Friday 9 November 2012

Voar por instrumentos




Continuando as minhas experiências aeronáuticas (ver 2 posts abaixo) fui convidado novamente a assistir à decolagem em São Paulo e aterragem em Lisboa no cockpit do A340 que me trouxe do Brasil para Portugal esta madrugada.

A decolagem é precedida de uma sequência de confirmações com base em vária listas - feitas em inglês - do bom funcionamento dos instrumentos de voo, elementos mecânicos, elementos de segurança do avião, comunicações, níveis de combustível e de oxigénio, pressurização da fuselagem, calibração dos pneus e um mais sem número de parâmetros. Embora feito com rapidez, nada é deixado ao acaso.

Neste caso, a decolagem foi feita debaixo do inicio de uma forte chuva de verão paulista e o que mais me impressionou foi o rápido aproximar do fim da pista à medida que o avião acelera para levantar voo. Mas são nervos de quem nada percebe desta arte, já que antes tinha acompanhado os cálculos feitos pelos pilotos com ajuda de tabelas e computadores de bordo que relacionam o peso total do avião, o tamanho da pista, a força e direcção do vento e outras variáveis para determinarem com antecedência qual a velocidade que temos que atingir para que tudo corra bem.

A chegada a Lisboa foi feita debaixo de um nevoeiro cerrado que não permitia ver a pista mesmo quando já estávamos a pousar. Em constante comunicação entre os equipamentos do aeroporto de Lisboa e os instrumentos de bordo e entre os controladores aéreos e os pilotos, voamos às cegas até sentirmos as rodas tocarem a pista, sem nunca a vermos. A única indicação (para mim que não sei ler os outros instrumentos disponíveis a bordo) que estávamos prestes a pousar era uma voz mecânica que vai anunciando a altitude do avião desde os 500 metros até zero.

A tecnologia aplicada à aviação é realmente impressionante e eficaz e explica as estatísticas que mostram que voar é o meio de transporte mais seguro do mundo.


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