A República faz hoje 100 anos o que, em termos de um regime político, nos tempos conturbados que vivemos, já é qualquer coisa.
Embora a nossa República não tenha tido uma vida particularmente feliz, desde os desmandos dos seus primeiros anos, passando pelos 48 anos do Estado Novo e, agora, nesta versão de crise perpétua, a República tem uma grande virtude: é republicana.
Ao contrário da Monarquia, na República o vértice da representação do Estado está aberto a qualquer pessoa que, tendo as suas qualidades reconhecidas pelos seus pares, o ocupará temporariamente. Ao contrário da Monarquia, o critério de ocupação da mais alta instituição do Estado é a vontade de quem lá vive e não um acidente de nascimento.
Com todos os seus defeitos, problemas e falhas, a República não exclui ninguém por razões alheias a cada um de nós. E essa virtude, por mais que se racionalize, a Monarquia não consegue igualar.
Por isso, Feliz Aniversário Senhora República, que conte muitos mais.
Este raciocínio está errado porque não leva em conta os ensinamentos de António Damásio:- as opções tomam-se com raciocínios lógicos e com uma base larguíssima de sentimentos: a monarquia é uma questão estética e uma questão de sentimentos muito mais do que um raciocínio lógico. João Vieira
ReplyDeleteMas numa República podemos tomas opções - sentimentais, racionais ou ambas- sobre quem irá, temporariamente, ocupar a mais alta magistratura da Nação. Numa Monarquia a decisão cabe ao acaso.
ReplyDeleteBIC
mas isso é um raciocínio lógico e racional!Quem disse que um monárquico quer ter uma opção racional sobre a chefia do Estado? Não, quer ter um rei com toda a carga afectiva que isso significa, desvalorizando a lógica das teorias republicanas.
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