A vida política britânica está completamente dominada pelo chamado escandalo das despesas, cuja origem é fácil de perceber: para evitar o custo político de aumentar os salários dos deputados, o Parlamento criou um sistema de pagamento de despesas auto-gerido e semi-secreto, que deu origem a toda a sorte de abusos, alguns gravemente fraudulentos e outros, que igualmente fraudulentos, estão para lá da fronteira do ridículo como sacos de estrume ou filmes pornográficos.
Há pelo menos 3 lições que podemos tirar desta triste história e que devemos ter em atenção. Em primeiro lugar, a transparência na utilização dos dinheiros públicos tem várias virtudes, não sendo a menor destas, ajudar à sensates pela vergonha, pelo medo do ridículo ou dos tribunais. Em segundo lugar, a impressão desagradável que os detentores de cargos políticos acham que vivem num mundo deles, desligado da realidade, onde tudo parece ser justificável. Finalmente, a falta de coragem política e de liderança que leva a pagarmos mal às pessoas que ocupam lugares públicos pode resultar na incapacidade de se atrair os melhores e os mais sérios para a causa pública.
Melhor seria assumirmos que o serviço público precisa de pessoas de qualidade e que, sem exageros ou abusos, isso tem um preço. Como dizem os irlandeses "se pagas amendoins, terás macacos".
Friday, 15 May 2009
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