Monday, 8 February 2010

Argumentos a favor da televisão pública

A televisão no Reino Unido, como em Portugal, está cheia de séries americanas - algumas muitíssimo boas e outras péssimas -, programas assustadores "da vida real" como corpos desfigurados que, como o nome indica, roda à volta das tristes vidas de pessoas horrivelmente gordas ou com deformações físicas, crianças que se portam horrivelmente mal e outras pérolas do género.

No meio disto tudo, há a BBC. Quase todas as noites a BBC, nomeadamente a BBC1 e a BBC4, oferecem programas de história britânica ou mundial, de cultura, boas sérias britânicas (e algumas menos boas), documentários e outros. Na semana passada pude ver um programa sobre a idade média na Inglaterra, um documentário sobre os reinos tradicionais africanos, uma séria sobre o papel da Royal Navy na formação do carácter britânico, uma série sobre o papel dos chamados "ministérios de soberania" que começou com o papel do MNE e semana que vem irá tratar do MAI e um debate sobre o papel das biografias políticas e diários de políticos na formação da memória colectiva, para citar apenas alguns.

Como a BBC vive da chamada taxa de televisão e não tem publicidade, não está condicionada à vontade do mercado e pode dar-se ao luxo de produzir programas que, reconheço, nem toda a gente gosta de ver. Acresce que, para impedir a "italianização" da BBC, a independência da sua linha editorial é garantida por uma "carta" que a protege de interferências indevidas.

A BBC é um óptimo argumento a favor da televisão pública que cumpra o seu papel de nicho sem tentar ser mais comercial que as televisões privadas. É igualmente um óptimo argumento a favor da televisão como meio de entertenimento e cultura.

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