Monday, 30 November 2009

Que a Força esteja contigo

O Reino Unido faz um censo a cada 10 anos onde, entre outras coisas, pergunta a religião de cada um.

No último censo descobriu-se que mais de 300 mil pessoas seguem a antiga e mui nobre religião Jedi, o que transforma os irmãos na Fé de Yoda e Luke Skywalker na terceira mais importante religião destas ilhas, apenas ultrapassada pelo Cristianismo e pelo Islamismo.

A Força (e o nonesense) estão bem e recomendam-se por estas partes.

Monday, 23 November 2009

Cada vez percebo menos da bola

Quem me conhece sabe que eu não ligo nenhuma ao futebol. Aliás, que melhor prova haverá disso do que ser do Belenenses e não andar deprimido ano após ano?

Talvez por isso tenha ficado espantado com a manchete d'A Bola de hoje: "Leão volta a ter raça", numa alusão à vitória do Sporting sobre os Pescadores da Caparica por 4-1. Na minha ignorância esperava que o Sporting vencesse os Pescadores da Caparica por 40-0 a jogar com metade da equipe e com os olhos fechados.

Thursday, 19 November 2009

Finalmente

Que a Justiça é um dos maiores problemas que temos, toda a gente sabe. Que a Justiça é fundamental para o regime democrático ninguém duvida. Que há muito mau ambiente entre os principais actores do sistema de Justiça parece ser óbvio. Que é necessário pôr esta gente a falar civilizadamente uns com os outros e a remarem para o mesmo lado parece-me evidente.

O que não sabia é que existe desde o ano 2000 um mecanismo institucional de consulta do sector, o Conselho Consultivo, que reuniu ontem pela primeira nos últimos 5 anos. Sem mais comentários, limito-me a dizer: Finalmente!

Tuesday, 17 November 2009

Coisas com graça III



Fotografia tirada do facebook de uma amiga de Timor

Monday, 16 November 2009

Lulas grelhadas? Never heard...

Se Sábado foi dedicado à cozinha persa (ver o post a seguir), Domingo fomos almoçar com outros amigos que também estavam em Londres, a um restaurante de peixe chamado Fish Works. O restaurante (que é parte de uma cadeia que existe um pouco por todo o lado) tem uma peixaria à entrada onde podemos escolher o peixe (como o Mercado do Peixe em Lisboa) e há ainda uma boa lista com variedades de peixe ou marisco.

Depois de ter comido como um Xá da Pérsia na véspera, só me apetecia umas lulas grelhadas com salada e qual não foi a minha alegria quando as vi, com bom ar, na peixaria. O pior veio a seguir: pedidas as ditas lulas, o criado não fazia ideia do que é que eu estava a falar e perguntou-se se eu queria calamares. Expliquei-lhe que não, que queria lulas grelhadas. Continou sem perceber bem. Expliquei então o que queria: lulas grelhadas ao bocados com azeite e limão.

Desconfiado, esperei a chegada do prato que vinha óptimo, bem servido, e tal qual eu tinha pedido. No fim, o criado comentou, a rir, que iriam passar a ter lulas grelhadas na ementa. Disse-lhe que esperava que o prato se chamasse "Bernardo's style squids".

Senti-me digno conterrâneo da Rainha Catarina de Brangança, que introduziu o chá nestas ilhas.

Come-se bem no Irão

Este sábado fomos, com um amigo de Lisboa e uma amiga do amigo que é iraniana, a um restaurante persa aqui em Londres. Nada mais sensato do que experimentar comidas de paises que não conhecemos na companhia de quem sabe o que faz e o que escolhe.

Depois de assistir, divertido, a uma longa conversa em persa entre a amiga do amigo e o criado, e ver, ainda mais divertido, a cara da Margarida quando, por engano, lhe mostraram a parte da ementa escrita em árabe, comemos uma série de entradas e grelhados que lembram a cozinha libanesa - que, por sua vez, lembra as cozinhas turca e grega - servidas em quantidades industriais e acompanhadas com um bom arroz de manteiga. Particular do Irão era a bedida: dois jarros de leite semi-qualhado com especiarias, sal, pimenta e gelo que nunca tinha visto antes e de que gostei.

Mais uma variedade culinária a somar aos vários países onde se está bem à mesa.

Coisas com graça II

Transcrito do The London Times com a devida vénia para o João Pedro Pereira que me enviou esta história.

No exterior do Bristol Zoo existe um parque de estacionamento para 150 carros e 8 autocarros. Durante 25 anos, a cobrança do estacionamento foi efectuada por um muito simpático cobrador. As taxas eram o correspondente a €1.40 para carros e €7.00 para os autocarros.

Um dia, após 25 sólidos anos de nenhuma falta ao trabalho, o cobrador simplesmente não apareceu. A administração do Zoo, então, ligou para a Câmara Municipal e solicitou que enviassem um outro cobrador. A Câmara fez uma pequena pesquisa e respondeu que o estacionamento do Zoo era da responsabilidade do próprio Zoo, não dela. A administração do Zoo respondeu que o cobrador era um empregado da Câmara. A Câmara, por sua vez, respondeu que o cobrador do estacionamento jamais fizera parte dos seus quadros e que nunca lhe tinha pago ordenado.

Enquanto isso, descansando na sua bela residência nalgum lugar da costa da Espanha (ou algo parecido), existe um homem que (...) simplesmente começou a aparecer, todos os dias, cobrando e guardando as taxas de estacionamento, estimadas em €560 por dia... durante 25 anos. Assumindo que ele trabalhava os 7 dias da semana, arrecadou algo em torno de 7 milhões de Euros.

Friday, 13 November 2009

Coisas com graça

The following is an actual question given on a University of Washington Mid-Term Test in Chemistry.

Bonus Question: Is Hell exothermic (gives off heat) or endothermic (absorbs heat)?

One student wrote the following:

First, we need to know how the mass of Hell is changing in time. So we need to know the rate at which souls are moving into Hell and the rate at which they are leaving. I think that we can safely assume that once a soul gets to Hell, it will not leave. Therefore, no souls are leaving. As for how many souls are entering Hell, let's look at the different religions that exist in the world today.

Most of these religions state that if you are not a member of their religion, you will go to Hell. Since there is more than one of these religions and since people do not belong to more than one religion, we can project that all souls go to Hell. With birth and death rates as they are, we can expect the number of souls in Hell to increase exponentially. Now, we look at the rate of change of the volume in Hell because Boyle's Law states that in order for the temperature and pressure in Hell to stay the same, the volume of Hell has to expand proportionately as souls are added.

This gives two possibilities:

1. If Hell is expanding at a slower rate than the rate at which souls enter Hell, then the temperature and pressure in Hell will increase until all Hell breaks loose.

2. If Hell is expanding at a rate faster than the increase of souls in Hell, then the temperature and pressure will drop until Hell freezes over.

So which is it?

If we accept the postulate given to me by Teresa during my Freshman year that, 'It will be a cold day in Hell before I sleep with you', and take into account the fact
that I slept with her last night, then number two must be true, and thus I am sure that Hell is exothermic and has already frozen over. The corollary of this theory is that since Hell has frozen over, it follows that it is not accepting any more souls and is therefore, extinct... leaving only Heaven, thereby proving the existence of a divine being which explains why, last night, Teresa kept shouting 'Oh, my God.'

Wednesday, 11 November 2009

Do princípio libertário

Se quisesse simplificar numa frase o libertarismo diria que desde que não prejudique ninguém, eu devo ser livre para fazer o que quiser. E se aplicarmos esse princípio à nossa relação com o Estado, diria que este deveria limitar-se a regular as acções (e omissão) que possam prejudicar outros, o que, em bom rigor, já lhe deixa uma enorme margem para regular a nossa liberdade.

Como é natural, como todas as simplificações, esta não resiste, por si só, aos casos particulares ou a exemplos extremos que são óptimos para destruir as propostas gerais mas não servem para discutir seriamente o papel do Estado.

Sem prejuízo, e voltando à simplificação libertária, o critério de actuação do Estado poderá ser a medida em que a limitação da minha liberdade individual é – ou não – necessária para a preservação da liberdade de terceiros. Por exemplo, acho normal que o Estado regule a quantidade de álcool que posso beber antes de guiar pois há um risco evidente para terceiros se eu atropelar alguém por ir bêbado mas já não vejo razão para que o Estado me obrigue a usar capacete quando ando de mota, pois aí o perigo é só meu e não me parece que deva ser competência do Estado proteger-me de mim mesmo.

Se a questão é clara no que diz respeito à liberdade individual que normalmente associamos aos direitos políticos e cívicos, podemos argumentar que o papel do Estado será o oposto no caso dos direitos económicos e sociais: para sermos mais livres é necessário termos as condições de vida, educação e saúde que nos permitam escolher. Assim, ao Estado competirá agir para prevenir que alguém caia abaixo do que seja comumente aceite como o mínimo indispensável e que hoje entendemos ser o limiar de pobreza, ou seja, 60% do rendimento médio de uma determinada sociedade.

À medida que as sociedades se organizam e que enfrentam problemas mais complexos, menor é a nossa margem de escolha. Sem um limite claro para o papel interventor do Estado, corremos o risco de ver desaparecer a nossa liberdade, sob a capa benigna de nos proteger dos outros, que é necessário, ou de nós próprios, que é abusivo.

Tuesday, 10 November 2009

Afinal ainda há marinheiros

Há uns anos conto-me um amigo que um Almirante português na NATO queixava-se dizendo "que passámos de marinheiros a banhistas, com água pelo joelho e medo de molhar o fato de banho".

Embora o número de pessoas que têm carta de marinheiro ou de patrão local, costa ou de alto mar seja apenas 0.13% da população - o que pode ser igualmente explicado pela burocracia e exigência extrema que nos é imposta pelo Estado - ainda há Marinheiros em Portugal. O Francisco Lobato é um deles. Parabéns.

Monday, 9 November 2009

Dias que não esqueço

Faz hoje 20 anos que o Muro de Berlim caiu e com ele a divisão da Europa.

Pessoalmente, o Muro de Berlim influenciou-me para sempre. Em 1985 visitei Berlim e fiquei impressionadíssimo com o Muro, principalmente os trilhos do elétrico que desapareciam debaixo do Muro e a sensação de claustrofobia, mesmo considerando que Berlim Ocidental era muito maior que Lisboa.

Mas mais impressionado fiquei quando visitei Berlim Leste: enquanto que Berlim Ocidental era uma cidade activíssima, cheia de vida, que nunca parava, Berlim Leste era uma cidade cinzenta, sem nada, com pessoas tristes e apagadas.

Tratando-se do mesmo povo, às vezes das mesmas famílias, a principal diferença era o sistema político que existia dos dois lados do Muro. Não sei se percebi na altura mas o meu interesse em sistemas políticos e liberdade individual começou naquele verão de 1985.

E se tivesse alguma dúvida sobre as virtudes da economia de mercado e da liberdade política, com todos os defeitos que lhes reconheço, bastava pensar na senhora de 78 anos que conheci no metro de Berlim que, sendo cidadã da República Democrática Alemã reformada - e portanto autorizada a vistar o Ocidente de 3 em 3 meses - ia a Berlim Ocidental onde recebia 100 marcos do Governo Federal que utilizava para comprar fruta fresca para os netos, bem raro em Berlim Leste.

Como dizia Churchill, "se o defeito inultrapassável do capitalismo é a distribuição desigual da riqueza a virtude interna do comunismo é a distribuição equitativa da pobreza".

Saturday, 7 November 2009

Um pé em cada hemisfério

Hoje eu e a Margarida fomos a Greenwich onde visitámos o Royal Observatory que tem uma bonita vista sobre o Tamisa e alberga o Meridiano 0º onde o Mundo se divide nos hemisférios Leste e Oeste. Lá estivemos, como todas as outras pessoas à nossa volta, com um pé em cada hemisfério.

Um pequeno passo para nós e uma ajuda indispensável para a navegação.

Thursday, 5 November 2009

Tories e a Europa, outra vez

O Partido Conservador está, uma vez mais, em alvoroço por causa da União Europeia, depois de David Cameron ter abandonado o PPE para se juntar a muito duvidosa companhia no Parlamento Europeu, o que muito irritou a (diminuta) ala europeista do partido e ter desistido de organizar um - prometido - referendo sobre o Tratado de Lisboa, o que mais irritou a (enorme) ala eurocéptica e provocou (até agora) as demissões de dois Eurodeputados.

Ensina a História que sempre que os Conservadores se concentraram na Europa, os Trabalhistas ganharam as eleições, não porque os britânicos sejam europeistas - não são - mas porque os Tories não conseguem falar em mais nada e passam o tempo a atacarem-se sem dó nem piedade. Será esta a tábua de salvação dos trabalhistas?

Não há fome que não dê em fartura

Depois de um óptimo fim de semana a participar numa Mesa Redonda sobre Portugal e a Europa em Oxford, vou apresentar um paper sobre Timor Leste na Universidade de Bristol em Dezembro e em St. John´s College, Oxford em Fevereiro. E participarei num painel sobre Promoção Democrática e a União Europeia no Congresso da Associação Portuguesa de Ciência Política em Março.

Tuesday, 3 November 2009

E agora os cidadãos?

Terminou hoje às 15H00 de Lisboa a saga de quase 10 anos da reforma das instituições da União Europeia. Será que agora os cidadão voltarão a estar no centro das preocupações da União?

Sunday, 1 November 2009

Uma geração de gigantes


20 anos após a queda do Muro de Berlim, reuniram-se os principais actores do ano em que a Guerra Fria acabou: o Presidente Americano Bush (pai), o Secretário-Geral Soviético Gorbachev e o Chanceler Alemão Kohl e foram notadas as ausências da Primeira Ministra Britânica Thatcher (doente) e o do Presidente Francês Miterrand (falecido).

Nesta galeria notável, poderiamos ainda mencionar o Papa João Paulo II e o Presidente da Comissão Europeia Delors. E se olharmos para lá da Europa ou dos Estados Unidos, o nome do Presidente Mandela vem imediatamente à memória.

Sem esquecer ou diminuir o papel dos Povos da Europa de Leste e concorde-se ou não com o legado de cada um, há 20 anos estes líderes mostraram estarem à altura da História e mudaram o Mundo.

Onde andam os gigantes do início do Séc. XXI?