Friday, 11 March 2011
O Teatro de S. Carlos no meio da floresta
A época de ouro da economia amazónica baseou-se no comércio da borracha, que permitiu o surgimento de uma muito poderosa burguesia no Séc. XIX, os chamados Barões da Borracha.
Maçados em Manaus e a querer mostrar o seu poderio económico, os Barões da Borracha não encontraram nada melhor para fazer do que construir um enorme teatro de ópera no meio da Amazónia. E se bem pensaram, melhor fizeram!
O Teatro de Manaus, desenhado por portugueses com base no Teatro de S. Carlos, é uma demonstração do poder do dinheiro e da falta de juízo já que para a sua construcção, os Barões da Borracha encomendaram tudo na Europa: os marmores vieram da Itália, os ferros da Inglaterra e Escócia, os gessos de Portugal, as pinturas de Paris e, sem prejuízo para o facto de estarem cercados por uma floresta gigantesca, até 3 dos 4 tipos de madeira usados foram importados de Portugal, da França e da Inglaterra. E, claro está, para actuar no Teatro, era necessário "importar" companhias de ópera inteiras da Europa.
Imagine-se o que terá sido uma noite na ópera de Manaus no Séc. XIX: os Barões da Borracha de casaca e as Baronezas de vestidos compridos, com uma temperatura que no verão ultrapassa os 40ºC e uma humidade medonha, no meio da floresta equatorial, a ouvirem óperas em italiano, francês ou alemão. Deve ter sido digno de se ver.
Mas toda a loucura será recompensada! Graças à existência do Teatro, Manaus é sede do único Festival de Ópera do Brasil, que pode ser visto hoje em dia sob o efeito de um ar-condicionado.
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como prometi estive agora atualizar me lendo tudo ate Janeiro. Gostei especialmente das seis nações.
ReplyDeleteTantao