Saturday, 27 October 2012

Ladrões de bicicletas






No tempo em que vivi em Timor-Leste - entre 2006 e 2007 - comecei a andar de bicicleta para ir do meu hotel até à praia da Areia Branca, num percurso de 4km para cada lado quase sempre à beira-mar. E mesmo no auge da crise em Timor, quando havia tiros, mortos e pedradas todos os dias, mantive-me firme nas minhas idas e vindas, sem nunca ter tido qualquer problema.

Em 2007, pouco depois de voltar de Timor-Leste, comprei uma bicicleta desdobrável Dahon azul em que andava praticamente todos os dias por Lisboa, principalmente pelas docas ao fim do dia em passeios higiénicos que muito apreciava.

Depois, em Londres, a bicicleta passou a ser o meu meio transporte diário: todas as manhãs atravessava Hyde Park desde a minha casa em Portman Square até à Embaixada de Portugal em Belgrave Square e voltava para casa pelo mesmo caminho, ao fim do dia. Este regime durou até comprar a minha primeira mota - que, convenhamos, é uma bicicleta maior em que o esforço é feito pelo motor -.

E mesmo em São Paulo fiz muitas vezes os quase 40 km da ciclovia que, ao domingo, liga os principais parques da cidade.

Em todos estes anos nunca tive qualquer problema, só caí da bicicleta uma vez a fazer uma corrida com um miúdo Timorense (que se riu tanto que também caiu da bicicleta dele) e nunca tive um furo.

Hoje, durante o dia, alguém roubou a minha bicicleta de dentro da garagem onde a tinha guardado. Tenho saudades dela e o coração cheio de ódio.

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