Monday 28 June 2010

O elo mais fraco


Graças à FIFA, o árbrito de um jogo de futebol é a única pessoa no Mundo que não tem acesso às imagens gravadas das jogadas duvidosas. Mas é igualmente a única pessoa que toma decisões.

Enquanto a FIFA não entrar no Séc. XXI, haverá sempre espaço para a personagem do Jô Soares que, vestido de árbrito e olhando para a fotografia de uma velhina, queixava-se: Mamãe, 120 mil pessoas xingando a senhora...

Thursday 24 June 2010

Sol e sombra


Fotografia tirada do vai-vem Columbia na sua última missão.

Wednesday 23 June 2010

Cara-a-cara com os eleitores


Tal como no resto da Europa, o Reino Unido acaba de apresentar um orçamento com aumentos de impostos, congelamento de salários da função pública e um corte de 20% nas despesas públicas.

Para explicar as opções do Governo e as suas implicações, o Primeiro Ministro e o Primeiro Ministro Adjunto, David Cameron e Nick Clegg, estão em directo na BBC a responder a perguntas de uma audiencia composta por funcionários públicos, pequenos empresários, mães solteiras, reformados, estudantes, desempregados, etc.

Como seria de esperar, as situações pessoais de alguns dos intervenientes são muito difícies e ficarão piores e as perguntas e comentários não deixam dúvidas sobre os tempos que se aproximam. Mas, pelo menos, os que tomaram as decisões estão a explica-las a quem os elegeu.

Coisas que se ouvem IV


Hoje à hora do almoço fui à recepção do dia da Eslovénia, nos jardins do Travellers Club em Pall Mall. Enquanto conversava com algumas pessoas que conhecia, apareceu uma senhora com cerca de 70 anos que se apresentou: "Sou a Condessa Maria - não decorei o apelido -, Polaca, Cidadã do Mundo e Femme Extraordinaire."

Tuesday 22 June 2010

Finalmente


Consegui ir à praia pela primeira vez desde Agosto de 2009!! Durante duas horas inteiras estive em S. João da Caparica a apanhar sol e até dei um mergulho (numa água muito fria).

De bestas a bestiais em 7 actos ou a psicose nacional


Esta imagem, tirada do facebook de uma amiga, vista em conjunto com a imagem em baixo, recebida por email no fim da semana passada é a síntese da nossa psicose nacional. Somos um povo de estados de alma.

Wednesday 16 June 2010

Futebol e samba


Fotografias tiradas em São Paulo antes e durante o jogo do Brasil x Coreia do Norte

Em muito boa companhia


Sem prejuizo para a vergonhosa auto-propaganda (e mostrando que nem tudo do que aprendi frutificou), agradeço à Andreia Azevedo Soares por me por em tão boa companhia no Bordado Inglês

Bom tempo? Mas e o jardim?


O tempo esta semana vai estar muito agradável no Reino Unido, com sol e uma temperatura civilizada. Mas, a BBC abre a previsão metereológica a dizer: "más notícias para os jardins..."

Monday 14 June 2010

Quando a culpa não morre solteira


Em Novembro de 2008 o Bébé P, na fotografia, morreu vitima de maus tratos às mãos da mãe e do padrasto. 18 meses depois, os culpados estão presos, a directora dos serviços sociais que acompanhavam a família foi demitida, recorreu e viu a demissão confirmada e o médico que observou o Bébé P 8 dias antes da sua morte está a responder a um inquérito para se perceber se houve negligência.

Neste caso a culpa, sempre tão solitária, está devidamente acompanhada.

Sunday 13 June 2010

Adeus à Bélgica?


A Bélgica foi hoja às urnas e os primeiros resultados indicam uma vitória dos independentistas flamengos. Será este o fim da Bélgica? E caso seja, será que a Valónia conseguirá manter a sua unidade? O que acontecerá a Bruxelas?

Sejam quais forem as respostas a estas perguntas fica uma certeza e uma esperança. A primeira é que mesmo na Bélgica, provavelmente o país mais influenciado pela Construção Europeia, as tensões nacionalistas continuam vivas. A esperança é que, se a separação tiver que acontecer, os exemplos Checo e Eslovaco estejam presentes.

O ciência e a FCT


A FCT acaba de anunciar que irá deixar de atribuir bolsas para alunos de doutoramento estrangeiros virem trabalhar em Portugal. Triste idea a vários níveis.

Por um lado, a FCT parece ignorar que a ciência faz-se por exposição a outras ideias e metodologias e que Univesidade Portuguesa necessita de abrir portas e janelas a outras culturas cietíficas e organizacionais.

Por outro lado, numa altura em que fazemos um esforço coletivo de promoção da nossa economia de base tecnológica e inovadora, afastar de Portugal as melhores cabeças não parece fazer qualquer sentido.

De volta ao Séc XIX científico?

Coisas que se ouvem III


Num autocarro, a passar à frente de uma prisão, diz uma mãe a um filho: "acena ao pai".

Friday 11 June 2010

Masoquismos


Entre os vários canais de notícias que tenho acesso, conta-se a Fox News que é, com eventual excepção da televisão da Coreia do Norte ou outros países semelhantes, o mais politicamente motivado, pouco credível, desequilibrado e irritante canal que conheço. E, no entanto, lá o vou vendo...

Tuesday 8 June 2010

O grande salto em frente?


O Eurogrupo, que reúne os Países membros da moeda única, concordou em analizar as propostas de orçamentos nacionais a nível europeu antes de os apresentar aos respectivos Parlamentos.

Face à recente crise Grega e o impacto que a mesma teve nos restantes Países do Euro, percebe-se a preocupação do Eurogrupo mas não deixa de ser um enorme passo em direcção a um procedimento orçamental federalizado.

Nada como uma boa crise para fazer avançar a integração?

Sunday 6 June 2010

Nunca é de mais lembrar


Democracia é mais do que eleições livres, justas, periódicas e secretas. É também respeitar os direitos fundamentais, o estado de direitos, o controle democrático das instituições e os direitos económicos e sociais.

Friday 4 June 2010

A nossa invasão da Normandia - Dia 3

E ao terceiro dia fez-se sol! Depois de chuva e vento no primeiro dia (ver 2 posts infra) e nuvens no segundo (ver post imediatamente abaixo) no terceiro dia da nossa viagem esteve um tempo radiante, cheio de sol e calor. Por isso, começámos o dia a passear pela praia de Luc-Sur-Mer

que tem uma fila de barraquinhas fechadas onde os repectivos proprietários guardam os guarda-sois, cadeirinhas, brinquedos das crianças e outros equipamentos estivais durante a época balnear.

Quando penso no muito que carrego de e para casa todos os dias que vou à praia, não posso deixar de invejar o alto grau de civilidade normanda...

Voltando às praias da invasão, rumámos à última do nosso percurso, a cerca de 4 ou 5 km de distancia. Sword, ocupada por forças britânicas e um batalhão da França Livre, fica hoje numa cidadezinha com um ar próspero e simpático,

e, como nas restantes praias que vistámos, não fosse pelos monumentos e museus, dificilmente se advinharia o que aqui aconteceu.



A nossa paragem seguinte foi num dos muito cemitérios britânicos que existem um pouco por toda a parte. Ao contrário dos americanos, que concentraram os seus mortos num único local, os soldados britânicos estão enterrados em vários cemitérios mais pequenos.

O cemitério britânico é, ao contrário do americano, muito mais "familiar": para além de indicar a idade dos soldados (pelo menos 1 miudo morreu com 16 anos) há espaço nas lápides para mensagem familiares, do género "Mum and Dad are very proud", "Wife, Baby and Mother" ou "Joins his Brother Eric lost at Sea in 1940 and his Brother - não me lembro do nome - lost at Sea in 1942". Aqui, mais do que soldados, estão enterradas pessoas com pais, mulheres e filhos que os choram.

A nossa última paragem foi a Ponte Pegasus, ocupada por paraquedistas britânicos na noite de 5 para 6 de Junho de 1944. Tal como o flanco oeste havia sido protegido pelos americanos em Sainte Mere Eglise, o flanco leste da invasão tinha que ser ocupado para proteger as forças anfíbias. Para além disso, era necessário impedir a destruição de duas pontes fundamentais ao avanço aliado em direcção à Alemanha.

Como se pode ver, a missão foi totalmente bem sucedida, e a ponte pode ser visitada hoje em dia no respectivo Museu.

Terminada a nossa invasão da Normandia, fomos passar o resto do dia a Caen, uma cidade de bom tamanho, com restaurantes abertos o dia todo, supermercados, livrarias e lojas. A Margarida estava encantada!!

À noite, cansados mas contentes

embarcámos, na companhia de muitos e variados "amigos" motards

num ferryboat que levou a noite toda a chegar a Portsmouth. Como tinhamos marcado uma cabine com casa-de-banho e janela, a viagem fez-se muito bem a dormir (eu mais do que a Margarida) até sermos acordados às 5H30 da manhã por uma musiquinha irritante e uma voz a lembrar que faltava uma hora para atracarmos.

Tendo desembarcado primeiro, chegámos a Londres às 9H30 da manhã - poupando 1 hora ou até mais no trânsito da manhã por irmos de mota -, no preciso momento que começou a chover a potes!

A nossa invasão da Normandia foi um assinalável sucesso. A viagem vale bem a pena quer pela beleza da costa normanda quer pelo seu significado histórico e humano. E termos ido de mota acrescentou-lhe um tom de aventura divertido para além de termos descoberto uma camaradagem entre estranhos que não conheciamos e termos poupado imenso tempo a filtrar o transito de e para Londres. Há, claro está, algumas lições aprendidas, nomeadamente ficar em bons hoteis, fazer tiradas curtas ou com paragens sucessivas e comprar um vidro para a mota, principalmente para andar nas auto-estradas.

E para que não se pense que só eu é que gostei, a Margarida diz: "FOI MUITO BOM" (as maiúsculas são minhas...)

Thursday 3 June 2010

A nossa invasão da Normandia - Dia 2

O segundo dia da nossa viagem normanda (ver o 1º dia no post infra) começou com uma busca quase desesperada por uma pastelaria em Bayeux onde pudessemos tomar o pequeno almoço. Se já tinhamos estranhado a falta de restaurantes e pastelarias nas vilas francesas por onde haviamos passado na véspera, não encontrar um lugar para tomar o pequneo almoço numa cidade do tamanho de Bayeux vacilava entre o ridículo e o circense. Depois de muito procurar, lá encontrámos um café que, não sendo nem bom nem mau, ao menos servia pequenos almoços.

De barriga cheia, dedicámos 1 hora a outra invasão: a invasão normanda da Inglaterra no Séc. XII retratada na "Tapeçaria de Bayeux" que é uma banda desenhada e que conta a morte do Rei inglês Eduardo o Confessor, o convite ao duque normando Guilherme para se tornar Rei da Inglaterra, a traição de Haroldo e a invasão que se seguiu. A tapeçaria é uma obra de arte e uma cronologia histórica e merece bem uma visita.

Depois de visitar a Catedral, que sendo bonita não se distingue de outras que tenho visto,

voltámos a Omaha para visitar o Cemitério Americano em Colleville-sur-Mer.

Para além de termos encontrado o Attorney-General dos Estados Unidos (e uma montanha de guarda-costas que o acompanham) a visita é muito impressionante pois o Cemitério está impecavelmente tratado e as 9 mil campas limpas e alinhadas sobre a praia onde muitos dos que ali estão morreram.

E, no entanto, há uma falta de personalização das campas, todas iguais e sem nos dar qualquer pista sobre que foi a pessoa ali enterrada. É um cemitério militar, onde os mortos são, antes de mais, soldados. A única excepção que vi foi a campa na fotografia em baixo, onde alguém conseguiu tornar o soldado numa pessoa com história e família.


Depois de termos almoçado a omelete mais cara de que me lembro no único restaurante aberto às 3 e tal da tarde, fomos por uma estrada sempre à beira mar para a próxima praia do desembarque: Gold, onde os ingleses contruiram um dos dois portos artificiais utilizados na invasão, cujos restos ainda são visíveis em terra e no mar e que tem um museu muito interessante com maquetes sobre a construção e utilização dos ditos.


Por esta altura estava a tornar-se claro que há um espírito de camaradagem entre os motards que não existe de todo entre os motoristas. Sempre que nos cruzavamos com outras das muitas motas que estavam a fazer os mesmos caminhos, eramos cumprimentados com um aceno de mão ou de cabeça e tenho a certeza que se tivessemos tido qualquer problema haveria quem parasse para nos ajudar.

A última praia do dia foi Juno, que foi invadida pelas forças canadianas. Embora haja um museu, já não chegámos a horas para o visitar, pelo que limitámo-nos a passear pela praia e a olhar para aquela imensa areia sem pessoas nem barulho

e o monumento aos soldados que ali lutaram e morreram


O segundo dia acabou em Luc-Sur-Mer, onde ficámos num hotel algo decadente

mas com uma vista linda sobre o mar


Amanhã, o terceiro e último dia da nossa invasão.

A nossa invasão da Normandia - Dia 1

A Margarida e eu passámos o fim-de-semana passado, aproveitando o feriado na Segunda-feira, a visitar as praias do desembarque da Normandia, no nosso primeiro passeio de mota. Eis o nosso primeiro dia.

Partimos ao fim do dia de Sexta-feira para Portsmouths para apanhar o Ferry para Cherbourg. A primeira novidade foi o facto de as motas serem as primeiras a embarcar e das primeiras a sairem, o que poupa imenso tempo de espera.

A travessia para França durou 3H30 a bordo de num ferryboat rápido, com vários cafés e cadeiras confortáveis, como se poderá ver na segunda fotografia.


Chegados a França, fomos directos para Bricquebec, onde ficámos bem instalados no Chateau local

no quarto que foi utilizado pela Rainha Vitória e pelo Principe Alberto na sua visita a Bricquebec no dia 18 de Agostos de 1857


No dia seguinte, debaixo de uma chuva persistente e sob um vento cansativo, começámos a nossa visita aos locais do Dia-D por Sainte Mere Eglise, que foi ocupada por paraquedistas americanos na noite de 5 para 6 de Junho 1944 e que marca a ponta oeste do teatro de operações. Começámos por visitar o Museu, seguindo-se a igreja onde um dos paraquedistas ficou pendurado durante 3 horas, tendo sobrevivido porque fingiu que estava morto. Hoje em dia, um manequim em tamanho natural "vive" na torre da igreja...


A nossa paragem seguinte, aproveitando uma melhoria no tempo


foi Utah Beach, ocupada pelas forças americanas.

Uma vez mais, fomos ao Museu local e passeámos pela praia a tentar imaginar o que se passou há 66 anos neste canto sossegado do norte da França.


De Utah, fomos para Point du Hoc, um promontório que domina as praias de Utah e Omaha onde os alemães tinham instalado obuses pessados e que tinham que ser destruídos antes das forças aliadas chegarem. A missão foi confiada aos Rangers que, usando cordas, escalaram um penhasco durante a noite e ocuparam o local.

Point du Hoc é o único local que visitámos onde ainda é possível ver o resultado dos bombardeamentos do Dia-D



De Point du Hoc fomos tentar almoçar. Embora fossem quase 3 da tarde, estávamos certos que em qualquer lugarejo francês encontrariamos um bom restaurante ou pelo menos um café. Erro nosso! Eventualmente, lá encontrámos um restaurante onde a patroa simpaticamente nos deu de comer.

A nossa paragem seguinte foi em Omaha Beach. Por esta altura, já não tivemos coragem de visitar os 3 Museus em Omaha e limitámo-nos a passear pela praia. Uma vez mais, é difícil imaginar milhares de miúdos a desembarcarem e morrerem nestas vilazinhas sossegadas.



Após Omaha, fomos para Bayeux onde passámos a noite. Tinhamos marcado um Hotel que nos pareceu muito civilizado e agradável

mas que mais não era do que um MUITO caro B&B.

Amanhã espero contar o nosso 2º dia.