Maria Filomena Monica, no seu Passaporte (Aletheia, 2009, p.p. 41 e 42) fala, com elegância literária, da luz de Lisboa e da beleza da cidade vista do rio. Porque MFM tem razão, junto algumas fotografias de Lisboa tiradas pelo Miguel Andrade, pelo Henrique Duarte e pela Cláudia Sá e Cunha a bordo do meu "Corto", que também tem direito a fotografia.
Monday, 30 March 2009
Thursday, 26 March 2009
O Mundo dos outros
Há uns tempos estive no lançamento do programa das comemorações dos 200 anos do papel do Reino Unido nas Guerras Napoleónicas, que começa com a presença do Marechal Wellington em Portugal em 1808 e termina com a derrota de Napoleão na Batalha de Waterloo em 1815.
O programa de comemorações é presidido pelo General Sir Evelyn Webb-Carter, cujo último posto foi ser comandante da Guarnição do Palácio de Buckingham, e a sala onde foi feita a apresentação formal estava cheia de Lordes, Sirs, Ladies, Generais e Historiadores.
Uma dessas Ladies, depois de falármos sobre Portugal, perguntou-me se eu estava bem instalado em Londres e se tinha ajuda para tratar da casa. Tendo-lhe dito que sim, ela ficou contente e comentou que essa ajuda é muito importante, pois a casa, os cães e os cavalos dão muito trabalho! Escusei-me dizer-lhe que a ajuda que tenho é uma Senhora que vai lá a casa duas tardes por semana, que não tenho cães e que os cavalos não caberiam...
O programa de comemorações é presidido pelo General Sir Evelyn Webb-Carter, cujo último posto foi ser comandante da Guarnição do Palácio de Buckingham, e a sala onde foi feita a apresentação formal estava cheia de Lordes, Sirs, Ladies, Generais e Historiadores.
Uma dessas Ladies, depois de falármos sobre Portugal, perguntou-me se eu estava bem instalado em Londres e se tinha ajuda para tratar da casa. Tendo-lhe dito que sim, ela ficou contente e comentou que essa ajuda é muito importante, pois a casa, os cães e os cavalos dão muito trabalho! Escusei-me dizer-lhe que a ajuda que tenho é uma Senhora que vai lá a casa duas tardes por semana, que não tenho cães e que os cavalos não caberiam...
Thursday, 19 March 2009
Como se constroi um F1
Hoje, por razões profissionais, passei o dia na sede da Williams, 45 minutos a leste de Londres.
Depois das boas vindas, fomos ver o novo carro para esta época que, conforme me explicaram, e por imposição da FIA, tem umas saias posteriores muito mais pequenas o que provocará menos turbulência, permitindo que os carros que vêm atrás possam aproximar-se mais para ultrapassar. Também para aumentar a competitividade da F1, os carros terão um booster que lhe permite, durante um máximo de 6 segundos por volta, aumentar a potência em 10%. Os carros de F1, ao contrários dos nossos, são tanto mais seguros quanto mais depressa andarem, pois a aerodinâmica do desenho "agarra-os" à pista.
Depois de andarmos à volta do carro, fomos visitar a Fábrica da Williams. A marca desenha e fabrica todos os 3 mil componentes do carro com excepção do motor. Começámos por visitar a parte de metais, onde cada peça é desenhada e produzida por computador ou manualmente. A evolução tecnológica é impressionante: em 3 anos umas das peças da suspensão passou a pesar metade e a suportar o dobro da pressão, graças a utilização de novos materiais e de novos desenhos.
Do outro lado da fábrica encontramos a parte dos "plásticos", onde se desenham e fabricam as partes visíveis dos carros e a célula de segurança do piloto. Esta é feita para dissipar a energia gerada num impacto por todo o carro menos no cockpit e resiste a um impacto directo de até 8 toneladas. O espaço é mínimo e um piloto não deve pesar mais de 65kg.
Entre a parte dos metais e a parte dos "plásticos" fica a zona de montagem dos carros. Como a época começa dentro de 2 semanas na Austrália, a Williams estava a empacotar o material para a viagem. Dentro de um sem número de caixas numeradas vão 28 toneladas de equipamento, incluíndo 3 carros. Sempre que chegam a uma pista, a Williams começa por decorar as respectivas boxes, incluíndo a pintura do chão e das paredes, para que tudo esteja sempre igual e nada fique fora do seu sítio: quando se tem que mudar 4 pneus em segundos, não se pode andar à procura da porca!
Depois de visitar a fábrica, fui cumprimentar o famosíssimo Jack Williams. Sentado na sua cadeira de rodas, recebeu-me muito simpaticamente e conversámos uns 10 minutos sobre a razão que lá me levava e sobre... as Guerras Peninsulares! Jack Williams é um grande fã do Marechal Wellington e queria saber se em Portugal ainda falamos nele. Gostei de conhecer uma pessoa que me lembro de ver na televisão a vida toda.
A visita foi interessantíssima e fiquei com grande admiração pelo esforço de investigação e desenvolvimento gerado pela F1 que, mais cedo ou mais tarde, acaba por reforçar a segurança, eficácia e economia dos nossos carros.
Depois das boas vindas, fomos ver o novo carro para esta época que, conforme me explicaram, e por imposição da FIA, tem umas saias posteriores muito mais pequenas o que provocará menos turbulência, permitindo que os carros que vêm atrás possam aproximar-se mais para ultrapassar. Também para aumentar a competitividade da F1, os carros terão um booster que lhe permite, durante um máximo de 6 segundos por volta, aumentar a potência em 10%. Os carros de F1, ao contrários dos nossos, são tanto mais seguros quanto mais depressa andarem, pois a aerodinâmica do desenho "agarra-os" à pista.
Depois de andarmos à volta do carro, fomos visitar a Fábrica da Williams. A marca desenha e fabrica todos os 3 mil componentes do carro com excepção do motor. Começámos por visitar a parte de metais, onde cada peça é desenhada e produzida por computador ou manualmente. A evolução tecnológica é impressionante: em 3 anos umas das peças da suspensão passou a pesar metade e a suportar o dobro da pressão, graças a utilização de novos materiais e de novos desenhos.
Do outro lado da fábrica encontramos a parte dos "plásticos", onde se desenham e fabricam as partes visíveis dos carros e a célula de segurança do piloto. Esta é feita para dissipar a energia gerada num impacto por todo o carro menos no cockpit e resiste a um impacto directo de até 8 toneladas. O espaço é mínimo e um piloto não deve pesar mais de 65kg.
Entre a parte dos metais e a parte dos "plásticos" fica a zona de montagem dos carros. Como a época começa dentro de 2 semanas na Austrália, a Williams estava a empacotar o material para a viagem. Dentro de um sem número de caixas numeradas vão 28 toneladas de equipamento, incluíndo 3 carros. Sempre que chegam a uma pista, a Williams começa por decorar as respectivas boxes, incluíndo a pintura do chão e das paredes, para que tudo esteja sempre igual e nada fique fora do seu sítio: quando se tem que mudar 4 pneus em segundos, não se pode andar à procura da porca!
Depois de visitar a fábrica, fui cumprimentar o famosíssimo Jack Williams. Sentado na sua cadeira de rodas, recebeu-me muito simpaticamente e conversámos uns 10 minutos sobre a razão que lá me levava e sobre... as Guerras Peninsulares! Jack Williams é um grande fã do Marechal Wellington e queria saber se em Portugal ainda falamos nele. Gostei de conhecer uma pessoa que me lembro de ver na televisão a vida toda.
A visita foi interessantíssima e fiquei com grande admiração pelo esforço de investigação e desenvolvimento gerado pela F1 que, mais cedo ou mais tarde, acaba por reforçar a segurança, eficácia e economia dos nossos carros.
Wednesday, 18 March 2009
Coisas que se ouvem
Um casal brasileiro que parecia estar em lua de mel perante um esquilo em Hyde Park: "Oh benzinho, isto é tão primeiro mundo que até os ratos são bonitos".
Um par de americanos num autocarro com sincero espanto: "cheguei há uns dias e tentei comprar uma arma. Imagina que é proibido!".
Um criança no metro a dizer mãe, mãe, mãe, etc. A mãe, depois de responder a um monte de perguntas que não calaram a criança, e perante mais um "mãe", diz: "e pensar que eu fiquei tão feliz a primeira vez que me chamaste isso..."
Um par de americanos num autocarro com sincero espanto: "cheguei há uns dias e tentei comprar uma arma. Imagina que é proibido!".
Um criança no metro a dizer mãe, mãe, mãe, etc. A mãe, depois de responder a um monte de perguntas que não calaram a criança, e perante mais um "mãe", diz: "e pensar que eu fiquei tão feliz a primeira vez que me chamaste isso..."
Thursday, 12 March 2009
O Estado, o Provedor e Nós
Há 8 meses que esperamos a designação do próximo Provedor de Justiça e, aparentemente, iremos esperar mais uns tempos. Não parece haver grande pressa para preencher o lugar que, no nosso ordenamento jurídico, tem como única função nos proteger dos abusos do Estado e dos seus Agentes.
Não vou sequer falar na desorganização da Assembleia da República, nomeadamente dos dois principais partidos políticos, que deixaram a situação chegar a este estado. Mais importante é o que esta história nos ensina sobre o nosso sistema político:
1) Numa altura em que o Mundo atravessa uma das piores crises de que há memória e que seria aconselhável ultrapassar as divisões partidárias e colocar o nosso bem-estar colectivo no centro das preocupações, o PS e o PSD não parecem serem capazes de se entenderem sobre nada.
2) Num País onde a sociedade civil é fraca e há pouca tradição de participação cívica dos Cidadãos, mais importante é a existência do Provedor de Justiça. No entanto, os principais partidos políticos parecem viver confortavelmente com a sua quase ausência. Parece ficar clara a importância que os dois Partidos atribuem à defesa dos direitos dos Cidadãos.
A não nomeação de um Provedor de Justiça não é uma questão menor. É, como a Justiça, mais uma prova do pouco que contam os instrumentos de protecção dos nosso direitos.
Não vou sequer falar na desorganização da Assembleia da República, nomeadamente dos dois principais partidos políticos, que deixaram a situação chegar a este estado. Mais importante é o que esta história nos ensina sobre o nosso sistema político:
1) Numa altura em que o Mundo atravessa uma das piores crises de que há memória e que seria aconselhável ultrapassar as divisões partidárias e colocar o nosso bem-estar colectivo no centro das preocupações, o PS e o PSD não parecem serem capazes de se entenderem sobre nada.
2) Num País onde a sociedade civil é fraca e há pouca tradição de participação cívica dos Cidadãos, mais importante é a existência do Provedor de Justiça. No entanto, os principais partidos políticos parecem viver confortavelmente com a sua quase ausência. Parece ficar clara a importância que os dois Partidos atribuem à defesa dos direitos dos Cidadãos.
A não nomeação de um Provedor de Justiça não é uma questão menor. É, como a Justiça, mais uma prova do pouco que contam os instrumentos de protecção dos nosso direitos.
Sunday, 8 March 2009
Um País quase como os outros
Portugal - Um Retrato Social, de António Barreto e Joana Pontes deixa um sentimento misto. Por um lado, devemos estar colectivamente orgulhosos com o tanto que Portugal melhorou nos últimos 40 anos: de uma sociedade pobre, fechada, rural, analfabeta e desigual, somos hoje uma sociedade muito mais rica, cosmopolita, citadina, educada e igual. Por outro lado, somos um País ineficiente, que produz pouco e mal, gasta muito para os resultados que obtém e falha onde não podia falhar, nomeadamente na Justiça e na Educação.
Os vários exemplos do que corre bem em sectores que genericamente correm mal explicam-se pela autonomia e pela responsabilização. Escolas e serviços de saúde que contratam objectivos com os respectivos Ministérios e que se auto-organizam obtêm resultados muito superiores aos obtidos pelos que são geridos centralmente.
Mas o que fica é o quão difícil é viver em Portugal: horas perdidas no trânsito; ineficiências várias e custo de vida elevado são exemplos do nosso calvário diário, tão bem ilustrado por uma Senhora que se levanta às 5 da manhã, leva os filhos à escola às 7, começa a trabalhar às 8H30, volta a casa 12 horas depois, faz o jantar, arruma a casa, vê um pouco de televisão e deita-se à 1 da manhã do dia seguinte, para, 4 horas mais tarde, recomeçar o seu interminável dia.
Portugal é, sem dúvida, um País muito melhor do que era. É, como dizia há uns anos António Barreto, o mais pobre dos Países ricos. Um País quase como os restantes Países europeus. Mas esse quase obriga-nos a um quotidiano duro e cansativo, desanimado e deprimido.
Os vários exemplos do que corre bem em sectores que genericamente correm mal explicam-se pela autonomia e pela responsabilização. Escolas e serviços de saúde que contratam objectivos com os respectivos Ministérios e que se auto-organizam obtêm resultados muito superiores aos obtidos pelos que são geridos centralmente.
Mas o que fica é o quão difícil é viver em Portugal: horas perdidas no trânsito; ineficiências várias e custo de vida elevado são exemplos do nosso calvário diário, tão bem ilustrado por uma Senhora que se levanta às 5 da manhã, leva os filhos à escola às 7, começa a trabalhar às 8H30, volta a casa 12 horas depois, faz o jantar, arruma a casa, vê um pouco de televisão e deita-se à 1 da manhã do dia seguinte, para, 4 horas mais tarde, recomeçar o seu interminável dia.
Portugal é, sem dúvida, um País muito melhor do que era. É, como dizia há uns anos António Barreto, o mais pobre dos Países ricos. Um País quase como os restantes Países europeus. Mas esse quase obriga-nos a um quotidiano duro e cansativo, desanimado e deprimido.
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Coisas que acho importantes
O mundo à nossa porta
Diz-se que na chamada Grande Londres, onde vivem cerca de 10 Milhões de pessoas, falam-se 200 línguas diferentes todos os dias e, andando na rua, vemos gente de todas as partidas do Mundo, restaurantes para todos os gostos, roupas de todas as latitudes e tradições e Igrejas de todas as denominações imagináveis.
E o Governo Britânico procura activamente acomodar essas diferenças, respeitando-as. Por exemplo, os Sikh, cuja religião obriga a usar turbante, estão dispensados de usar capacete quando andam de mota.
Embora os ataques terroristas (e, agora, a crise económica) tenham afectado a forma como olhamos uns para os outros e aberto um grande debate sobre a política multi-culturalista britânica, o Mundo convivem pacifica e respeitosamente todos os dias nas ruas de Londres.
E o Governo Britânico procura activamente acomodar essas diferenças, respeitando-as. Por exemplo, os Sikh, cuja religião obriga a usar turbante, estão dispensados de usar capacete quando andam de mota.
Embora os ataques terroristas (e, agora, a crise económica) tenham afectado a forma como olhamos uns para os outros e aberto um grande debate sobre a política multi-culturalista britânica, o Mundo convivem pacifica e respeitosamente todos os dias nas ruas de Londres.
Monday, 2 March 2009
A propósito da morte de Nino Vieira
No ano em que trabalhei no Ministério dos Negócios Estrangeiros, conheci 3 Chefes de Estado lusófonos: o Presidente José Eduardo dos Santos, que conheci em Luanda na visita oficial do Ministro Freitas do Amaral a Angola; o então Presidente Xanana Gusmão que conheci muito superficialmente na tomada de posse do Presidente Cavaco Silva e, depois, melhor, quando vivi em Timor entre 2006 e 2007; e o Presidente Nino Vieira, que conheci igualmente por ocasião da tomada de posse do Prof. Cavaco.
Cada um causou-me uma impressão distinta. Do Presidente J. Eduardo dos Santos lembro-me principalmente do tom de voz baixo e calmo com que dominava a sala; no Presidente Xanana marcou-me a óbvia e enorme preocupação com o bem-estar dos Timorenses misturada com alguma ingenuidade impulsiva. O Presidente Nino Vieira deixou-me a imprensão de ser capaz de enorme violência.
Não sei se essa impressão seria justa, mas a morte de Nino Vieira, "varrido pelos tiros dos soldados", segundo o porta-voz do exército Guineense, parece confirmá-la.
Cada um causou-me uma impressão distinta. Do Presidente J. Eduardo dos Santos lembro-me principalmente do tom de voz baixo e calmo com que dominava a sala; no Presidente Xanana marcou-me a óbvia e enorme preocupação com o bem-estar dos Timorenses misturada com alguma ingenuidade impulsiva. O Presidente Nino Vieira deixou-me a imprensão de ser capaz de enorme violência.
Não sei se essa impressão seria justa, mas a morte de Nino Vieira, "varrido pelos tiros dos soldados", segundo o porta-voz do exército Guineense, parece confirmá-la.
Sunday, 1 March 2009
Objecto inútil
Um dos objectos mais inúteis que se pode ter em Londres é um carro. Paga-se £8 por dia para se andar no centro da Cidade, não há lugar para estacionar ou, quando há, custa um dinheirão e, principalmente, o trânsito está sempre parado.
Três exemplos: ontem, fomos a Cambridge que, segundo o GPS, dista 95.7 KM da nossa porta sempre na autoestrada M11, mas levámos 40 min até chegarmos à dita; há umas semanas fomos ao IKEA e uma distância de não mais de 10 KM levou-nos 1 hora; finalmente, uma pessoa que conheço foi a Cardiff, que fica a 3 horas de distância na M4, mas a viagem durou 5 horas, duas das quais a tentar sair de Londres.
Se se pretender andar por Londres, utilize-se uma mota, uma bicicleta, o metro, os sapatos, patins, comboios, mesmo o autocarro ou qualquer outra forma de transporte, mas nunca um carro.
Imagino que o mesmo seja verdade para quem vive fora das grandes Cidades portuguesas e tenha que ir trabalhar todos os dias, com a eventual diferença do tamanho da rede do metro (onde o há), e do amor que nós temos aos nossos carros...
Três exemplos: ontem, fomos a Cambridge que, segundo o GPS, dista 95.7 KM da nossa porta sempre na autoestrada M11, mas levámos 40 min até chegarmos à dita; há umas semanas fomos ao IKEA e uma distância de não mais de 10 KM levou-nos 1 hora; finalmente, uma pessoa que conheço foi a Cardiff, que fica a 3 horas de distância na M4, mas a viagem durou 5 horas, duas das quais a tentar sair de Londres.
Se se pretender andar por Londres, utilize-se uma mota, uma bicicleta, o metro, os sapatos, patins, comboios, mesmo o autocarro ou qualquer outra forma de transporte, mas nunca um carro.
Imagino que o mesmo seja verdade para quem vive fora das grandes Cidades portuguesas e tenha que ir trabalhar todos os dias, com a eventual diferença do tamanho da rede do metro (onde o há), e do amor que nós temos aos nossos carros...
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