Segundo o semanário Sol deste fim-de-semana, somos o segundo país da União Europeia onde o custo individual de se tirar um curso superior é mais alto. Enquanto que os estudantes portugueses pagam o correspondente a 11% do PIB, os alunos franceses pagam cerca de 6% e o esforço das famílias na Finlândia corresponde a 1% do PIB. E se no Reino Unido esse esforço corresponde a 12% do PIB, também é verdade que há um conjunto significativo de mecanismos de apoio que cobrem cerca de 44% do custos enquanto que em Portugal o apoio disponível fica-se pelos 18%.
Há, assim, um custo financeiro e pessoal considerável por parte das famílias e dos estudantes para tirar um curso, na esperança, como é natural, que esse esforço seja recompensado mais tarde em termos de empregos melhores e mais bem pagos. O que, dizem as estatísticas do IEFP referida pelo Expresso, é genericamente o caso já que um licenciado obtem um emprego 6 meses mais cedo que alguém que não é licenciado.
Mas, conta igualmente o Expresso, Portugal é o terceiro país da OCDE onde a chamada "fuga de cérebros", ou seja, a emigração dos mais qualificados é mais acentuada. Motivados - ou forçados - pela incapacidade do nosso mercado de trabalho em absorver dignamente os mais capazes, os licenciados portugueses partem à procura da recompensa do esforço que fizeram, levando os conhecimentos técnicos e a força de vontade que fazem a diferença no progresso de um país para outras paragens onde são reconhecidos.
É um lugar comum dizer-se que o maior activo que um país ou uma empresa tem são as pessoas. Infelizmente em Portugal não parece ser assim: formar quadros custa mais caro e os frutos desse esforço não são reconhecido.
Assim, o nosso Portugalinho não vai longe.
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