Wednesday 23 March 2011

Os amanhãs que cantam


Esta manhã assisti a uma apresentação sobre a realidade da economia brasileira que mais que justifica a imagem deste post (emprestada de uma capa do The Economist). Utilizando números e estatísticas de série longa (20 a 30 anos), o Prof. Paulo Gala traçou um quadro de felicidade económica para o Brasil que ultrapassa as mais optimistas expectativas.

Para ser ter uma ideia, o Brasil tem em 2009 a mais alta renda per capita da sua história, o maior crescimento económico dos últimos 24 anos (média de 6%), a menor inflação total - incluindo os bens alimentares, factura energética e transportes - dos últimos 30 anos(cerca de 6%), um rácio positivo entre a dívida externa (12,1% do PIB) e as reservas internacionais (13,2% do PIB) e uma balança comercial externa positiva. Para além disso, está em pleno emprego, a divida pública caiu 38% em 8 anos (está em 40,4% do PIB) e a taxa de pobreza caiu 45,6% em 6 anos.

Claro está que nem tudo são rosas. O Brasil tem a maior taxa de juro do mundo, a moeda mais valorizada do G20 e uma dependência total das matérias-primas que representam 64,6% das exportações brasileiras. Aliás, o segredo do milagre económico brasileiro está na explosão do preço internacional das matérias-primas que permitiu ao Brasil ultrapassar a crise da dívida externa que limitava a capacidade do país em crescer.

Neste quadro invejável, fica a pergunta: será o crescimento brasileiro sustentável? Com as devidas precauções, a resposta parece ser positiva já que o Brasil continua a ser um país abençoado em termos de matérias-primas que são necessários no mercado mundial - e quando se pensa que já está tudo identificado, eis que surgem novos poços de petróleo - e o mercado interno tem ainda uma enorme margem de crescimento que poderá sustentar a economia brasileira por bons anos.

Em tempos dizia-se que "o Brasil é um País de futuro... e sempre o será". Mas, como se diz agora, "o futuro já chegou".

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