Tuesday 2 August 2011

Vitória sobre A Máquina

Depois da estrondosa derrota de ontem na eterna batalha contra o sistema (ver post imediatamente abaixo), hoje consegui tratar de todos os documentos e sou, até ver, um homem livre do guichet público. Mas não foi uma vitória fácil!

Uma vez que a Loja do Cidadão abre às 8H30 da manhã, juntei-me a uma longa fila de gente que, como eu, aguardavam para enfrentar "A Máquina" às 8H15. Todos em silêncio, certamente imaginando as melhores estratégias, gizando os mais audaciosos planos, preparando frases arrasadoras para responder às dificuldades que funcionários "d'A Máquina" iriam colocar-nos. Às 8H32 (dois minutos depois do previsto para assegurar a vantagem psicológica d'A Máquina sobre o Cidadão) abrem-se as portas e, quais carneiros a caminho do matadouro, somos autorizados a entrar, um por um, na Loja do Cidadão.

A minha estratégia, comum a todos os outros cidadãos, foi tirar imediatamente todas as senhas que necessitava e ir tratando dos assuntos à medida que chegasse a minha vez. Mas rapidamente percebi que assim não conseguiria vencer "A Máquina". Tudo dependia do Cartão do Cidadão!! Sem ele, nada seria possível!!!

Descartando, portanto, a senha que me permitiria tratar da carta de condução, acompanhei como que apostou tudo numa corrida de tartarugas, o movimento das senhas para o cartão do cidadão e para o passaporte. Se o cartão do cidadão avançasse mais depressa que o passaporte, pouparia horas. Se o passaporte fosse mais ligeiro, teria que tirar outra senha e esperar a minha vez... Como a sorte protege os audazes, o cartão do cidadão foi mais rápido e, concluída essa batalha com rapidez que até a mim espantou, ainda tive tempo de conquistar o direito a viajar pelo Mundo com um novo "Passaporte Electrónico Português".

Faltava agora a carta de condução, para a qual eu não tinha senha. Mas o destino estava traçado e uma competente senhora explicou-me que eu não necessitava de substituir a carta inglesa, bastando-me registar a alteração de morada num simples formulário.

E, apenas 2 horas depois de ter enfrentado a força d'A Máquina, saí para a Praça dos Restauradores, com a fé na superioridade do Cidadão sobre o sistema, por que não dizê-lo, Restaurada. Pelo menos, até ao próximo encontro com A Máquina que, lambendo as feridas, estará já a preparar a vingança...   

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