Wednesday, 26 January 2011

Campeões


Graças a um interesse tardio da Margarida por ténis, tenho acompanhado alguns jogos do Open da Austrália, com crescente admiração por jogadores como Nadal ou Federer. Não é só a técnica, a força física e a qualidade do ténis jogado pelos jogadores que chegam a uma final de um Master de Ténis. O que mais me tem interessado é a força psicológica que os leva a nunca desistirem, por mais longo que o jogo seja ou mais perdida uma determinada a bola pareça ser.

Bem sei que o que acabei de escrever é um lugar comum, mas não deixa de ser impressionante ver, dia após dia, que o lugar comum está certo e que o que distingue um campeão de um "mortal" não é só técnica, que se aprende. O que distingue alguém como Nadal ou Federer dos outros é a vontade.

2 comments:

  1. A contradição entre "um voluntarista" e um "reflexivo" está magistalmente retratada no filme Paton em que se pôe em evidência as qualidades do herói voluntarista general Paton em contradição com o estratega general Bradley. O excessivo voluntarismo é uma estupidez mas produz os heróis. A excessiva reflexão produz a completa paralisia na indecisão da ponderação do que é melhor.
    O exemplo do ténis é fabuloso porque, realmente, se se pondera a probabilidade de apanhar a bola ... ela já foi!

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  2. Depois de uma vitória numa disputadíssima final de Wimbledon contra o seu arqui-rival Andre Agassi, perguntaram ao Pete Sampras o que lhe tinha passado pela cabeça no momento decisivo do jogo, quando ia servir para ganhar o torneio e a tensão era enorme.

    Ele fez um compasso de espera, pensou, pensou outra vez e, finalmente, respondeu que não lhe tinha passado absolutamente nada pela cabeça.

    Se calhar também este vazio absoluto, esta espécie de transe que afasta o medo, a dúvida, a hesitação, a consciência do momento e a própria consciência da vontade, distingue os grandes campeões como o Sampras, o Federer ou o Nadal. É esse vazio que lhes permite uma concentração absoluta naquilo que verdadeiramente é importante. No caso do ténis, arranjar maneira de atirar a bola para o lado de lá da rede de tal forma que o adversário não seja capaz de a devolver.

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