Parto hoje para uma muito desejada semana de férias, voltando a estas notas no dia 2 de Janeiro de 2012.
Até lá, desejo a todos um óptimo Natal e um Ano Novo cheio de realizações, felicidades e alegrias.
Friday, 23 December 2011
Tuesday, 20 December 2011
Anualidades
Desde então, e sempre que possível, algumas das pessoas que passaram pelo GAEP organizam um jantar anual natalício, sempre no mesmo restaurante de Campo de Ourique onde, quais Marretas animados, pomos um ano de novidades em dia e nos lembramos de algumas histórias desses já distantes anos.
Os nossos jantares têm uma outra característica: todos os anos somos expulsos do restaurante pelas pessoas que lá trabalham, com métodos cada vez menos subtis, como varrerem o chão debaixo dos nossos pés ou sentarem-se à nossa volta a olharem-nos com ar de poucos amigos! Hoje é dia de jantar do GAEP, pelo que veremos que novos e mais óbvios metodos serão usados para nos pôr na rua...
Monday, 19 December 2011
Conversas num elevador
Em Dezembro de 2005 fiz a minha primeira (e até à data) única visita a Luanda e, acabado de chegar ao Hotel, entrei no elevador onde estavam a Cesária Évora e uma outra Senhora que a acompanhava. Nos breves instantes que o elevador levou a subir até ao andar onde ambas saíram, trocamos algumas impressões sobre Luanda e sobre Portugal.
Nunca mais vi Cesária Évora e agora não mais verei. Mas, de tempos a tempos, recordo aquela Senhora pequena e sorridente que me perguntou o que achava de Luanda e me disse o quanto gostava de Lisboa.
Nunca mais vi Cesária Évora e agora não mais verei. Mas, de tempos a tempos, recordo aquela Senhora pequena e sorridente que me perguntou o que achava de Luanda e me disse o quanto gostava de Lisboa.
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Segredos sem segredo
Durante o ano em que trabalhei no Ministério dos Negócios Estrangeiros participei em diversas reuniões em Portugal e noutros países, algumas mais importantes e outras mais protocolares, a maioria interessante e uma minoria relevante.
Não esperava, no entanto, ver-me citado nos chamados "telegramas secretos do State Department" mesmo porquê o assunto tratado não é segredo para ninguém, tendo sido largamente referido nos meios de comunicação social na altura e a própria Embaixada americana classifica o telegrama como "unclas", embora "sensitive".
Para memória, aqui fica o que a Embaixada dos Estados Unidos reportou para Washington sobre as minhas actividades subversivas (o sublinhado é meu):
UNCLAS LISBON 001814
SIPDIS
SENSITIVE
SIPDIS
STATE FOR EUR/WE KEVIN OPSTRUP
E.O. 12958: N/A
SUBJECT: PORTUGUESE TO MEET WITH RUSSIANS ON NATURAL GAS DEAL
¶1. (U) SUMMARY: MFA Senior European Political Advisor informed Pol/Econ officer that Gazprom representatives were in Portugal in April to discuss the sale of liquified natural gas (LNG) from Gazprom to Portuguese Energy Company Galp Energia (Galp) via Algeria. A follow-up meeting is scheduled for this Fall to discuss the proposal further as well as a possible joint-venture for natural gas exploration in Angola.
Gazprom's growing interest in supplying gas to Europe and its August 2006 MOU with Algerian state-owned gas provider Sonatrach Petroleum have sparked debates in the EU over energy security in Europe. END SUMMARY.
PRELIMINARY MEETINGS CONFIRMED
------------------------------
¶2. (U) On August 17, Pol/Econ officer met with Senior European Political Advisor Liliana Araujo to discuss the potential impact on Portugal of the August 2006 Gazprom-Sonatrach Petroleum MOU to jointly increase natural gas exploration and production. (Note: Eighty percent of Portugal's natural gas comes from Algeria.) Araujo noted that energy security was a priority of every EU country and that Portugal was no exception. She commented that Portugal was planning to diversify its energy sources by lowering its dependency on oil and creating a balance between importation of natural gas in its normal state and as LNG. ¶3. (SBU) Araujo explained that Gazprom representatives approached Portuguese government officials with a proposal to procure LNG from Gazprom via Algeria when it learned of Portugal's intentions to diversify. In April 2006, then MFA Deputy StateSec for Foreign Affairs Bernardo Ivo Cruz and Gazprom CEO Alexander Medvedev met to discuss the sale of LNG from Gazprom to Galp. A follow-up meeting between Galp officials and Gazprom representatives is scheduled for the Fall. Arauja underscored that discussions were in the preliminary stage and that no agreement had been reached. ¶4. (SBU) With regard to reports of a joint-venture initiative in Angola, Araujo suggested that the proposal was "too ambitious" for now, but that the idea could be included in future discussions. NATURAL GAS IN PORTUGAL ----------------------- ¶5. (U) Portugal has limited domestic energy reserves and imports 90% of its energy. To reduce its dependency on oil and diversify its energy supply, Portugal began importing natural gas in 1997. By 2005, natural gas represented around 12% of total energy consumption in Portugal, with oil representing 66%, coal 12%, and renewable energies 10%. Portugal imports 100% of its natural gas, with 80% coming from Algeria and 20% coming from Nigeria. Natural gas from Algeria is transported via the Maghreb-Europe pipeline through Spain and LNG is transported via vessels from Nigeria to the Sines regasification-import terminal in southwestern Portugal. ¶6. (SBU) COMMENT: Arraujo acknowledged that some EU countries are concerned about Russia's increasing influence in the energy affairs of Western Europe and expected the Gazprom-Sonatrach MOU to raise eyebrows within the Union. Despite this, Portugal appears willing to work with Gazprom as part of its energy security strategy and is likely to pursue a Gazprom-Galp deal beyond the preliminary stage. O'Neal
Não esperava, no entanto, ver-me citado nos chamados "telegramas secretos do State Department" mesmo porquê o assunto tratado não é segredo para ninguém, tendo sido largamente referido nos meios de comunicação social na altura e a própria Embaixada americana classifica o telegrama como "unclas", embora "sensitive".
Para memória, aqui fica o que a Embaixada dos Estados Unidos reportou para Washington sobre as minhas actividades subversivas (o sublinhado é meu):
UNCLAS LISBON 001814
SIPDIS
SENSITIVE
SIPDIS
STATE FOR EUR/WE KEVIN OPSTRUP
E.O. 12958: N/A
SUBJECT: PORTUGUESE TO MEET WITH RUSSIANS ON NATURAL GAS DEAL
¶1. (U) SUMMARY: MFA Senior European Political Advisor informed Pol/Econ officer that Gazprom representatives were in Portugal in April to discuss the sale of liquified natural gas (LNG) from Gazprom to Portuguese Energy Company Galp Energia (Galp) via Algeria. A follow-up meeting is scheduled for this Fall to discuss the proposal further as well as a possible joint-venture for natural gas exploration in Angola.
Gazprom's growing interest in supplying gas to Europe and its August 2006 MOU with Algerian state-owned gas provider Sonatrach Petroleum have sparked debates in the EU over energy security in Europe. END SUMMARY.
PRELIMINARY MEETINGS CONFIRMED
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¶2. (U) On August 17, Pol/Econ officer met with Senior European Political Advisor Liliana Araujo to discuss the potential impact on Portugal of the August 2006 Gazprom-Sonatrach Petroleum MOU to jointly increase natural gas exploration and production. (Note: Eighty percent of Portugal's natural gas comes from Algeria.) Araujo noted that energy security was a priority of every EU country and that Portugal was no exception. She commented that Portugal was planning to diversify its energy sources by lowering its dependency on oil and creating a balance between importation of natural gas in its normal state and as LNG. ¶3. (SBU) Araujo explained that Gazprom representatives approached Portuguese government officials with a proposal to procure LNG from Gazprom via Algeria when it learned of Portugal's intentions to diversify. In April 2006, then MFA Deputy StateSec for Foreign Affairs Bernardo Ivo Cruz and Gazprom CEO Alexander Medvedev met to discuss the sale of LNG from Gazprom to Galp. A follow-up meeting between Galp officials and Gazprom representatives is scheduled for the Fall. Arauja underscored that discussions were in the preliminary stage and that no agreement had been reached. ¶4. (SBU) With regard to reports of a joint-venture initiative in Angola, Araujo suggested that the proposal was "too ambitious" for now, but that the idea could be included in future discussions. NATURAL GAS IN PORTUGAL ----------------------- ¶5. (U) Portugal has limited domestic energy reserves and imports 90% of its energy. To reduce its dependency on oil and diversify its energy supply, Portugal began importing natural gas in 1997. By 2005, natural gas represented around 12% of total energy consumption in Portugal, with oil representing 66%, coal 12%, and renewable energies 10%. Portugal imports 100% of its natural gas, with 80% coming from Algeria and 20% coming from Nigeria. Natural gas from Algeria is transported via the Maghreb-Europe pipeline through Spain and LNG is transported via vessels from Nigeria to the Sines regasification-import terminal in southwestern Portugal. ¶6. (SBU) COMMENT: Arraujo acknowledged that some EU countries are concerned about Russia's increasing influence in the energy affairs of Western Europe and expected the Gazprom-Sonatrach MOU to raise eyebrows within the Union. Despite this, Portugal appears willing to work with Gazprom as part of its energy security strategy and is likely to pursue a Gazprom-Galp deal beyond the preliminary stage. O'Neal
Thursday, 15 December 2011
A caminho de casa
Depois de quase duas semanas de reuniões, almoços, jantares e apresentações de trabalho no Brasil, estou a poucas horas de embarcar para casa.
Aos meus amigos brasileiros desejo um feliz Natal e um excelente ano de 2012. Ano que vem, cá nos veremos.
Aos meus amigos brasileiros desejo um feliz Natal e um excelente ano de 2012. Ano que vem, cá nos veremos.
Wednesday, 14 December 2011
Tuesday, 13 December 2011
Gigante pela própria natureza
Segundo o The Economist, o Brasil acaba de ultrapassar o Reino Unido e tornar-se na 6ª maior economia do Mundo, a caminho de se tornar a 5ª quando ultrapassar a França graças aos efeitos conjugados das exportações, do mercado interno, do Mundial de Futebol e dos jogos Olímpicos.
Por mérito próprio e demérito alheio, o Brasil avança no concurso das nações com a virtude de o fazer sem assustar o Mundo, ao contrário de outros países que marcam igualmente a economia do início do séc. XXI.
Por mérito próprio e demérito alheio, o Brasil avança no concurso das nações com a virtude de o fazer sem assustar o Mundo, ao contrário de outros países que marcam igualmente a economia do início do séc. XXI.
Sunday, 11 December 2011
Quem tudo quer, tudo perde
As consequências da posição que o Primeiro Ministro britânico tomou no Conselho Europeu desta semana começam a aparecer:
- Na União Europeia, o Reino Unido está fora do novo forum de decisão, correndo o risco de ver-se obrigado a implementar decisões tomadas numa mesa na qual não tem lugar por vontade própria;
- Na Aliança dos Países de Língua Inglesa - que para os eurocépticos britânicos significa o Reino Unido e os Estados Unidos -, os sinais de empenho dos Estados Unidos numa cooperação estreita com uma Zona Euro recuperada multiplicam-se, deixando Londres à deriva;
- Na City há grande preocupação com a possibilidade de nova regulamentação ser aprovada em Bruxelas sem haver quem se preocupe com as suas necessidades;
- No sector produtivo britânico há ainda maior preocupação com o efeito que o isolamento britânico possa ter no acesso ao mercado europeu, que corresponde a cerca de 60% do comércio do país;
- Na coligação que governa o País, há novas tensões, com o Vice Primeiro-Ministro a dizer-se "horrorizado" com a posição do Primeiro-Ministro e a dizer que os deputados Conservadores eurocépticos vivem num mundo de fantasia.
Dir-se-ia que, com excepção dos deputados Conservadores e os tabloides, ninguém está contente. É certo que, olhando para o Partido Conservador e para a posição que Cameron assumiu antes da Cimeira, tenho dúvidas que o Primeiro Ministro pudesse ter feito outra coisa. Dito isto, não me parece que os Eurocépticos fiquem satisfeitos com a meia vitória e irão tentar forçar um referendo sobre o futuro do Reino Unido na União Europeia, o que levará ao fim da coligação e a eleições antecipadas.
Se somarmos a confusão que reina no Reino com os efeitos sociais da política de austeridade do Governo, parece-me que haverá um Governo Trabalhista ou uma coligação Trabalhista-Lib. Dem. antes do fim de 2012.
- Na União Europeia, o Reino Unido está fora do novo forum de decisão, correndo o risco de ver-se obrigado a implementar decisões tomadas numa mesa na qual não tem lugar por vontade própria;
- Na Aliança dos Países de Língua Inglesa - que para os eurocépticos britânicos significa o Reino Unido e os Estados Unidos -, os sinais de empenho dos Estados Unidos numa cooperação estreita com uma Zona Euro recuperada multiplicam-se, deixando Londres à deriva;
- Na City há grande preocupação com a possibilidade de nova regulamentação ser aprovada em Bruxelas sem haver quem se preocupe com as suas necessidades;
- No sector produtivo britânico há ainda maior preocupação com o efeito que o isolamento britânico possa ter no acesso ao mercado europeu, que corresponde a cerca de 60% do comércio do país;
- Na coligação que governa o País, há novas tensões, com o Vice Primeiro-Ministro a dizer-se "horrorizado" com a posição do Primeiro-Ministro e a dizer que os deputados Conservadores eurocépticos vivem num mundo de fantasia.
Dir-se-ia que, com excepção dos deputados Conservadores e os tabloides, ninguém está contente. É certo que, olhando para o Partido Conservador e para a posição que Cameron assumiu antes da Cimeira, tenho dúvidas que o Primeiro Ministro pudesse ter feito outra coisa. Dito isto, não me parece que os Eurocépticos fiquem satisfeitos com a meia vitória e irão tentar forçar um referendo sobre o futuro do Reino Unido na União Europeia, o que levará ao fim da coligação e a eleições antecipadas.
Se somarmos a confusão que reina no Reino com os efeitos sociais da política de austeridade do Governo, parece-me que haverá um Governo Trabalhista ou uma coligação Trabalhista-Lib. Dem. antes do fim de 2012.
Saturday, 10 December 2011
Prémio Nobel da Paz
No Dia Mundial dos Direito Humanos (ver post seguinte) o Prémio Nobel da Paz foi entregue a Ellen Johnson Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakkul Karman, três mulheres que se distinguiram na promoção dos direitos das mulheres por meios pacíficos em circunstâncias particularmente difícies.
De acordo com o Comite Nobel, "Ellen Johnson Sirleaf is Africa’s first democratically elected female president. Since her inauguration in 2006, she has contributed to securing peace in Liberia, to promoting economic and social development, and to strengthening the position of women. Leymah Gbowee mobilized and organized women across ethnic and religious dividing lines to bring an end to the long war in Liberia, and to ensure women’s participation in elections. She has since worked to enhance the influence of women in West Africa during and after war. In the most trying circumstances, both before and during the "Arab spring", Tawakkul Karman has played a leading part in the struggle for women’s rights and for democracy and peace in Yemen."
Dia Internacional dos Direitos Humanos
Igualdade-Liberdade-Dignidade-Paz-Prosperidade-Estado de Direito-Justiça-Esperança
Só aqueles que os têm é se queixa da estensão e importância do que entendemos fazer parte de uma visão moderna dos Direitos Humanos, que não são negociáveis ou reduzíveis - mesmo através de mecanismos maioritários - pois como dizia Ayn Rand, uma novelista americana, "individual rights are not subject to a public vote; a majority has no right to vote away the rights of a minority; the political function of rights is precisely to protect minorities from oppression by majorities".
Friday, 9 December 2011
Quando mal, nunca pior
Pela primeira em 19 meses, os mercados parecem estar a aceitar os resultados parciais da reunião do Conselho Europeu. Veremos se essa boa disposição resiste ao dia de hoje. Sem prejuízo, a Cimeira tem já alguns resultados positivos:
1 - Abandonou-se a ideia de uma revisão profunda dos tratados, que levaria um tempo infinito que nem os mercados esperariam e nem a União aguentaria;
2 - Mesmo optando-se por um instrumento de direito clássico (um tratado), parece haver firme vontade de manter as Instituições Europeias envolvidas no processo, o que é uma melhoria importante quando comparado com as reuniões periódicas da França e da Almanha e o desaparecimento da Comissão, do Conselho e do Parlamento Europeu;
3 - O novo tratado não se limita aos 17 Estados membros que utilizam o Euro, englobando todos os Estados membros da União Europeia menos o Reino Unido;
4 - Embora eu seja um firme defensor do metodo comunitário, alterações aos Tratados Orginais da União Europeia obrigam à unanimidade dos 27 membros. Não sendo possível essa unanimidade, o Conselho optou por avançar com um novo tratado classico entre Estados Soberanos. Assim, o Reino Unido pode discordar mas não o podem impedir o que não sendo ideal, é preferível a nada acontecer.
É claro que ainda a procissão vai no adro e há muito espaço para asneira mas, ao menos a procissão chegou ao adro, o que é uma melhoria substantiva quando olhamos para o último ano e meio.
1 - Abandonou-se a ideia de uma revisão profunda dos tratados, que levaria um tempo infinito que nem os mercados esperariam e nem a União aguentaria;
2 - Mesmo optando-se por um instrumento de direito clássico (um tratado), parece haver firme vontade de manter as Instituições Europeias envolvidas no processo, o que é uma melhoria importante quando comparado com as reuniões periódicas da França e da Almanha e o desaparecimento da Comissão, do Conselho e do Parlamento Europeu;
3 - O novo tratado não se limita aos 17 Estados membros que utilizam o Euro, englobando todos os Estados membros da União Europeia menos o Reino Unido;
4 - Embora eu seja um firme defensor do metodo comunitário, alterações aos Tratados Orginais da União Europeia obrigam à unanimidade dos 27 membros. Não sendo possível essa unanimidade, o Conselho optou por avançar com um novo tratado classico entre Estados Soberanos. Assim, o Reino Unido pode discordar mas não o podem impedir o que não sendo ideal, é preferível a nada acontecer.
É claro que ainda a procissão vai no adro e há muito espaço para asneira mas, ao menos a procissão chegou ao adro, o que é uma melhoria substantiva quando olhamos para o último ano e meio.
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Coisas que acho importantes
Wednesday, 7 December 2011
Contentamentos
Ontem ouvi um responsável de uma grande empresa brasileira anunciar uma nova área de negócios em Portugal para a qual o Centro de Negócios da AICEP em São Paulo havia trabalhado arduamente durante os 10 meses que o dirigi.
Há dias que são profissionalmente satisfatórios.
Há dias que são profissionalmente satisfatórios.
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Coisas que gosto,
Vereda tropical
Friday, 2 December 2011
Sol e chuva
Por razões profissionais estarei em São Paulo entre os dias 4 e 17 de Dezembro. No verão da tropical Sampa, onde fazem 40ºC durante o dia e depois cai uma chuvada que deixa a cidade completamente alagada, aconselham-se as galochas, protector solar e muita paciência para esperar que a água escoe e o transito ande uns centímetros por hora.
Amor de Pai
Hoje lembrei-me, sem razão aparente, de uma história que ouvi há anos e que não sei se será verdadeira ou não, mas que "si non é vero e ben trovato": a filha do General Franco queixou-se amargarmente ao paizinho que o marido a enganava com umas e outras. Preocupado e bom pai, o Caudillo de España manda chamar o genro para lhe explicar, imagino que em tom de poucos amigos, que na Espanha (de então) não havia divórcio mas havia viuvez...
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Coisas com graça,
O Mundo dos Outros
Wednesday, 30 November 2011
Livros e mais livros
Chegadas as nossas coisas do Brasil, constato com horror que por mais que distribua livros por casas amigas, que dê livros repetidos, guias de viagens desactualizados e livros que nunca li nem lerei, por mais que mude estantes, não há nem haverá espaço em casa para todos os livros que temos, já para não falar nos livros que queremos.
Estarei eu condenado ao e-book? Começo a pensar que sim, mas com grande relutância pois, como dizia o um amigo, há duas grandes alegrias nos livros: quando os compramos e quando os lemos...
Estarei eu condenado ao e-book? Começo a pensar que sim, mas com grande relutância pois, como dizia o um amigo, há duas grandes alegrias nos livros: quando os compramos e quando os lemos...
Monday, 28 November 2011
A qualidade antes do resto
Irene Fonseca, Directora do Centro de Análise Não-Linear da Canrnegie Mellon - uma das melhores Universidades dos Estados Unidos - foi eleita Presidente da Sociedade da Matemática Aplicada e Industrial, a maior sociedade de matemática do Mundo, sendo a segunda mulher a ocupar o cargo desde a fundação da Sociedade em 1952.
Uma organização é mais bem sucedida quando coloca a qualidade acima de outras características que tantas vezes servem de critério de selecção como, por exemplo, a nacionalidade ou o género...
Uma organização é mais bem sucedida quando coloca a qualidade acima de outras características que tantas vezes servem de critério de selecção como, por exemplo, a nacionalidade ou o género...
Friday, 25 November 2011
Portugal visto de fora
Hoje passei a manhã a assistir a uma conferência organizada pela Cunha Vaz & Associados dedicada à forma como a situação Portuguesa é vista de Londres, de Nova Iorque e de São Paulo. Para tanto, foram convidados Wolfgang Munchau - Editor Associado do Financial Times -, Raphael Minder - correspondente do NY Times -, e Raul Lores - Editor de Economia da Folha de São Paulo -.
Dos três oradores uma única leitura da nossa realidade: o caminho é muito estreito e difícil mas se não vacilarmos, seremos capazes de vencer a crise que atravessamos. Há, no entanto, uma grande nuvem negra no ar que não depende de nós mas que nos poderá derrubar, e que se prende com a crise do Euro e a uma possível recessão europeia ou mundial.
Embora haja variáveis que não controlamos e que podem destruír o esforço colectivo que estamos a fazer, foi agradável ouvir que no que depende de Portugal, há optimismo pelo Mundo fora.
Dos três oradores uma única leitura da nossa realidade: o caminho é muito estreito e difícil mas se não vacilarmos, seremos capazes de vencer a crise que atravessamos. Há, no entanto, uma grande nuvem negra no ar que não depende de nós mas que nos poderá derrubar, e que se prende com a crise do Euro e a uma possível recessão europeia ou mundial.
Embora haja variáveis que não controlamos e que podem destruír o esforço colectivo que estamos a fazer, foi agradável ouvir que no que depende de Portugal, há optimismo pelo Mundo fora.
Thursday, 24 November 2011
Monday, 21 November 2011
Encontro Anual de Franchising
Na quarta-feira irei participar no 3º Encontro Anual de Profissionais de Franchising em Lisboa, onde falarei sobre as oportunidades e riscos que a internacionalização para o Brasil representa. Aqui, ao contrário da conferência de amanhã (ver post imediatamente a seguir) não convido o leitor ou leitores destas notas a estarem presentes, já que a participação é reservada aos profissionais do sector.
Sem prejuízo, quem tiver curiosidade, poderá ver o programa aqui.
Sem prejuízo, quem tiver curiosidade, poderá ver o programa aqui.
Empreendendorismo em Língua Portuguesa
Amanhã à tarde irei participar num painel sobre "Empreendedorismo nos Paises de Língua Oficial Portuguesa", organizado pela SEDES e pela Sociedade de Geografia e inserido na Semana Global de Empreededorismo.
Quem possa e queira ouvir falar sobre oportunidades de empreendedorismo no Brasil e em Timor Leste será muito bem vindo apartir das 16H00 na Sociedade de Geografia em Lisboa.
Para ver o programa completo, click aqui
Quem possa e queira ouvir falar sobre oportunidades de empreendedorismo no Brasil e em Timor Leste será muito bem vindo apartir das 16H00 na Sociedade de Geografia em Lisboa.
Para ver o programa completo, click aqui
Friday, 18 November 2011
A caixa que me desgosta
Como todos os assinantes de televisão por cabo, tenho dezenas largas de canais à minha disposição, dos quais devo ver uns 10 se tanto: um ou dois de notícias; dois de notícias internacionais e uns cinco ou seis de filmes e séries. Os restantes 60 e tal canais não servem para nada, incluíndo os 4 canais abertos portugueses.
Hoje, depois de uma rapida visita aos canais do costume e constatando-se - como muitas vezes se constata - que não estava a dar nada de interessante, fomos radicais e revolucionários: desligámos a televisão, ligámos música e fomos buscar jornais, revistas e livros.
Há muito tempo que não passava um serão tão calmo e agradável. Definitivamente, o botão mais importante da televisão é aquele que a desliga.
Wednesday, 16 November 2011
Nós e os Outros
No fim-de-semana passado estive em casa de uns amigos onde encontrei pessoas que não via há anos - alguns deles há uns 20 anos -. Foi muito divertido, embora em alguns casos a conversa tenha sido mais de circunstância do que entre amigos.
Numa dessas conversas o meu interlocutor - Professor numa respeitada Universidade em Lisboa - contou-me que os seus alunos olham para ele como nós olhávamos para os nossos professores quando fomos estudantes. Curiosamente - ou não - a ideia de que alguém com 20 anos possa olhar para mim como eu olhava para os meus professores universitários não me faz qualquer sentido, já que sinto tão bem hoje como me sentia há 10 ou 15 anos.
O que somos, como nos vemos e como os outros nos vêm são coisas que raramente coincidem. Dito isto, antes sentir-me novo e ter os cabelos todos brancos do que o contrário!
Numa dessas conversas o meu interlocutor - Professor numa respeitada Universidade em Lisboa - contou-me que os seus alunos olham para ele como nós olhávamos para os nossos professores quando fomos estudantes. Curiosamente - ou não - a ideia de que alguém com 20 anos possa olhar para mim como eu olhava para os meus professores universitários não me faz qualquer sentido, já que sinto tão bem hoje como me sentia há 10 ou 15 anos.
O que somos, como nos vemos e como os outros nos vêm são coisas que raramente coincidem. Dito isto, antes sentir-me novo e ter os cabelos todos brancos do que o contrário!
Tuesday, 15 November 2011
A falar é que a gente (não) se entende
(click na imagem para ampliar)
Tirado do Facebook de um dos poucos europeistas britânicos que conheço. Segundo ele, não há nada a fazer...
Monday, 14 November 2011
Paga o que deves, mas não te degraces
Os jornais passaram o fim-de-semana a clamarem que os mercados derrubaram o ex-Primeiro-Ministro italiano mas, como bem lembrava um amigo no domingo à noite, quem derrubou Berlusconi foram as dívidas acumuladas pelo Estado italiano.
O príncipio básico de uma relação comercial ou financeira é pagar-se o que se consome e/ou o que se pede emprestado. Sem isso não há segurança nos negócios e, portanto, não há negócios. Quem venderá ou emprestará se souber que não será pago ou que não receberá de volta o que emprestou nas condições acordadas? Se esperarmos que o sistema funcione, ninguém. Aliás, é esse o drama que vivem as empresas sérias na Europa e nos Estados Unidos: no passado recente, os bancos emprestaram a quem não pago, ficaram com as dívidas e sem o dinheiro e agora não emprestam nem ao justo nem ao pecador.
Dito isto, é do interesse de quem empresta que quem pediu emprestado seja capaz de pagar e, idealmente, que volte a pedir e a pagar, pelo que não será do interesse de ninguém impor condições que levem à bancarrota dos devedores, sob pena de nada receber. E há, claro está, uma obrigação de quem deve em cortar os seus custos de forma a viver dentro das suas possibilidades e pagar o que deve.
Há, portanto, um equilibrio - difícil mas necessário - entre o direito legítimo de quem emprestou em receber e a capacidade de quem pediu emprestado em pagar.
Assim, acho natural que os Estados Europeus que devem façam os sacrifícios necessários para pagar as suas dívidas. Mas olhando para o efeito no crescimento dos programas de redução da despesa dos vários Estados, questiono se a velocidade que se espera que o ajustamento seja conseguido não será rápido de mais.
Portugal irá ter um crescimento negativo de 3% no ano que vem e teremos que diminuir o nosso déficit de forma substantiva. Ou seja, vamos ter que diminuir os nossos gastos num ano em que vamos ganhar menos, o que significa que haverá muito menos dinheiro para as despesas que consideramos fundamentais. Sem entrar no debate do que é que consideramos colectivamente fundamental, um prazo de ajustamento mais lato teria efeitos mais diluidios no nosso crescimento e, portanto, na nossa capacidade de pagar o que devemos e aquilo que temos que pagar para viver.
No interesse de todos - credores e devedores - revisitar os prazos do ajustamento seria avisado e útil.
Dito isto, não deve ser Portugal a questionar os termos do ajustamento. Somos os devedores e temos que mostrar - por actos e palavras - que somos sérios, que estamos dispostos a reconquistar o nosso bom nome e que não há risco para quem nos queira emprestar dinheiro no futuro. Esperemos que outros, que não devem tanto ou que são nossos credores, sejam rápidos a propor as mudanças que nós não podemos propor mas que seriam bem-vindas.
O príncipio básico de uma relação comercial ou financeira é pagar-se o que se consome e/ou o que se pede emprestado. Sem isso não há segurança nos negócios e, portanto, não há negócios. Quem venderá ou emprestará se souber que não será pago ou que não receberá de volta o que emprestou nas condições acordadas? Se esperarmos que o sistema funcione, ninguém. Aliás, é esse o drama que vivem as empresas sérias na Europa e nos Estados Unidos: no passado recente, os bancos emprestaram a quem não pago, ficaram com as dívidas e sem o dinheiro e agora não emprestam nem ao justo nem ao pecador.
Dito isto, é do interesse de quem empresta que quem pediu emprestado seja capaz de pagar e, idealmente, que volte a pedir e a pagar, pelo que não será do interesse de ninguém impor condições que levem à bancarrota dos devedores, sob pena de nada receber. E há, claro está, uma obrigação de quem deve em cortar os seus custos de forma a viver dentro das suas possibilidades e pagar o que deve.
Há, portanto, um equilibrio - difícil mas necessário - entre o direito legítimo de quem emprestou em receber e a capacidade de quem pediu emprestado em pagar.
Assim, acho natural que os Estados Europeus que devem façam os sacrifícios necessários para pagar as suas dívidas. Mas olhando para o efeito no crescimento dos programas de redução da despesa dos vários Estados, questiono se a velocidade que se espera que o ajustamento seja conseguido não será rápido de mais.
Portugal irá ter um crescimento negativo de 3% no ano que vem e teremos que diminuir o nosso déficit de forma substantiva. Ou seja, vamos ter que diminuir os nossos gastos num ano em que vamos ganhar menos, o que significa que haverá muito menos dinheiro para as despesas que consideramos fundamentais. Sem entrar no debate do que é que consideramos colectivamente fundamental, um prazo de ajustamento mais lato teria efeitos mais diluidios no nosso crescimento e, portanto, na nossa capacidade de pagar o que devemos e aquilo que temos que pagar para viver.
No interesse de todos - credores e devedores - revisitar os prazos do ajustamento seria avisado e útil.
Dito isto, não deve ser Portugal a questionar os termos do ajustamento. Somos os devedores e temos que mostrar - por actos e palavras - que somos sérios, que estamos dispostos a reconquistar o nosso bom nome e que não há risco para quem nos queira emprestar dinheiro no futuro. Esperemos que outros, que não devem tanto ou que são nossos credores, sejam rápidos a propor as mudanças que nós não podemos propor mas que seriam bem-vindas.
Friday, 11 November 2011
Adeus
Foi hoje anunciado que o Rinoceronte Negro do Ocidente está extinto. Nunca vi nenhum nem nunca verei.
Um triste dia para os animais, incluíndo o bicho-gente.
Um triste dia para os animais, incluíndo o bicho-gente.
Thursday, 10 November 2011
Boas novas
Segundo o jornal Público, uma equipa do Wellcome Trust Sanger Institute, no Reino Unido, descobriu que a infecção humana pelo parasita da malária - seja que estirpe for - faz-se sempre através de uma única porta molecular nos globolos vermelhos. Ou seja, o parasita da malária só consegue infectar uma pessoa se "passar" por essa entrada nas células do sangue.
Caso se confirme esta descoberta, estaremos muito mais próximos de desenvolver uma vacina que proteja essa porta de acesso molecular, derrotando uma doença que mata cerca de 1 milhão de pessoas por ano no Mundo.
Uma boa notícia para todos nós.
Wednesday, 9 November 2011
O passado já lá vai
De Atenas e de Roma herdámos a Democracia e a República, sem as quais não haveria civilização ocidental. E Portugal deu novos Mundos ao Mundo. Pequenos consolos nestes dias conturbados...
Leões da Lusa
Como não podia deixar de ser, a Portuguesa de Desportos ganhou o Campeonato B de São Paulo, voltando para a primeira divisão. Agora só falta o Belenenses...
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Coisas de que não gosto,
Vereda tropical
Tuesday, 8 November 2011
Por Toutatis!
Esta noite o asteroide 2005YU55 (na imagem) passará a cerca de 324 mil e 600 km do planeta, uma distancia menor do que aquela que nos separa da Lua. Segundo os astrónomos, não corremos o menor perigo de haver qualquer efeito, nem mesmo nas correntes e marés.
Para satisfação de Asterix e seus amigos, ontem não foi a véspera do dia em o céu nos cairá na cabeça.
Para satisfação de Asterix e seus amigos, ontem não foi a véspera do dia em o céu nos cairá na cabeça.
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coisas que acho interessantes
Sunday, 6 November 2011
Pelos caminhos de Portugal
Quando voltámos para Portugal, a Margarida e eu decidimos tentar passar um fim-de-semana por mês fora de Lisboa para quebrar a rotina. Passados quase 6 meses, fomos pela primeira vez passar o fim-de-semana à Pousada do Crato, na fotografia.
Para além do objectivo declarado desta excursão, ou seja descansarmos, o que foi totalmente atingido, ainda passeamos a pé pela Flor da Rosa e pelo Crato. Tanto a aldeia como a vila estão muitíssimo bem preservadas e tratadas, embora nos tenha dito a conservadora da Casa Museu Padre Belo (que foi o primeiro Presidente da Câmara do Crato após o 25 de Abril) que a população está reduzida a uns poucos velhotes já que há um grave problema de desemprego na região.
Sem prejuízo, volto encantado com o Crato e aconselho todos quantos possam a visitar a região e a perderem-se nas ruazinhas da zona histórica da vila.
Para além do objectivo declarado desta excursão, ou seja descansarmos, o que foi totalmente atingido, ainda passeamos a pé pela Flor da Rosa e pelo Crato. Tanto a aldeia como a vila estão muitíssimo bem preservadas e tratadas, embora nos tenha dito a conservadora da Casa Museu Padre Belo (que foi o primeiro Presidente da Câmara do Crato após o 25 de Abril) que a população está reduzida a uns poucos velhotes já que há um grave problema de desemprego na região.
Sem prejuízo, volto encantado com o Crato e aconselho todos quantos possam a visitar a região e a perderem-se nas ruazinhas da zona histórica da vila.
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Coisas que gosto,
O Nosso Portugalinho
Friday, 4 November 2011
Normalidades
Regressar a Dili passados 4 anos é sair das memórias da crise para entrar numa cidade normal. Não há refugiados à saída do aeroporto ou no centro da cidade; não se vêm militares estrangeiros armados em cada esquina; não há violência ou clima de violência e o dia-a-dia corre como se esperaria.
Timor Leste conseguiu o que todos os países desejam: é um país normal - com muitos problemas para resolver e desafios para vencer - mas normal.
Espero que o ciclo eleitoral de 2012, com as tensões e disputas esperadas e até necessárias de uma democracia, seja notável apenas pela monotonia do processo e pela curiosidade de conhecer os resultados.
Timor Leste conseguiu o que todos os países desejam: é um país normal - com muitos problemas para resolver e desafios para vencer - mas normal.
Espero que o ciclo eleitoral de 2012, com as tensões e disputas esperadas e até necessárias de uma democracia, seja notável apenas pela monotonia do processo e pela curiosidade de conhecer os resultados.
Intimidades
Numa noite que convidava a ficar em casa, Caetano Veloso e Maria Gadú percorreram o repertório de um e de outro durante cerca de duas horas, num concerto que poderia ter tido lugar na sala de qualquer um de nós: duas vozes, dois violões e dois copos de (suponho) água, não fosse o pormenor de estarem cerca de 13 mil pessoas no Pavilhão Atlântico que cantaram o tempo todo e que não se foram embora sem dois encores.
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Coisas que gosto,
Vereda tropical
Thursday, 3 November 2011
No passa nada
Há uns dias, no aeroporto de Lisboa, fui abordado por um senhor simpático que insistia que eu precisava de um cartão de crédito. Sem cuidar de saber se eu tenho conta bancária, se tenho bom nome na praça, se sou solvente, o referido senhor não aceitava que eu não recebesse a generosa oferta, chegando mesmo a iniciar o preenchimento do formulário.
Se a memória não me falha, há poucos anos o Mundo quase se desmoronou porque vivemos colectivamente acima das nossas possibilidades através do crédito barato e acessível, factura essa que ainda estamos a pagar. Há gente que não aprende!
Se a memória não me falha, há poucos anos o Mundo quase se desmoronou porque vivemos colectivamente acima das nossas possibilidades através do crédito barato e acessível, factura essa que ainda estamos a pagar. Há gente que não aprende!
Uma criança
De acordo com um link no site da BBC, eu sou o Ser Humano número 3.511.020.522. Como o mundo tem cerca 7 mil milhões de pessoas, ainda faço parte - por pouco - da segunda metade de pessoas vivas. Sou um jovem!
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Coisas com graça,
Coisas minhas,
Coisas que gosto
Tuesday, 1 November 2011
Quem anda à chuva, molha-se
Ninguém nega o direito dos gregos em discutirem e votarem que tipo de relação querem ter com a União Europeia, com o FMI e com os mercados. Espero, no entanto, que a campanha que se aproxima seja honesta, esclarecedora e clarificadora, pois o voto poderá ter consequências que têm que ser conhecidas e ponderadas por todos.
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Coisas que acho importantes
Monday, 31 October 2011
Monday, 17 October 2011
Adeus, até ao meu regresso (dia 31 de Outubro)
Entre a diferença horária, o preço do roaming e a falta de hotspots de wi-fi em Timor, vou estar até dia 30 de outubro mais ou menos incomunicável. Até lá, desejo a todos umas boas duas semanas.
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Coisas minhas,
Na ilha do Corodilo
Sunday, 16 October 2011
Manifestações dos Indignados
Entre as muitas coisas que nos fazem falta colectivamente, conta-se a vontade e oportunidade de participarmos no debate público e na condução da coisa pública. Por isso, tenho toda a simpatia para movimentos pacíficos da sociedade civil, sejam a chamada "geração à rasca" ou agora "os indignados". Acresce que não falta matéria para alimentar um contributo sério e consequente dos movimentos da sociedade civil.
Igualmente interessante para a participação da sociedade civil é constatar que estes movimentos surgem com a força das convicções e desaparecem com a velocidade do acomodamento sem deixar grandes contributos para o debate futuro. Quais foram as propostas da "geração à rasca"? O que é feito deles? O que se passará com "os indignados"?
Sendo certo que as propostas utópicas recorrentes nestas manifestações - como acabar com os bancos ou outras patetices - são giras para o telejornal mas contribuem pouco ou nada para melhorar a qualidade de vida das pessoas, não deixo de achar interessante a frequência com que ultimamente temos abandonado o nosso conforto individual para mostrar interesse no nosso futuro colectivo.
Será a crise o embrião de uma sociedade civil mais activa e vibrante? Não nos faria mal se assim fosse.
Igualmente interessante para a participação da sociedade civil é constatar que estes movimentos surgem com a força das convicções e desaparecem com a velocidade do acomodamento sem deixar grandes contributos para o debate futuro. Quais foram as propostas da "geração à rasca"? O que é feito deles? O que se passará com "os indignados"?
Sendo certo que as propostas utópicas recorrentes nestas manifestações - como acabar com os bancos ou outras patetices - são giras para o telejornal mas contribuem pouco ou nada para melhorar a qualidade de vida das pessoas, não deixo de achar interessante a frequência com que ultimamente temos abandonado o nosso conforto individual para mostrar interesse no nosso futuro colectivo.
Será a crise o embrião de uma sociedade civil mais activa e vibrante? Não nos faria mal se assim fosse.
A culpa é do Spielberg
Estatisticamente há 1 hipótese em 264.1 milhões de alguém morrer por causa por causa de um ataque de um tubarão e há 1 hipótese em 18 milhões de se ganhar a loteria ou, igualmente interessante, morrem 2.18 pessoas por ano esmagadas por máquinas de venda automática enquanto que por ataque de tubarões são apenas 0.6 pessoas.
Mas o Spielberg nunca fez um filme sobre o terrível ataque da máquina de refrigerantes...
Mas o Spielberg nunca fez um filme sobre o terrível ataque da máquina de refrigerantes...
Amadeus
Ontem fui ver "Amadeus" que está em cena no Teatro D. Maria II. Conhecendo a peça, não só pelo excelente filme de Milos Forman (1984), mas igualmente por ter visto uma versão em Nova Iorque com David Suchet (o Poirrot de milhares de versões televisivas do detective belga) a fazer de Salieri, ia com expectativas moderadas.
Erro meu. Uma encenação óptima (batendo de longe a encenação de NY), um ritmo conseguido e alguma liberdade criativa inteligente em relação à versão cinematográfica foram surpresas agradáveis.
Mas o mais agradável foi ver Diogo Infante em palco. As transições entre o Salieri novo e o Salieri velho - feitas à nossa frente - o ritmo do discuros, a graça quando graça era necessária, o dramatismo quando o drama se impunha e os vários monólogos dirigidos a Deus e aos espectadores durante as quase 2 horas em que ele está palco, são o sustentáculo de uma excelente noite no Teatro.
Citando a inesquecível velhota de "O Pai Tirano", isto é teatro e do bom!
Erro meu. Uma encenação óptima (batendo de longe a encenação de NY), um ritmo conseguido e alguma liberdade criativa inteligente em relação à versão cinematográfica foram surpresas agradáveis.
Mas o mais agradável foi ver Diogo Infante em palco. As transições entre o Salieri novo e o Salieri velho - feitas à nossa frente - o ritmo do discuros, a graça quando graça era necessária, o dramatismo quando o drama se impunha e os vários monólogos dirigidos a Deus e aos espectadores durante as quase 2 horas em que ele está palco, são o sustentáculo de uma excelente noite no Teatro.
Citando a inesquecível velhota de "O Pai Tirano", isto é teatro e do bom!
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Coisas que gosto,
O Nosso Portugalinho
Lisboa 15 de Outubro de 2011
Ontem, já bem entrados no outono, tive que terá sido um dos melhores dias de praia do ano, se não mesmo o melhor. Sol quente, sem qualquer vento, mar chão, água transparente e à temperatura ideal e uns 15 minutos de caminho entre a Costa da Caparica e a minha casa. Não se podia pedir mais.
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O Nosso Portugalinho
Friday, 14 October 2011
O milagre matinal
À volta da minha casa, praticamente por qualquer dos caminhos que eu possa fazer para ir trabalhar, existem 3 escolas com alunos pequenos, o que significa uma longa fila de carros parados com pais a deixarem as crianças. E mesmo nos casos em que as crianças são rápidas a sair do carro e já têm idade para entrarem sozinhas na escola, há sempre uma paragem-tirar o cinto de segurança-agarrar a mochila-abrir a porta-fechar a porta-seguir viagem.
Quando as crianças têm que ser acompanhadas à escola, este movimento multiplica-se em paragem-desligar o carro-tirar o sinto-abrir a porta-fechar a porta-dar a volta ao carro-abrir a porta-tirar a criança da cadeirinha-pegar na mochila-tirar a criança e a mochila do carro-fechar a porta-levar a criança à escola-voltar para o carro-abrir a porta-entrar no carro-fechar a porta-por o cinto-ligar o carro-partir. Uff.
Qual é o segredo deste movimento perpétuo e constante? descobri-o hoje. É o-milagre-do-desaparecimento-do-carro-quando-se-ligam-os-quatro-piscas. Um pai demorado levou uma buzinadela de outro carro apressado e, olhando para o outro condutor, disse: Eu liguei os quatro piscas!!
E pronto! Não se fala mais no assunto. Nem Siegfred e Roy (dois mágicos alemães dos anos 80 que se especializaram em fazer desaparecer elefantes) seriam capazes de tamanho feito.
Quando as crianças têm que ser acompanhadas à escola, este movimento multiplica-se em paragem-desligar o carro-tirar o sinto-abrir a porta-fechar a porta-dar a volta ao carro-abrir a porta-tirar a criança da cadeirinha-pegar na mochila-tirar a criança e a mochila do carro-fechar a porta-levar a criança à escola-voltar para o carro-abrir a porta-entrar no carro-fechar a porta-por o cinto-ligar o carro-partir. Uff.
Qual é o segredo deste movimento perpétuo e constante? descobri-o hoje. É o-milagre-do-desaparecimento-do-carro-quando-se-ligam-os-quatro-piscas. Um pai demorado levou uma buzinadela de outro carro apressado e, olhando para o outro condutor, disse: Eu liguei os quatro piscas!!
E pronto! Não se fala mais no assunto. Nem Siegfred e Roy (dois mágicos alemães dos anos 80 que se especializaram em fazer desaparecer elefantes) seriam capazes de tamanho feito.
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coisas que se ouvem,
O Nosso Portugalinho
Thursday, 13 October 2011
Sandokan
Uma vez que volto para os mares do Pacífico Sul, resolvi reler as aventuras de Sandokan, o Tigre da Malásia e do seu melhor amigo, o português Gastão de Siqueira (na edição da Romano Torres) ou o Eanes (noutras edições).
Criado por Emilío Salgari no final do Sec. XIX em Turim, o Tigre de Mompracem - a ilha de onde Sandokan e os seus tigresinhos aterrorizavam os mares da região - é um hino à imaginação e ao espírito aventureiro. Desde os terríveis estranguladores aos colecionadores de cabeças, passando pelo poder imperial britânico e por James Brooks, o Raja Branco de Sarawak (que existiu e tem um quadro na National Portraid Gallery em Londres) e acabando nos adoradores de Kali, não há nada que a pena de Salgari não nos traga.
Acresce que a linguagem é colorida, as descrições vivíssimas e os diálogos inesquecíveis, como se pode ver pela amostra que se segue.
Sandokan prepara-se para uma arriscada empresa: ir a Labuan (sede do poder imperial britânico na região) para ver uma bela jovem inglesa conhecida como a "Pérola de Labuan", que lhe roubou o coração (embora ele nunca a tenha visto) e que nada mais é do que a sobrinha do Governador Inglês. Temendo pela segurança do seu amigo, Gastão diz-lhe (uma vez mais na versão da Romano Torres):
- Não sê só prudente, meu irmão. Sê prudentíssimo!
Ao que Sandokan, responde:
- Nada temas meu irmão. As balas têm medo de mim.
Depois disto, quem é que tem paciência ou tempo para os Power Rangers da vida?
Criado por Emilío Salgari no final do Sec. XIX em Turim, o Tigre de Mompracem - a ilha de onde Sandokan e os seus tigresinhos aterrorizavam os mares da região - é um hino à imaginação e ao espírito aventureiro. Desde os terríveis estranguladores aos colecionadores de cabeças, passando pelo poder imperial britânico e por James Brooks, o Raja Branco de Sarawak (que existiu e tem um quadro na National Portraid Gallery em Londres) e acabando nos adoradores de Kali, não há nada que a pena de Salgari não nos traga.
Acresce que a linguagem é colorida, as descrições vivíssimas e os diálogos inesquecíveis, como se pode ver pela amostra que se segue.
Sandokan prepara-se para uma arriscada empresa: ir a Labuan (sede do poder imperial britânico na região) para ver uma bela jovem inglesa conhecida como a "Pérola de Labuan", que lhe roubou o coração (embora ele nunca a tenha visto) e que nada mais é do que a sobrinha do Governador Inglês. Temendo pela segurança do seu amigo, Gastão diz-lhe (uma vez mais na versão da Romano Torres):
- Não sê só prudente, meu irmão. Sê prudentíssimo!
Ao que Sandokan, responde:
- Nada temas meu irmão. As balas têm medo de mim.
Depois disto, quem é que tem paciência ou tempo para os Power Rangers da vida?
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O Mundo dos Outros
Wednesday, 12 October 2011
Verdades que nem punhos
Disse hoje o Presidente da República no Instituto Europeu de Florença: “a União tardou a reconhecer a (...) natureza [da crise] e a sua escala e tardou a dar-lhe a resposta que se impunha (...). Enredada numa retórica política de recriminações mútuas, evitando reconhecer a responsabilidade partilhada, ignorando a evidência dos riscos de contágio, hesitando na solidariedade, oscilando nos instrumentos a usar, promovendo uma deriva intergovernamental, a União Europeia deu guarida a uma crescente especulação sobre a zona euro, alimentando as incertezas sobre o próprio futuro da moeda única. Ora, o que os mercados estão a testar é precisamente a existência de uma verdadeira e consistente União Económica e Monetária”.
E acrescentou que “a deriva intergovernamental está a contaminar o funcionamento institucional da União Europeia. Em vez de uma mobilização convergente, e de uma responsabilidade solidária por parte de todos os Estados e instituições, vamos constatando a emergência de um directório, não reconhecido, nem mandatado, que se sobrepõe às instituições comunitárias e limita a sua margem de manobra. Este é um caminho errado e perigoso. Errado por que ineficaz. Perigoso por que gerador de desconfianças e incertezas que minam o espírito da união.”
O diagnóstico é feito nas várias capitais (menos em duas). Falta a cura.
E acrescentou que “a deriva intergovernamental está a contaminar o funcionamento institucional da União Europeia. Em vez de uma mobilização convergente, e de uma responsabilidade solidária por parte de todos os Estados e instituições, vamos constatando a emergência de um directório, não reconhecido, nem mandatado, que se sobrepõe às instituições comunitárias e limita a sua margem de manobra. Este é um caminho errado e perigoso. Errado por que ineficaz. Perigoso por que gerador de desconfianças e incertezas que minam o espírito da união.”
O diagnóstico é feito nas várias capitais (menos em duas). Falta a cura.
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