Conta o Expresso da semana passada que há um crescente número de casos de teses de Licenciatura e Mestrado copiadas, em parte ou no todo, da internet. Nada de novo ou exclusivamente nacional. Nos anos em que dei aulas em Cardiff, apanhei alguns alunos a fazerem-no.
Partindo do princípio que não apanhei todos os plágios que me terão passado pelas mãos, casos havia em que a cópia era tão flagrante - pela diferença na forma de escrever ou por passar de um tema para outro sem razão ou lógica ou ainda por usarem bibliografia "estranha" - que chegava a ser mais constrangedor o amadorismo e a incompetência do aldrabão ou aldrabona do que a tentativa de fraude.
Nos casos onde o plágio era mais bem feito, havia na Universidade um programa de computador - como há na Universidade do Minho - que compara os trabalhos apresentados com textos existentes na internet e identifica as partes copiadas.
Lá e cá, nada de muito diferente.
O que poderá ser diferente é o castigo aplicado ao plagiador. Em Cardiff, o aluno era obrigatoriamente apresentado a um "Tribunal" composto pelo Director do Departmaneto e Professores da Faculdade e da Universidade que, depois de avaliar a gravidade da tentativa da fraude e ouvir o interessado, determinava o castigo a aplicar e que poderia ir desde a simples re-apresentação do trabalho até à expulsão da Universidade. Mas mesmo nos casos onde o castigo era leve, a tentativa de fraude era registada no cadastro individual do aluno o que, na prática, impedia que algum professor assinasse uma carta de recomendação, absolutamente fundamental no sistema Britânico.
A grande diferença entre Portugal e o Reino Unido não é se há ou não aldrabões. A principal diferença é se há ou não consequências à medida nossos actos.
PS. Sem prejuízo para o que escrevi antes, achei graça à brincadeira da Bandeira na CML. Veremos se há bom senso ou se a "dignidade do Estado" impõe um castigo pesado.
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