Tuesday, 30 November 2010
Coisas que se ouvem IV
Perante a cobertura jornalística da ocupação das favelas cariocas que já dura há quase 72 horas, a socialite comenta que está farta de ver povo na televisão e pergunta se o BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Polícia) não poderia invadir o Country Club!!!
Monday, 29 November 2010
Que saudades da Caparica
No fim de semana passado, na companhia do Francisco Magalhães Carneiro, amigo que estava em São Paulo em negócios, fomos para o Guaruja, a 70km da cidade, passar o sábado à Praia do Pernambuco (na imagem). O caminho até à costa é muito bonito, sempre pela Serra do Mar e pela cerradíssima Mata Atlântica que nos mostrou a força e riquesa da natureza no Brasil.
A praia, por outro lado, considerada uma das melhores perto de São Paulo, é mínima, cheia de gente e quando a maré sobe fica reduzida a quase nada. Depois desta experiência, estou resignado a fazer como os paulistanos e guiar uns 300km para passar o dia numa boa praia.
Windsurf em São Paulo
Para quem não sabe, São Paulo fica num planalto a 800 metro de altitude e 70km do mar. Mas isso não impede que os paulistanos possam velejar, fazer windsurf ou kitesurf numa enorme barragem na zona sul da cidade, a cerca de 20km da minha casa.
A minha época pré-natalina será passada a fazer várias horas de windsurf em São Paulo.
Teresa Salgueiro
No Domingo à noite, a Margarida e eu fomos ver o espetáculo da Teresa Salgueiro em São Paulo. Durante quase duas horas, ouvimos fados, música brasileira, música mais experimental e algumas músicas dos Madredeus, na voz caraterística da Teresa Salgueiro.
Embora a sala não estivesse cheia, o entusiasmo do público, a qualidade dos músicos, e a voz e a simpatia da protagonista da noite garantiram um fim de dia bem passado.
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Estado de Direito está de volta?
Depois de décadas a negociar e contemporarizar com os criminosos que dominam as favelas do Rio de Janeiro, e perante uma nova vaga de violência, a Polícia e o Exército ocuparam em 48 horas os principais centro de comando dos traficantes de drogas da cidade (na imagem a Favela do Alemão).
Será a cidade do Rio de Janeiro vai deixar de ter zonas onde o Estado de Direito não se aplica?
Pequenos poderes
Face à urgência social causada pela crise e pelo desemprego, a sociedade civil portuguesa organizou-se para recolher as refeições não vendidas dos restaurantes (que não deve ser confundido com os restos) e os alimentos descartados pelos supermercados (não se tratando de alimentos estragados) e faze-los chegar a quem deles precisa.
Tudo parecia correr bem: a sociedade civil portuguesa - normalmente tão apática - mobilizou-se, os restaurantes e supermercados reconheceram e assumiram o papel social que cabe às empresas e as pessoas que têm fome poderiam comer. Mas não! Eis que a ASAE, ciosa do seu pequeno poder e vigilante na sua burocracia cega, quer impedir que este esquema seja posto em prática, pois o transporte da comida não obedece ao sacrossanto regulamentozinho.
Não haverá ninguém com bom senso no MAI?
Sunday, 28 November 2010
Parabéns Timor Leste
Alguém me relembrou que hoje se comemora a independência de Timor Leste.
Já lá vão 4 anos desde que desembarquei no Aeroporto Internacional de Dili pela primeira vez e parece que foi ontem. De Timor guardo os bons amigos que lá fiz, as experiências que lá vivi, as fotografias que lá tirei, as memórias dos timorenses e da beleza da ilha. E uma vontade quase diária de lá voltar.
Parabéns a Timor e às suas gentes.
Saturday, 27 November 2010
O verdadeiro Paulistano
Uma das características de São Paulo, como de Londres e, suponho, de outras cidades pelo Mundo, é a realização das chamadas "Feiras Livres" onde semanalmente, produtores vêm vender os seus produtos à cidade a preços mais baratos que nos supermercados.
No caso brasileiro, ao contrário do Reino Unido, o prato forte são as futas de todos os feitios e sabores e os legumes de tamanhos impressionantes e cores vivas. Comum a Londres, encontram-se os peixes inteiros ou já cortados em filetes e os mariscos aos quilos, tudo exposto em barracas de madeira pela rua, onde os clientes comparam, regateiam, comprar e transportam nuns carrinhos com rodas.
Igualmente parte da experiência da feira de São Paulo são os pastéis fritos com os mais variados recheios, desde queijo à carne, passando pelo palmito, que fazem grande sucesso e que estão, no caso da "nossa" feira, estrategicamente colocados em cada uma das entradas da rua.
Eis-me, portanto, a adaptar-me à minha vida paulistana: sábado de manhã na feira acompanhado de um carrinho cheio de compras, um pastel de queijo na mão e os incontornáveis calções de verão. Só ainda não cedi à havaiana, mas como a cidade é muito suja, desconfio que a minha paulistanidade não irá tão longe.
Another white Xmas?
Dizem-me os nossos amigos que está imenso frio em Londres e que se espera neve este fim-de-semana. Será que a cidade voltará a ficar coberta de neve como no ano passado, quando tirei esta fotografia da Margarida em Hyde Park?
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Friday, 26 November 2010
Um petisco português
No centro do bairro de Vila Nova Conceição, onde moro em São Paulo, há uma praça dedicada a Francisco Pereira Coutinho (eventual antepassado dos meus sobrinhos Mariana e Sebastião?), conhecido como o “Rusticão” pela forma obstinada e rígida com que expandiu o Império em África e nas Índias.
Em 1536 Pereira Coutinho recebeu de D. João III a Capitania da Baia de Todos os Santos mas conflitos com os indígenas forçaram-no ao abandono da capitania. Um ano mais tarde, no retorno à Baia, a embarcação em que viajavam ficou danificada devido a uma forte tormenta e chegou à deriva à praia de Itaparica, onde o nosso fidalgo foi capturados pelos indígenas e... devorado numa festa bem servida.
Dos protagonistas da nossa História, uns acabam nos Jerónimos e outros na panela!
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Thursday, 25 November 2010
A gafe
Ontem vieram perguntar-me se gostaria de conhecer a Fáfá de Belém, uma famosa cantora brasileira com várias décadas de carreira no Brasil e em Portugal. Lá chegado não encontrei nada melhor para dizer do que gostava particularmente de uma música que onde imitava o som de uma guitarra a dizer "meu nome é Gal" que é cantado, como aliás o refrão indica, por Gal Costa, outra cantora brasileira igualmente famosa.
Verdade se diga, a Fáfá de Belém riu-se (com uma gargalhada que é tão famosa quanto ela) dizendo "essa é outra". E continuámos a conversar como se nada fosse.
Não sei se foi a minha pior gafe, mas estará certamente entre as mais espetaculares.
Wednesday, 24 November 2010
Solidariedades
Tinha eu acabado de chegar ao MNE quando tive que me reunir com o Embaixador de um País amigo para lhe dar uma má notícia. Antes de o fazer, e como é hábito no Ministério, falei longamente com o nosso Embaixador colocado naquela Capital que me deu todas as informações necessárias para o encontro que se seguiria.
Terminada a conversa, o nosso Embaixador disse, como é de praxe, que caso eu visitasse o País onde ele estava colocado, teria todo o gosto que eu ficasse instalado na sua casa. Pensando na cidade particularmente desagradável onde o nosso homem servia a Pátria, respondi-lhe com sinceridade que só o visitaria se a isso fosse obrigado. De imediato o reservado Embaixador, esquecendo anos de treino diplomático, levantou-se da cadeira onde estava sentado com uma velocidade que não me parecia possível e disse com um misto de resignação e esperança: Eu também não gosto de lá estar!
Anos mais tarde, voltando eu a Portugal via um País remoto, fui almoçar com o nosso Embaixador (que não o mesmo da história anterior) que estava colocado naquelas paragens há muito anos e perguntei-lhe se haveria algum recado que ele quisesse que eu transmitisse ao MNE. O bom homem, olhando pela janela, suspirou e disse num quase sussurro: que não se esqueçam de mim...
No imaginário popular da vida de um diplomata nem sempre nos lembramos que Roma, Paris, Londres ou Nova Iorque são a excepção e não a regra.
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O Mundo dos Outros,
O Nosso Portugalinho
Sunday, 21 November 2010
Garantia? Claro que sim!
O Paraguai tem a fama, se não o proveito, de fabricar e distribuir toda a sorte de bens e produtos falsificados, a tal ponto que tornou-se lugar comum dizer-se que quando se compra alguma coisa e se pergunta pela garantia, a resposta será "La Garantia Soy Yo"!
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Haverá próximo?
A Irlanda irá aceitar o apoio internacional para fazer face aos problemas financeiros que enfrenta. Se tudo correr bem, não haverá mais razão para os mercados exigirem juros elevados pela compra da respectiva dívida soberana pois deixará de haver risco de incumprimento por parte de Dublin.
Irão os mercados aceitar que a UE parece resolvida a proteger a moeda única ou continuarão a experimentar os limites da solidariedade Europeia e voltar-se para Portugal?
Uma boa surpresa
Segundo os jornais de hoje, Igreja Católica, pela sua voz mais autorizada, aceita pela primeira vez que a utilização de preservativos poderá ajudar a combater o flagelo do HIV. E acrescenta o Papa Bento XVI que, em algumas circunstâncias, a utilização do preservativo poderá significar uma sexualidade mais responsável.
Lendo os números e relatórios da UNAIDS, o orgão das Nações Unidas para o combate à doença, era claro que o apelo da Igreja Católica em favor da abstinência não estava a resultar. Sem pretender conhecer em profundidade os argumentos da Igreja, acrescento que no respeito ao princípio católico da preservação da vida como bem maior, e face à realidade, aceitar a utilização de preservativos para combater a propagação do HIV parece-me ser não só mais eficaz mas igualmente mais coerente.
Friday, 19 November 2010
Não há limite para o descoco
No mesmo mês em que a "Casa dos Gladiadores" em Pompeia ruiu por falta de verbas para a respectiva manutenção, o Primeiro Ministro Italiano mandou acrescentar as partes em falta de uma estátua com mais de 2000 anos. Para lá do mais que discutível restauro, a política cultural italiana é, no mínimo, bizarra.
De Roma há sempre qualquer coisa para nos surpreende.
Thursday, 18 November 2010
Hoje nem está mau
Desde a faculdade que tenho o hábito de trabalhar a ouvir música e no Brasil tenho um rádio permanentemente ligado na Antena 1 que é, para quem está em Portugal, a uma mistura da RFM e da M80.
Hoje, por volta das 4H30 da tarde, o locutor estava muito contente pois só havia 64 Km de filas de trânsito na cidade, o que é bastante melhor do que os 130 Km que esperavam os condutores na passada 2ª feira às 8H00 da manhã...
Tuesday, 16 November 2010
União Europeia
Monday, 15 November 2010
CPLqP
A nossa vida em São Paulo tem tido alguns momentos inesperados. Entre eles está a dificuldade em nos fazermos entender. Muitas vezes, quando dizemos alguma coisa a um Brasileiro, o olhar perdido seguido da interjeição "Oi?" mostra-nos que o nosso interlocutor nada percebeu.
Se no meu caso, tem havido um esforço de parte a parte para comunicar, no caso da Margarida que - para quem não sabe - é loira e tem olhos azuis, quando o interlocutor não a percebe assume imediatamente que está a falar com "uma gringa" e muda para inglês.
Mas o melhor aconteceu este fim-de-semana em Santiago do Chile. Fomos fazer uma visita guiada pela cidade com um grupo de Brasileiros e tudo estava a correr bem quando uma das participantes perguntou-nos, em português, de onde eramos. Quando respondemos que eramos portugueses ela disse "que delícia!" e começou a falar-nos em... castelhano!!!
Melhor seria mudar o nome da CPLP para Comunidade dos Países de Língua quase Portuguesa.
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Liberdades
Este fim-de-semana correu particularmente bem. Por um lado, Aung San Suu Kyi, líder do movimento democrático Birmanês (ver infra) foi libertada. Menos falado mas igualmente razão de satisfação, este fim-de-semana os Chandlers (na fotografia), um casal Britânico feito prisioneiro há um ano por piratas Somalis enquanto velejavam no Oceano Índico, foram também libertados.
Friday, 12 November 2010
Santiago do Chile
Todos em casa
Tanto Londres quanto São Paulo são um enorme mosaico de gente de todos os cantos do Planeta, com as mais diversas culturas, religiões e tradições. Mas enquanto que em Londres ouvimos todos os dias cerca de 200 de línguas diferentes a serem faladas correntemente na rua, em São Paulo é raríssimo ouvir outra língua que não o Português.
São dois modelos de integração: em Londres faz-se pelo respeito da diversidade e em São Paulo faz-se pela adaptação linguística e cultural. Embora eu ache o primeiro modelo mais rico e interessante, não vejo ou sinto qualquer tensão em relação ao segundo. E ambos parecem funcionar.
Como a maior parte das coisas, não há receitas únicas para os desafios da vida.
Thursday, 11 November 2010
Memórias selectivas
George W. Bush acaba de lançar as suas memórias dos anos em que esteve na Casa Branca e, quase de imediato, as chancelarias alemã e britânica vieram publicamente negarem algumas das informações apresentadas pelo Ex-Presidente americano. Em causa estão o pretenso apoio de Berlim à política externa americana e a afirmação de se terem impedido ataques terroristas em Londres como resultado da utilização das metaforicamente chamadas "técnicas robustas de interrogatório".
Berlim nunca foi um apoiante entusiasta da política do anterior Presidente, mas ver Londres a negar de forma tão frontal a versão de George W. Bush é mais inesperado.
Das armas de destruição em massa que não existiam aos apoios que não foram e os resultados dos interrogatórios que se desconhecem, a vida do Ex-Presidente Bush parece passar-se na twilight zone.
Wednesday, 10 November 2010
Innovating Portugal
Se alguém tivesse dúvidas sobre a capacidade de inovação das empresas portuguesas e se se perguntasse sobre a bondade das actividades da AICEP no Reino Unido nos últimos dois anos (ver o post anterior), terá consolo em saber que o Eurostat acaba de publicar um relatório onde indica que 57,8% das empresas portuguesas declararam práticas de inovação, ultrapassando a Finlândia (52,2%), a França (50,2%) e a Espanha (43,5%). À nossa frente o Eurostat só indica a Alemanha (79,9%), o Luxemburgo (64,7%) e a Bélgica (58,1%).
No meio de tantas más notícias, temos polos de modernidade que nos vão dando alento.
Tuesday, 9 November 2010
Fechar com chave de ouro
No passado dia 2 de Novembro, já eu estava em São Paulo há um mês, realizou-se em Londres a última conferência de 2010 do ciclo Innovating Portugal, que a AICEP e o Barclays organizaram. Foram centenas de empresas e organizações Portuguesas e Britânicas dos mais diversos sectores que tiveram oportunidade de trocar experiências, contactos e fazerem negócios durante os dois anos que estive em Londres
Embora o Innovating Portugal continue em 2011, para mim é hora de me concentrar no Brasil. Ao fechar a minha participação nas actividades da AICEP de Londres nada mais justo que agradecer às pessoas que trabalharam tão arduamente todos os dias para garantir que tudo corresse bem: a Diana (que agora e até Fevereiro dirige as tropas), a Maria, a Lucy e, até à sua partida para Cabo Verde, o João no Comércio e o Miguel, o Carlos, a Teresa, o Zé Aragão e o Zé Inácio no Turismo. E em Lisboa a Maria João e o Vitor.
Embora longe, não estou preocupado pois Londres está muito bem entregue, como prova o sucesso da conferência de dia 2.
Pilar e Saramago
Ontem foi distribuido o Prémio Portugal Telecom de Literatura 2010, tendo sido ganho pelo Compositor e Escritor Chico Buarque de Holanda. A cerimónia foi apresentada pelo Jô Soares, outro grande nome das artes brasileiras, e teve lugar numa das mais bonitas salas de São Paulo: o Fasano Itam.
Tudo correu como previsto, sem grandes surpresas - mesmo o nome do vencedor já tinha sido publicado 2 dias antes pela Revista Veja - e confeso que esperava mais das entrevistas conduzidas pelo Jô Soares.
O grande momento da noite foi uma curta apresentação de um filme sobre a vida pessoal de Pilar del Rio e José Saramago, que será lançado ainda este ano. Não sendo um grande conhecedor da obra de Saramago e discordando quase totalmente das suas posições políticas, gostei imenso da apresentação do filme que mostra duas vidas completas e complementares, feitas de cumplicidades e respeito mútuo.
Às vezes as boas surpresas vêm de onde menos se espera.
Água quente? Para quê?
Na altura em que a Margarida começou a ver apartamentos em São Paulo ficou espantada quando um dos senhores de uma das agências gabou uma cozinha por ter "água quente". E, de facto, tanto quanto sabemos, aquele andar em particular era o único que tinha água quente pré-instalada na cozinha. A tal ponto que tivemos que mandar colocar um mini-aquecedor eléctrico de água na nossa cozinha.
A seguir descobrimos que as máquinas de lavar roupa no Brasil também não têm agua quente. Tudo é lavado com água fria, com maior ou menos vigor dependendo da sujidade da roupa. E, para terminar, a máquina de lavar a loiça é uma raridade nas cozinhas da classe média brasileira e, quando as há, são uma maquininha minúscula - como a nossa - onde cabem uns poucos pratos e copos e mais nada.
Ontem comentámos com uma amiga brasileira o nosso espanto. Ela explicou que como o pessoal doméstico é relativamente barato e abundante, não há razão para haver água quente nas cozinhas ou máquinas de lavar a loiça.
A (falta) de necessidade é carrasco do aquecedor de água.
Mas que grande surpresa!
As "eleições" na Birmania, agora chamada Myanmar, onde a principal líder da oposição - na fotografia - está em prisão domiciliar há anos e que foram consideradas universalmente como não tendo sido nem justas nem sérias, foram ganhas pelo partido que apoia a junta militar que governa o País.
Haverá alguém, algures, que tenha esperado outra coisa?
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Coisas de que não gosto
OE 2011
Os mercados não parecem estar convencidos das virtudes do esforço que todos faremos no ano que vem. E agora?
Sunday, 7 November 2010
Os novos pobres
O jornal Público de hoje apresenta uma matéria sobre os novos pobres, pessoas que tinham uma vida estruturada mas que, por causa do desemprego, perderam os rendimentos e ficaram com as dívidas. Não se trata de pessoas que se individaram para além da sua capacidade económica, antes de pessoas que fizeram as suas contas e que, em circunstâncias normais, eram parte da classe média. Mas as circunstâncias não são normais e, de repente, famílias inteiras vêm-se sem dinheiro para comer.
As boas notícias sobre a melhoria relativa de Portugal no Índice de Desenvolvimento Humano (ver dois posts abaixo) não dão alegria nenhuma a quem não sabe como se irá alimentar hoje.
Saturday, 6 November 2010
A nossa casa nova
Índice de Desenvolvimento Humano 2010
Segundo o PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, no seu Relatório do Desenvolvimento Humano 2010, “the past 20 years have seen substantial progress in many aspects of human development. Most people today are healthier, live longer, are more educated and have more access to goods and services. Even in countries facing adverse economic conditions, people’s health and education have greatly improved. And there has been progress not only in improving health and education and raising income, but also in expanding people’s power to select leaders, influence public decisions and share knowledge.”
Embora continue a haver graves problemas em muitos Países do Mundo, nomeadamente em África e alguns Países que emergiram da ex-União Soviética e os níveis de desigualdade na distribuição de riqueza, de igualdade entre os géneros e a incapacidade de sustentar os níveis de consumo a longo prazo, a qualidade de vida das pessoas, no seu conjunto, tem vindo a melhorar.
Portugal não é excepção e melhorou mesmo uma posição no Índice de Desenvolvimento Humano quando comparado com 2009. Somos agora o 40º melhor em quase 200 países no Mundo, o que não sendo óptimo, não é pior.
Mesmo quando tudo parece correr mal, há boas notícias que merecem ser celebradas.
Friday, 5 November 2010
Não é fácil ser indonésio
Thursday, 4 November 2010
O leão calou-se
A MGM, o estúdio de cinema e televisão cujo logotipo é o leão na imagem, acaba de entrar em processo de falência. Tenho pena pois passei toda a infância, na companhia dos meus Pais e irmãos, a ver musicais com o Fred Astaire e o Gene Kelley, já para não falar nos sempre divertidos e inverosímeis filmes do James Bond.
Mitos e Factos
A liberdade de expressão e a capacidade de difusão de ideias, comentários, propostas e opiniões nunca foi tão grande como agora. Graças à internet, blogs, facebook, twiter e outros, todos nós temos um palco onde nos expressármos e uma audiência - maior ou menor - para nos ouvir.
Naturalmente, ao navegar nesse mundo gigantesco de opiniões, histórias e comentários, há coisas com que concordo e outras com que discordo. Estranho seria se assim não fosse e ainda bem que assim é.
O que me espanta é a quantidade de comentários que se baseiam em mitos sem qualquer aderência à realidade. Quantas vezes lemos no facebook ou em blogs coisas que não têm objectivamente base verificável, apresentadas como uma certeza científica? E cujo autor, em bom rigor, não se interessa em saber se o que está a dizer é ou não verdade?
Outro dia resolvi fazer a experiência e pegando num comentário sobre salários dos políticos portugueses, respondi dizendo que o que estava escrito não era, objectivamente, verdade. Imediatamente surgiram comentários ao meu comentário que, negando o que eu tinha dito, juntaram outros "factos" (também eles falsos) para mostrar que tinham razão. Só quando eu juntei uma notícia da Reuters que mostrava que os "factos" eram na verdade mitos é que a cascata de quase insultos parou.
Não se trata de termos todos as mesmas opiniões ou ideias, mas de usarmos factos para as basear. Com tanta informação disponível sobre todos os assuntos possíveis e imagináveis, não é difícil confirmar os factos e separá-los dos mitos antes de os colocar on-line. Dá é mais trabalho...
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Coisas que acho importantes
Monday, 1 November 2010
Em dois mil anos pouco mudou
Estava eu encantado com a eficácia da urna electrónica brasileira, que permitiu 130 milhões de pessoas votarem sem qualquer problema (com excepção de um cão em Rondónia que roeu o cabo da electricidade da urna) e termos os resultados oficiais das eleições cerca de 2 horas depois do fecho das urnas, quando a Margarida lembrou que os eleitores são obrigados a se deslocarem à cidade onde estão inscritos para poderem votar. E acrescentou que, nesse aspecto particular, pouco mudou nos dois mil anos desde que S. José e Nossa Senhora foram até à Galileia para se recensearem.
Não será altura de actualizarmos os mecanismos de participação cívica e criar uma gigantesca base de dados de eleitores que nos permita votar onde quer que estejamos sem termos que nos deslocarmos até ao círculo eleitoral onde estamos inscritos?
Embora um sistema democrático exija empenho cívico dos cidadãos e votar seja uma obrigação de consciência - e eu tenha as maiores dúvidas sobres formas de votação não presencial que não garantem a independência e anonimato do voto - há coisas que podemos fazer para facilitar a vida aos eleitores, aumentando a afluência às urnas.
Tecnologia não falta, o que falta é imaginação.
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Coisas que acho importantes
A voz do bom senso?
Algo de estranho se passa quando Jon Stewart, um brilhante comediante, é a única pessoa a dizer coisas equilibradas nos Estados Unidos.
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