Friday 9 December 2011

Quando mal, nunca pior

Pela primeira em 19 meses, os mercados parecem estar a aceitar os resultados parciais da reunião do Conselho Europeu. Veremos se essa boa disposição resiste ao dia de hoje. Sem prejuízo, a Cimeira tem já alguns resultados positivos:

1 - Abandonou-se a ideia de uma revisão profunda dos tratados, que levaria um tempo infinito que nem os mercados esperariam e nem a União aguentaria;

2 - Mesmo optando-se por um instrumento de direito clássico (um tratado), parece haver firme vontade de manter as Instituições Europeias envolvidas no processo, o que é uma melhoria importante quando comparado com as reuniões periódicas da França e da Almanha e o desaparecimento da Comissão, do Conselho e do Parlamento Europeu;

3 - O novo tratado não se limita aos 17 Estados membros que utilizam o Euro, englobando todos os Estados membros da União Europeia menos o Reino Unido;

4 - Embora eu seja um firme defensor do metodo comunitário, alterações aos Tratados Orginais da União Europeia obrigam à unanimidade dos 27 membros. Não sendo possível essa unanimidade, o Conselho optou por avançar com um novo tratado classico entre Estados Soberanos. Assim, o Reino Unido pode discordar mas não o podem impedir o que não sendo ideal, é preferível a nada acontecer.

É claro que ainda a procissão vai no adro e há muito espaço para asneira mas, ao menos a procissão chegou ao adro, o que é uma melhoria substantiva quando olhamos para o último ano e meio.

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