Hoje, por razões profissionais, passei o dia na sede da Williams, 45 minutos a leste de Londres.
Depois das boas vindas, fomos ver o novo carro para esta época que, conforme me explicaram, e por imposição da FIA, tem umas saias posteriores muito mais pequenas o que provocará menos turbulência, permitindo que os carros que vêm atrás possam aproximar-se mais para ultrapassar. Também para aumentar a competitividade da F1, os carros terão um booster que lhe permite, durante um máximo de 6 segundos por volta, aumentar a potência em 10%. Os carros de F1, ao contrários dos nossos, são tanto mais seguros quanto mais depressa andarem, pois a aerodinâmica do desenho "agarra-os" à pista.
Depois de andarmos à volta do carro, fomos visitar a Fábrica da Williams. A marca desenha e fabrica todos os 3 mil componentes do carro com excepção do motor. Começámos por visitar a parte de metais, onde cada peça é desenhada e produzida por computador ou manualmente. A evolução tecnológica é impressionante: em 3 anos umas das peças da suspensão passou a pesar metade e a suportar o dobro da pressão, graças a utilização de novos materiais e de novos desenhos.
Do outro lado da fábrica encontramos a parte dos "plásticos", onde se desenham e fabricam as partes visíveis dos carros e a célula de segurança do piloto. Esta é feita para dissipar a energia gerada num impacto por todo o carro menos no cockpit e resiste a um impacto directo de até 8 toneladas. O espaço é mínimo e um piloto não deve pesar mais de 65kg.
Entre a parte dos metais e a parte dos "plásticos" fica a zona de montagem dos carros. Como a época começa dentro de 2 semanas na Austrália, a Williams estava a empacotar o material para a viagem. Dentro de um sem número de caixas numeradas vão 28 toneladas de equipamento, incluíndo 3 carros. Sempre que chegam a uma pista, a Williams começa por decorar as respectivas boxes, incluíndo a pintura do chão e das paredes, para que tudo esteja sempre igual e nada fique fora do seu sítio: quando se tem que mudar 4 pneus em segundos, não se pode andar à procura da porca!
Depois de visitar a fábrica, fui cumprimentar o famosíssimo Jack Williams. Sentado na sua cadeira de rodas, recebeu-me muito simpaticamente e conversámos uns 10 minutos sobre a razão que lá me levava e sobre... as Guerras Peninsulares! Jack Williams é um grande fã do Marechal Wellington e queria saber se em Portugal ainda falamos nele. Gostei de conhecer uma pessoa que me lembro de ver na televisão a vida toda.
A visita foi interessantíssima e fiquei com grande admiração pelo esforço de investigação e desenvolvimento gerado pela F1 que, mais cedo ou mais tarde, acaba por reforçar a segurança, eficácia e economia dos nossos carros.
Thursday, 19 March 2009
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Boa.
ReplyDeleteCom esta fiquei invejoso.
Por outro lado fiquei a saber que não podia ter sido piloto de F1.
Afinal nem tudo foi equívoco