Recalibrar o eixo

A possível eleição do candidato socialista nas eleições francesas do próximo domingo começou já a ter efeitos na política europeia:

- A Chanceler Alemã começa a dar sinais que poderá aceitar uma mudança na política europeia de combate à crise, contemplando mecanismos de apoio ao crescimento;

- O Banco Central Europeu aparenta estar pronto a desempenhar um papel mais interventor no combate às dívidas soberanas, e;

- A Comissão Europeia anuncia uma nova política de estímulo ao crescimento na Europa.

Historicamente, ninguém alguma vez duvidou da capacidade do chamado Eixo Franco-Alemão em influenciar de forma decisiva o futuro da Europa. Sendo certo que nos últimos anos, esse eixo tem colocado todo o seu enorme peso num dos pratos da balança, um re-equilibro das opções e a consequente diminuição do poder coordenado de Paris e Berlim poderá ter um efeito benéfico na pluralidade de opiniões e opções que se abrem à Euiropa, na recuperação do papel da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu e na maior participação dos restantes Estados membros da UE na formulação de políticas e na tomada de decisões.

Nada está decidido e mesmo uma vitória de Hollande no próximo domingo garantirá qualquer mudança na política europeia, mas os sinais são interessantes.