Friday, 4 June 2010

A nossa invasão da Normandia - Dia 3

E ao terceiro dia fez-se sol! Depois de chuva e vento no primeiro dia (ver 2 posts infra) e nuvens no segundo (ver post imediatamente abaixo) no terceiro dia da nossa viagem esteve um tempo radiante, cheio de sol e calor. Por isso, começámos o dia a passear pela praia de Luc-Sur-Mer

que tem uma fila de barraquinhas fechadas onde os repectivos proprietários guardam os guarda-sois, cadeirinhas, brinquedos das crianças e outros equipamentos estivais durante a época balnear.

Quando penso no muito que carrego de e para casa todos os dias que vou à praia, não posso deixar de invejar o alto grau de civilidade normanda...

Voltando às praias da invasão, rumámos à última do nosso percurso, a cerca de 4 ou 5 km de distancia. Sword, ocupada por forças britânicas e um batalhão da França Livre, fica hoje numa cidadezinha com um ar próspero e simpático,

e, como nas restantes praias que vistámos, não fosse pelos monumentos e museus, dificilmente se advinharia o que aqui aconteceu.



A nossa paragem seguinte foi num dos muito cemitérios britânicos que existem um pouco por toda a parte. Ao contrário dos americanos, que concentraram os seus mortos num único local, os soldados britânicos estão enterrados em vários cemitérios mais pequenos.

O cemitério britânico é, ao contrário do americano, muito mais "familiar": para além de indicar a idade dos soldados (pelo menos 1 miudo morreu com 16 anos) há espaço nas lápides para mensagem familiares, do género "Mum and Dad are very proud", "Wife, Baby and Mother" ou "Joins his Brother Eric lost at Sea in 1940 and his Brother - não me lembro do nome - lost at Sea in 1942". Aqui, mais do que soldados, estão enterradas pessoas com pais, mulheres e filhos que os choram.

A nossa última paragem foi a Ponte Pegasus, ocupada por paraquedistas britânicos na noite de 5 para 6 de Junho de 1944. Tal como o flanco oeste havia sido protegido pelos americanos em Sainte Mere Eglise, o flanco leste da invasão tinha que ser ocupado para proteger as forças anfíbias. Para além disso, era necessário impedir a destruição de duas pontes fundamentais ao avanço aliado em direcção à Alemanha.

Como se pode ver, a missão foi totalmente bem sucedida, e a ponte pode ser visitada hoje em dia no respectivo Museu.

Terminada a nossa invasão da Normandia, fomos passar o resto do dia a Caen, uma cidade de bom tamanho, com restaurantes abertos o dia todo, supermercados, livrarias e lojas. A Margarida estava encantada!!

À noite, cansados mas contentes

embarcámos, na companhia de muitos e variados "amigos" motards

num ferryboat que levou a noite toda a chegar a Portsmouth. Como tinhamos marcado uma cabine com casa-de-banho e janela, a viagem fez-se muito bem a dormir (eu mais do que a Margarida) até sermos acordados às 5H30 da manhã por uma musiquinha irritante e uma voz a lembrar que faltava uma hora para atracarmos.

Tendo desembarcado primeiro, chegámos a Londres às 9H30 da manhã - poupando 1 hora ou até mais no trânsito da manhã por irmos de mota -, no preciso momento que começou a chover a potes!

A nossa invasão da Normandia foi um assinalável sucesso. A viagem vale bem a pena quer pela beleza da costa normanda quer pelo seu significado histórico e humano. E termos ido de mota acrescentou-lhe um tom de aventura divertido para além de termos descoberto uma camaradagem entre estranhos que não conheciamos e termos poupado imenso tempo a filtrar o transito de e para Londres. Há, claro está, algumas lições aprendidas, nomeadamente ficar em bons hoteis, fazer tiradas curtas ou com paragens sucessivas e comprar um vidro para a mota, principalmente para andar nas auto-estradas.

E para que não se pense que só eu é que gostei, a Margarida diz: "FOI MUITO BOM" (as maiúsculas são minhas...)

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