Wednesday, 28 November 2012

Flexisegurança




Organizado pela Secretaria de Estado do Trabalho, pelas Embaixadas dos Países Nórdicos em Lisboa e pela Fundação Gulbenkian discutiu-se esta tarde os princípios e prática da Flexisegurança nórdica.

Em poucas palavras, a Flexisegurança é o mecanismo de regulação do mercado de trabalho nos países nórdicos, que une uma forte flexibilidade no trabalho - nomeadamente na facilidade de despedimento - com um sistema robusto de segurança social para as pessoas que perdem o emprego. A experiência, muito interessante, tem permitido manter uma alta Xe empregabilidade.

Entre muitas características - e com variações entre os vários países que aplicam a Flexisegurança - fundamentais do sistema que foram referidos por todos os oradores, está a importância da colaboração estreita e permanente entre patrões, trabalhadores e o Estado.

Embora muito tenhamos avançado na concentração social nos últimos anos, como lembrou o respetivo presidente no encerramento do encontro, a confrontação permanente em que aparentemente vivemos só prejudica a todos: empresas, trabalhadores e ao País.

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Eu sei que os tempos estão difíceis, mas...




Já não me lembro de ouvir uma única boa notícia nos principais telejornais portugueses. Eu sei que os tempos estão difíceis e que andamos todos deprimidos mas não acredito que nada se passe em Portugal, na Europa ou no Mundo que nos possa alegrar durante uns minutos que sejam.

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Tuesday, 27 November 2012

Fado





Faz hoje um ano que o fado passou a ser património imaterial da Humanidade. Ainda bem que ainda há boas notícias.

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Queixas e desperdícios






Não sei o suficiente sobre a matéria para saber se os produtores de leite europeus que se manifestaram em Bruxelas esta manhã têm ou não razão.
Mas sei que deitar fora milhares de litros de leite quando há no mundo inteiro milhares de pessoas com fome é ofensivo. Se se querem queixar assim, ofereçam o leite às organizações de solidariedade social!!!
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Monday, 26 November 2012

Qualidade vs Nacionalidade


Mark Carney, na fotografia, é o novo Governador do Banco de Inglaterra, o banco central do Reino Unido. Até agora ninguém, incluindo a oposição trabalhista, levantou qualquer questão às qualidade profissionais ou pessoais do futuro Governador.

Curiosamente, e embora seja membro de um País da Commonwealth, tenha estudado em Oxford, seja casado com uma cidadã britanica e os seus filhos tenham cidadania britânica e canadiana, Mark Carney é, ele próprio, canadiano. No anúncio que fez no Parlamento de Westminster, o Chanceler britânico informou que o novo Governador - embora não fosse obrigado a faze-lo - vai pedir a cidadania britânica seguindo os procedimentos normais.

Esta é a primeira vez que o Governador do Banco de Inglaterra não é um cidadão britanico e é, nas palavras do Ministro das Finanças, o reconhecimento da absoluta qualidade profissional do nomeado que ultrapassa as preocupações baseadas exclusivamente em considerações nacionais.

Pergunto-me o que aconteceria se nomeassemos um cidadão estrangeiro, mesmo que da CPLP, para Governador do Banco de Portugal...

Saturday, 24 November 2012

Pelos caminhos de Portugal





A convite do Governo da Estremadura espanhola e da AICEP, estive ontem em Badajoz a apresentar o mercado Brasileiro a empresários dos dois lados da fronteira.

Aproveitando o bom tempo, resolvi fazer a viagem de mota, seguindo a Estrada Nacional 4 que liga o Montijo a Badajoz passando por Pegões, Vendas Novas, Montemor-o-Novo, Arraiolos, Borba, Estremoz e Elvas.

A viagem faz-se muito bem, numa estrada com alcatrão novo, pouco trânsito e muitos interesses. Em particular, as bifanas de Vendas Novas, os tapetes de Arraiolos, as vinhas e vinhos de Borba, os mármores de Estremoz e o aqueduto de Elvas, para não falar em Montemor onde, por razões familiares, passo o Natal, a Páscoa e o primeiro fim-de-semana de Setembro há quase 20 anos.

Num registo mais "vida selvagem", vi também duas águias que, no meio da estrada, almoçavam um coelho de bom tamanho.

Definitivamente, a estrada N4 passou a fazer parte da minha lista das pequenas alegrias do nosso Portugalinho.

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Sunday, 18 November 2012

A vingança do Álvaro






Embora percebendo (acho eu) e concordando (caso tenha percebido) com o Ministro da Economia quando ele falou no potencial do pastel de nata, convenhamos que o assunto não lhe correu lá muito bem.

Mas eis que a vingança do Álvaro chegou da forma que menos se esperaria: a revista Monocle - uma revista que fala de forma interessante de tudo um pouco sem uma linha condutora clara - publicou a sua tabela de "soft power" dos Estados, ou seja, a capacidade que os Estados têm em influenciar outros sem utilizar a força, dinheiro, etc.

Portugal, que surge no 23º lugar e melhorou ligeiramente em relação ao ano passado, tem direito a uma pequena coluna logo no início do artigo, onde se fala doutamente sobre a importância do pastel de nata para a política externa portuguesa.

Não sendo propriamente a Foreign Affairs ou outra revista de nomeada na Ciência Política, Relações Internacionais ou Geopolítica, a Monocle é a única revista (que eu conheça) que reconhece o poder da pastelaria.

Este pastel o Álvaro come-o frio!

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Wednesday, 14 November 2012

Opinião pública (anti) Europeia






Durante anos, os europeístas (onde me incluo) queixaram-se da ausência de uma opinião publica europeia, que considere os interesses da União Europeia ao mesmo tempo que considera os interesses dos respetivos Estados.

Hoje há uma "jornada de luta" (para usar o jargão sindicalista) contra as políticas de austeridade em 29 países europeus, mais profunda no Sul da Europa e mais leve no resto do continente. Se as greves nos países do Sul poderão ser quatro manifestações de interesses nacionais, as acções de solidariedade no Norte poderá ser uma manifestação de interesse europeu.

Estaremos a ver as primeiras manifestações de uma opinião pública europeia? Se for, nasce contra a União Europeia...


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Monday, 12 November 2012

Tempos que não voltam





No dia em que a Chanceler alemã visita Lisboa, lembrei-me de outro Chanceler, mais corajoso e mais europeu.


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Sunday, 11 November 2012

Dia do Armistício





Às 11 da manhã do dia 11 do 11º mês de 1918 acabou a I Guerra Mundial.

Uma guerra que começou por acasos e teimosias, onde se lutou em longas linhas de trincheiras que cruzaram a Europa, onde foram usadas novas tecnologias e onde morreram 37 Milhões de pessoas.

Depois veio a paz e o horror do que vimos levou-nos a anunciar que tínhamos sobrevivido à "guerra para acabar com todas guerras". Mas a paz foi igualmente egoísta, teimosa e míope e menos de uma geração depois estávamos novamente em guerra. Uma guerra mais violenta, mais tecnológica, mais mortífera e que nos fez conhecer o mal absoluto.

A nova paz, a paz de 1945, que nasceu nos campos de batalha e nos campos de concentração foi uma paz diferente. Foi uma paz generosa, que junto inimigos numa casa comum, que promoveu a convivência, o conhecimento, a colaboração e a concórdia. Foi uma paz que olhou pelos vivos de ambos os lados das trincheiras e que aprendeu com os erros da paz de 1918.

Hoje, de novo como há quase um século, essa paz generosa, partilhada e comum é posta em causa pela cegueira, o egoísmo e a teimosia de quem nada aprendeu com a história.

E nós, cidadão da Europa do Séc. XXI, habituados à paz, à prosperidade, à concórdia e à democracia deixamos que um grupo de gente pequena e sem futuro nem história coloque em causa o nosso futuro comum.

Se assim for teremos apenas nós próprios a quem acusar.

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Friday, 9 November 2012

Voar por instrumentos




Continuando as minhas experiências aeronáuticas (ver 2 posts abaixo) fui convidado novamente a assistir à decolagem em São Paulo e aterragem em Lisboa no cockpit do A340 que me trouxe do Brasil para Portugal esta madrugada.

A decolagem é precedida de uma sequência de confirmações com base em vária listas - feitas em inglês - do bom funcionamento dos instrumentos de voo, elementos mecânicos, elementos de segurança do avião, comunicações, níveis de combustível e de oxigénio, pressurização da fuselagem, calibração dos pneus e um mais sem número de parâmetros. Embora feito com rapidez, nada é deixado ao acaso.

Neste caso, a decolagem foi feita debaixo do inicio de uma forte chuva de verão paulista e o que mais me impressionou foi o rápido aproximar do fim da pista à medida que o avião acelera para levantar voo. Mas são nervos de quem nada percebe desta arte, já que antes tinha acompanhado os cálculos feitos pelos pilotos com ajuda de tabelas e computadores de bordo que relacionam o peso total do avião, o tamanho da pista, a força e direcção do vento e outras variáveis para determinarem com antecedência qual a velocidade que temos que atingir para que tudo corra bem.

A chegada a Lisboa foi feita debaixo de um nevoeiro cerrado que não permitia ver a pista mesmo quando já estávamos a pousar. Em constante comunicação entre os equipamentos do aeroporto de Lisboa e os instrumentos de bordo e entre os controladores aéreos e os pilotos, voamos às cegas até sentirmos as rodas tocarem a pista, sem nunca a vermos. A única indicação (para mim que não sei ler os outros instrumentos disponíveis a bordo) que estávamos prestes a pousar era uma voz mecânica que vai anunciando a altitude do avião desde os 500 metros até zero.

A tecnologia aplicada à aviação é realmente impressionante e eficaz e explica as estatísticas que mostram que voar é o meio de transporte mais seguro do mundo.


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Wednesday, 7 November 2012

Four more years




Presidente Obama foi re-eleito hoje para mais 4 anos na Casa Branca. Mais 4 anos para concretizar a esperança que lhe valeu o Prémio Nobel da Paz 2009:

"Obama has as President created a new climate in international politics. Multilateral diplomacy has regained a central position, with emphasis on the role that the United Nations and other international institutions can play. Dialogue and negotiations are preferred as instruments for resolving even the most difficult international conflicts. The vision of a world free from nuclear arms has powerfully stimulated disarmament and arms control negotiations. Thanks to Obama's initiative, the USA is now playing a more constructive role in meeting the great climatic challenges the world is confronting. Democracy and human rights are to be strengthened.

Only very rarely has a person to the same extent as Obama captured the world's attention and given its people hope for a better future. His diplomacy is founded in the concept that those who are to lead the world must do so on the basis of values and attitudes that are shared by the majority of the world's population."

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Tuesday, 6 November 2012

Aterrando em São Paulo




Na minha já distante infância tive dois sonhos profissionais: o primeiro era ser astronauta, o que não seria propriamente fácil, e o segundo era ser piloto de aviões, o que seria mais fácil que o primeiro, mas que a minha falta de jeito e gosto pela matemática e pela física dificultaram.

Sem prejuízo, hoje tive uma alegria infantil: a convite do comandante do avião que me trouxe de Lisboa para São Paulo, aterrei no cockpit.

Pude ver os pilotos, cercados de dezenas de botões, luzes, ecrãs com informações variadas, uma manete (que lembra um joystick de um jogo de computador) do lado esquerdo do piloto (e não entre as pernas) e um monte de computadores que ajudam e antecipam necessidades, fazerem pousar com grande calma e até facilidade um avião enorme cheio de passageiros que acabara de atravessar parte do Atlântico norte e parte do Atlântico sul.

Quem espera sempre alcança. No meu caso, e sabendo que não estava no comando mas sentado imediatamente atrás de quem estava, levou uns 35 entre desejar estar e estar de facto no cockpit de um avião comercial quando cheguei são e salvos ao meu destino.



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Monday, 5 November 2012

Noite das fogueiras





Remember, remember the fifth of November,
Gunpowder, treason, and plot,
I know of no reason why the gunpowder treason
Should ever be forgot.

Tinha eu chegado à cerca de um mês a Bristol - e a Margarida estava na sua primeira visita à cidade - fomos para os Downs (uma grande área verde a norte da Universidade) para assistir à comemoração do falhanço da tentativa de fazer explodir o Parlamento onde estavam o Rei e os deputados, na noite de 5 de Novembro de 1605 por um grupo de conspiradores católicos chefiados por Guy Fawkes.
Embora no início, Guy Fawkes night tivesse uma conotação fortemente anti-católica (que se mantem ainda na Irlanda do Norte), hoje em dia as comemorações não passam de um divertido evento familiar onde se acende uma gigantesca e reconfortante fogueira que nos aquece nas niotes frias de Novembro.
 

Saturday, 3 November 2012

Prémio Nobel da Economia




No auge da crise financeira de 2008 vi uma tira cómica no Financial Times (acho eu) que dizia: o Prémio Nobel da Economia vai para a Senhora Smith por ter guardado as suas poupanças debaixo do colchão.

Ao ler as várias dificuldades que os bancos atravessam, lembrei-me da Senhora Smith e do seu colchão...

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Thursday, 1 November 2012

Internacionalizar sem sair de casa




A entrevista que dei recentemente à BBC Radio 4 (ver o post imediatamente a seguir) foi feita num restaurante da baixa de Lisboa, onde a jornalista aproveitou para perguntar ao dono do restaurante como ia o negócio. Num inglês sofrido, este disse que sobrevive graças aos turistas que representam agora 90% da sua clientela contra uns meros 60% antes da crise.

A resposta abriu-me os olhos. A localização do restaurante em questão, numa das mais turísticas ruas lisboetas, permitiu a este queixoso empresário internacionalizar o seu negocio sem sair de casa. Ele conseguiu fazer o que as nossas empresas sonham, muitas sem o conseguirem: substituir uma clientela doméstica pobre e desanimada por uma nova clientela estrangeira, optimista e com vontade de gastar dinheiro.

Internacionalizar é ter clientes estrangeiros com dinheiro e vontade ou necessidade de consumir os nossos produtos ou serviços. Faça-se isso na casa dos outros ou na nossa é bastante indiferente.

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BBC Radio 4




Durante os anos que vivi no Reino Unido, habituei-me a ouvir a BBC Radio 4 todas as manhãs. Para quem não conhece a BBC Radio 4, imagine-se uma TSF ou BandNews sem música, futebol e outros divertimentos, com excepção de uma radio-novela diária.

Foi, pois, com antecipação que, através de um contacto que tenho no The Guardian, dei uma entrevista para a BBC Radio 4 sobre o impacto da crise nas PMEs portuguesas.

Embora o produto fInal tenham sido uns poucos segundos no programa The World Tonight de ontem, foi uma excelente e longa conversa com a jornalista da BBC, uma importante porta que se abre para o futuro e uma satisfação passar do lado do ouvinte para o lado do ouvido na BBC Radio 4.

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