Sunday 4 March 2012

Movimento Europeu


Semana passada participei no jantar de relançamento do Conselho Português do Movimento Europeu, agora presidido pela Dra. Maria Carrilho. O Conselho teve início em Portugal no final dos anos 70 pelas mãos do Dr. Mário Soares - que liderou o processo -, do Dr. Sá Carneiro e do Prof. Freitas do Amaral, os líderes dos partidos políticos portugueses que historicamente defendem a integração de Portugal na União Europeia e defende o aprofundamento do processo de integração da União Europeia.

O jantar, bastante concorrido e representativo do chamado "Arco da Governação" português, contou com uma intervenção de fundo do Dr. Soares que - com cerca de 80 anos - continua cheio de alegria de viver, e com comentários do Dr. Cruz Vilaça e do Dr. António Vitorino. As três intervenções valeram a pena e não fosse termos que saír do lugar onde o jantar decorreu por volta das 11 da noie, provavelmente ainda lá estaríamos.

Eu tenho especial interesse pelo Conselho Português do Movimento Europeu, já que entre 1997 e 2001 fui o respetivo Secretário-Geral, sob as presidências do Prof. Freitas do Amaral e do Doutor Vitor Constâncio. Assim, que o resto deste post deverá ser lido sob essa luz.

Numa altura em que nos questionamos sobre a capacidade da União em ultrapassar a atual crise, sobre os equilíbrios políticos nas instituições da União Europeia, sobre a bondade de muitas das políticas públicas emanadas de Bruxelas ou sobre a sobrevivência do Euro. Ou seja, numa altura em que nos questionamos sobre a necessidade da União e a sua sobrevivência, é importante que haja um movimento da Sociedade Civil que defenda a Idea de Europa, que nos lembre do muito que a União Europeia nos garante e que nos alerte para os custos do fim do integração, ou da sua transfiguração de um modelo comunitário num modelo clássico.

E o que nos deu a Europa? Para mencionar apenas algumas das mais importantes vitórias do processo de Integração Europeu, relembraria o maior periodo de paz na Europa que há memória, a livre circulação de pessoas e de comércio ou uma ilha de democracia e direitos humanos que somos.

Espero que o novo Conselho Português do Movimento Europeu trave a batalha em favor da ideia da União Europeia. É uma batalha que faz falta e que mais ninguém parece querer travar. 

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