Friday 16 May 2014

Ver o que não está lá


Ontem, regressando das minhas visitas no Alentejo, fui parado numa operação auto-stop da GNR. Sendo a primeira vez que fui parado de mota, estava com alguma curiosidade sobre o que preocuparia a guarda. Seria o estado dos pneus? A certificação do capacete?

Depois de olhar para os documentos da mota e perguntar (mas sem achar necessário confirmar) se eu tinha bebido alguma bebida alcóolica (que eu não tinha) o guarda ficou a olhar para a minha carta de condução, que é ainda a carta inglesa.

Passado um tempo, perguntou-me  sempre muito bem educado e simpático - se eu não teria uma carta portuguesa ao que eu respondi que não mas que a minha carta inglesa está registada no Instituto da Mobilidade Terrestre, antiga DGV.

Olhando novamente e com mais atenção para a carta, o representante da autoridade confirmou que assim era, embora nada esteja escrito na minha carta sobre o assunto...


Wednesday 14 May 2014

Pelos caminhos do Alentejo


Nas últimas semanas, por razões profissionais, tenho percorrido várias vezes o Alentejo entre Évora, Beja, a Vidigueira, Ourique e Santo André e, como faço estas viagens de mota, tenho usado estradas municipais longe das principais estradas e auto-estradas. 

Nestas andanças descobri o óbvio: há um Portugal desconhecido, com aldeias e vilas bonitas, restaurantes escondidos onde se come bem e se paga pouco  e estradas bem tratadas onde raramente passam carros e onde o tempo não tem pressa.

O nosso Portugalinho tem os seus segredos. 

Tuesday 13 May 2014

E o último fechou a porta


Com pouca ou nenhuma modéstia, transcrevo aqui o artigo que publico hoje no Diário Económico:

"No início a Europa era a guerra. E a guerra era constante e destruidora. E a guerra matou gerações incontáveis de europeus. Mas a guerra não parava e continuava a destruir e a matar em nome de nações e de interesses egoístas. Até que a guerra se tornou na encarnação do mal e a destruição ultrapassou o entendimento. E os Europeus disseram não à guerra.

E da guerra, nasceu a paz. E os europeus construíram um espaço de liberdade e de solidariedade onde a colaboração substituiu a desconfiança, o livre comércio substituiu as barreiras, os passaportes foram abandonados e a moeda partilhada. E as rivalidades nacionais deram lugar à preocupação partilhada de um crescimento harmonioso.

E a paz cresceu e multiplicou-se. E este novo espaço tornou-se num exemplo para outros que também queriam a paz. E aos poucos mais e mais Europeus se juntaram, deixando a guerra e vivendo na paz. E das 6 nações originais, a Europa de concórdia cresceu durante mais de meio século até somarem 28. E enquanto o mundo continuava em guerra e em conflito, a Europa aprofundou a cooperação e os laços que pareciam ter substituído a desconfiança e o conflito.

Mas havia quem não gostasse da Europa e quem desejasse que o relógio voltasse para trás. Essas vozes, que no início eram minoritárias e estavam isoladas, ganharam espaço à medida que aqueles que governavam a Europa se esqueceram que o faziam não por direito próprio, mas por vontade dos cidadãos da Europa. E a Europa foi ficando mais longe e menos compreendida.

E depois veio uma séria e longa crise. E muitos milhões de Europeus sofreram dificuldades. E os que governavam a Europa não souberam o que fazer e, esquecendo as lições do passado, colocaram os interesses nacionais acima dos interesses da Europa. E a Europa passou a ser olhada como parte da disputa política interna, sem valor intrínseco nem papel próprio, e as eleições usadas para punir ou premiar o governo nacional do dia.

E aqueles que lutavam contra a Europa cresceram e multiplicaram-se, pois eles apontavam o dedo à Europa e aos outros Europeus, agora de novo chamados de “estrangeiros”, e acusavam-os de serem os culpados de todos os males e todas as dificuldades. E os que acreditavam na paz, na justiça e na cooperação nada disseram e nada fizeram, continuando a agir como se nada de novo se estivesse a acontecer.

E na noite de 25 de Maio de 2014 a Europa foi dormir sabendo que o fim se aproximava. E o último a sair, fechou a porta."

Monday 12 May 2014

Câmaras de Comércio Portuguesas no Mundo


Uma vez que a True Bridge Consultancy integra o Conselho Diretivo da Câmara de Comércio Portuguesa no Reino Unido, estou hoje e amanhã na reunião anual das Câmaras espalhadas pelo mundo, organizado pela Confederação Internacional das Empresas Portuguesas.


À volta da mesa, representantes de 23 países das Américas, Europa, África e Ásia que trabalham com o propósito comum de ajudar as empresas portuguesas e as pessoas que trabalham nesses países.


Sendo esta a minha primeira participação neste encontros, fico com a curiosidade de saber se daqui nascerão laços entre as várias Câmaras presentes. Veremos.


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Sunday 11 May 2014

Hesitação



Já há muito tempo que não escrevo neste blog, em parte porque há alturas em que tenho alguma coisa que gostaria de dizer mas outras em que nada tenho para escrever e um blog é um exercício de persistência.

A outra razão que me tem levado a nada escrever é auto-indutora: como não tenho escrito, as poucas pessoas que liam a Velha Albion deixaram de fazer...

Seja como for, vou (tentar) retomar estas notas, esperando ter alguma coisa minimamente interessante para contar.