Para além dos dramas dos Lib-Dem e as possíveis zangas na coligação que governa o país (ver abaixo), as eleiçoes de quinta-feira poderão ter uma consequência muito mais importante e duradoura para o Reino Unido.
Contra o sistema eleitoral escocês - desenhado para favorecer o surgimento de coligações - o Partido Nacionalista Escocês obteve uma maioria absoluta. E, respeitando as promessas eleitorais que fez, já anunciou a realização de um referendo até ao fim desta legislatura sobre a independência da Escócia.
Historicamente, o poder político de Westminster estendeu-se da Inglaterra para a Cornualha (que foi, em tempos idos, um Reino independente), País de Gales, Escócia, Irlanda e além-mar. O Império além-mar e parte da Irlanda já se tornaram independentes. Seguir-se-á a Escócia? Haverá um movimento pendular do poder político em Estados multi-nacionais? Será este movimento observável em outros países, como a Espanha?
Quem acha que a Ciência Política não tem utilidade devia meditar na importância e nas consequências destes movimentos políticos e nas vantagens de os estudar e compreender.
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