Ministro se importaria de responder positivamente ao convite, tendo em consideração que o mesmo havia sido feito... há mais de 20 anos, em nome de outro MNE.

Imediatamente aliviado e já com vontade de rir respondi-lhe que as pessoas mudam mas que o convite era para o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, fosse ele ou ela quem fosse, pelo que teriamos todo o gosto em aceitar.

Daí em diante, o almoço foi um conjunto de simpatias mútuas e terminámos a brindar à amizade entre os nossos povos.