Faz hoje 20 anos que o Muro de Berlim caiu e com ele a divisão da Europa.
Pessoalmente, o Muro de Berlim influenciou-me para sempre. Em 1985 visitei Berlim e fiquei impressionadíssimo com o Muro, principalmente os trilhos do elétrico que desapareciam debaixo do Muro e a sensação de claustrofobia, mesmo considerando que Berlim Ocidental era muito maior que Lisboa.
Mas mais impressionado fiquei quando visitei Berlim Leste: enquanto que Berlim Ocidental era uma cidade activíssima, cheia de vida, que nunca parava, Berlim Leste era uma cidade cinzenta, sem nada, com pessoas tristes e apagadas.
Tratando-se do mesmo povo, às vezes das mesmas famílias, a principal diferença era o sistema político que existia dos dois lados do Muro. Não sei se percebi na altura mas o meu interesse em sistemas políticos e liberdade individual começou naquele verão de 1985.
E se tivesse alguma dúvida sobre as virtudes da economia de mercado e da liberdade política, com todos os defeitos que lhes reconheço, bastava pensar na senhora de 78 anos que conheci no metro de Berlim que, sendo cidadã da República Democrática Alemã reformada - e portanto autorizada a vistar o Ocidente de 3 em 3 meses - ia a Berlim Ocidental onde recebia 100 marcos do Governo Federal que utilizava para comprar fruta fresca para os netos, bem raro em Berlim Leste.
Como dizia Churchill, "se o defeito inultrapassável do capitalismo é a distribuição desigual da riqueza a virtude interna do comunismo é a distribuição equitativa da pobreza".
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