Monday, 1 November 2010
Em dois mil anos pouco mudou
Estava eu encantado com a eficácia da urna electrónica brasileira, que permitiu 130 milhões de pessoas votarem sem qualquer problema (com excepção de um cão em Rondónia que roeu o cabo da electricidade da urna) e termos os resultados oficiais das eleições cerca de 2 horas depois do fecho das urnas, quando a Margarida lembrou que os eleitores são obrigados a se deslocarem à cidade onde estão inscritos para poderem votar. E acrescentou que, nesse aspecto particular, pouco mudou nos dois mil anos desde que S. José e Nossa Senhora foram até à Galileia para se recensearem.
Não será altura de actualizarmos os mecanismos de participação cívica e criar uma gigantesca base de dados de eleitores que nos permita votar onde quer que estejamos sem termos que nos deslocarmos até ao círculo eleitoral onde estamos inscritos?
Embora um sistema democrático exija empenho cívico dos cidadãos e votar seja uma obrigação de consciência - e eu tenha as maiores dúvidas sobres formas de votação não presencial que não garantem a independência e anonimato do voto - há coisas que podemos fazer para facilitar a vida aos eleitores, aumentando a afluência às urnas.
Tecnologia não falta, o que falta é imaginação.
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De facto a tecnologia tarda em chegar ao que é mais óbvio.
ReplyDeleteFacilitar o acesso ao direito de voto é permitir o exercicio de plena cidadania. Desde que sempre devidamente controlado.
Em Saquarema-RJ aconteceu um fato muito estranho. Antes das eleições era só andar pelas ruas e perguntar em quem o eleitor iria votar que a resposta era unânime: Pedro Ricardo, candidato da oposição. Pois bem, o rapaz perdeu em todas, eu disse todas as 173 urnas da cidade. Perdeu e perdeu de muito. O mais estranho é que hoje, um mês após as eleições, você vai às ruas e os eleitores continuam unânimes em dizer que votaram em Pedro Ricardo. Seria muito mais cômodo pro eleitor dizer que votou na candidata vitoriosa. Mas não, o eleitor bate o pé afirmando que votou no outro. Curiosamente, é difícil encontrar alguém que confirme que votou na candidata vencedora, que coincidentemente é a esposa do deputado estadual Paulo Melo, presidente da ALERJ. Existem vários relatos da internet e inclusive vídeos no YOUTUBE atestando a vulnerabilidade das urnas eleitorais. Está lá pra quem quiser assistir. O fato é que esse triunvirato: Cabral, Zveiter e Paulo Melo atenta contra a democracia. Todos os poderes encontram-se de um lado só da balança, prejudicando a alternância do poder, principal filosofia da democracia. O fato é que não adianta espernear, pois o TSE, por mais que existam evidências que comprovem, jamais irá admitir fraudes em suas 'caixas pretas'. O ideal seria que a urna eletrônica emitisse, também, um cupom onde mostrasse em quem o eleitor votou. E que esse cupom fosse colocado numa urna tradicional ao lado dos mesários, para fins de comprovação posterior. Uma coisa é certa: nenhum outro país no mundo, depois de examinar, quis comprar nosso ‘avançadíssimo, rápido e moderno' método de escrutínio, nem o Paraguai.
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